Matematica Etapa II Caderno 5 Reflexao 1
CE Victorio E Abrozino Cascavel Pr
Cleonice Viccari
Edu Lopes
Daysi Fernades
Lorena
O conhecimento matemático sempre foi tido como muito importante desde tempos mais remotos, porém o que há muito ignora-se é a função social da matemática. É muito comum ouvir dizer que certos conteúdos matemáticos não serão utilizados ou até mesmo qual é o sentido de se aprender a matemática que vai além das quatro operações, o caso é que criou-se um estigma acerca da matemática e da sua função social.
A Matemática entrou na escola no final do século XVIII, com a grande influência da filosofia positivista de Auguste Comte, cujo embasamento teórico se demonstrava herdeiro fiel à teoria do método de René Descartes. Até então as ciências eram exclusivas aos grandes filósofos. Os estudos históricos sobre a constituição das disciplinas do ensino científico praticamente inexistiram, no entanto, alguns estudos mostram que os primeiros textos para a escolarização da matemática no Brasil, surgem logo nas primeiras décadas deste mesmo século. Enquanto isso se sabe da história que, nas escolas europeias o livro didático era o Elementos de Euclides e a comunidade de filósofos e estudiosos da época possuíam todo o conhecimento histórico e filosófico construído até então (FALVETTA, 2002)
O fazer matemático engloba quatro diferentes tipos de raciocínios ou intuições: o pensamento indutivo que pode ser chamado de raciocínios plausíveis, presentes no ato de criação matemática, na formulação intuitiva de novas conjecturas que serão validadas posteriormente;o raciocínio lógico-dedutivo que é próprio da Álgebra e Geometria, por exemplo, e de tudo que diz respeito a provas de propriedades em todos os campos da Matemática; a visão geométrico-espacial de grande necessidade para o aprendizado significativo da geometria e de suas aplicações e por fim, o pensamento não-determinístico, característico da estatística e da probabilidade, campos que estudam eventos que envolvem aleatoriedade (BRASIL, 2014).
Quando falamos nos pensamentos predominantes no ensino da matemática é inegável a preponderância do pensamento lógico-dedutivo nas atividades propostas no ensino da Matemática, esse domínio por vezes é indesejável uma vez que é confundido com a memorização, que aqui cabe dizer é de longe o melhor método de aprendizagem, seja na matemática ou em qualquer outro ramo do conhecimento.
Falvetta (2002) afirma que no período pós-guerra mundial os norte-americanos, a fim de formar cientistas e superar os avanços da URSS, fazem da matemática um conjunto de algoritmos e acabam que desvalorizando a elaboração conceitual, marcando o início da efetivação do Movimento da Matemática Moderna (MMM), na década de 70. À primeira vista parecia uma ótima ideia, porém mal elaborada, pois apoia-se na teoria dos conjuntos, desprezando à resolução de problemas aos aspectos históricos, primando os conteúdos aritméticos e algébricos e ignorando, de certa forma, a geometria. A ênfase aos aspectos estruturais e à precisão de sua linguagem caracterizam a matemática moderna como eminentemente formal, ou seja, nãopriorizando a significação dos conceitos matemáticos
Para Pavanello (2003) essa efetivação do MMM não ampliou os símbolos e suas relações para o conhecimento inicial do aluno; ao contrário, fortaleceu a memorização do mesmo para realizar operações lógicas. É muita técnica operatória para o estudante do ensino fundamental e pouca preocupação com a capacidade de pensar dos alunos, caracterizando assim um ensino tecnicista baseado em métodos que objetivavam a memorização e não a compreensão, esse tipo de ensino é típico do modelo econômico capitalista que visa antes de tudo a formação de trabalhadores.
É possível dizer que os tipos de raciocínios ou intuições – pensamento indutivo, raciocínio lógico-dedutivo, visão geométrico-espacial, pensamento não-determinístico – são característicos do fazer matemático, expressos por meio de linguagens que lhe são próprias. Desse modo cabe à Matemática escolar propiciar aos estudantes o desenvolvimento destes modos de pensar e a apropriação significativa das formas de representar objetos matemáticos. Portanto, é importante promover ações didático-pedagógicas que levem os estudantes a realizar atividades tais como: explorar/experimentar,fazer conjecturas, procurar generalizações ou o que há de invariante numa situação, além é claro, de também fazer os registros de suas observações e hipóteses, usando diferentes tipos de representações.
A seguir uma tabela em que se encontram-se atividades pensadas para alguns componentes curriculares e o tipo de raciocínio predominante nesse componente curricular, as atividades foram aplicadas no período de uma semana em uma turma de 1˚ ano do Ensino Médio, na tentativa de observar e identificar os tipos de pensamento matemático que possam estar presentes nessas atividades
Componente
curricular Breve descrição da Atividade Tipos de pensamento matemático envolvidos
Noções de função Definição de função, seguida de exemplos e uma atividade prática. Pensamento indutivo
Relações no triangulo retângulo através do Teorema de Tales Introdução do conteúdo seguida de exemplificação e atividades práticas. Pensamento lógico-dedutivo
Geometria plana e espacial Definição e conceitos geométricos seguida de construção desses tipos de figuras em sala; Aplicação do conhecimento geométrico (cálculo de áreas). Pensamento lógico-dedutivo
Através da tabela acima observamos que sim é possível identificar os tipos de pensamento em cada atividade, deduziu-se também que o pensamento mais predominante é o lógico-dedutivo, o que nota-se, porém, é que tudo dependerá da metodologia é método do professor, será ele que deverá optar por utilizar o pensamento lógico dedutivo ou o pensamento indutivo. Ao ler o texto e os exemplos dados quando falamos em método de ensino p pensamento lógico indutivo é o mais usado, uma vez que o docente sempre parte de um todo para as suas particularidades, porém quando falamos em apropriação do conhecimento por parte do aluno o pensamento lógico dedutivo é o mais utilizado já que é baseado em regras que podem ser simplesmente tomadas como verdadeiras ou provadas num momento anterior e a partir dessas premissas construir novas regras.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno V: Matemática / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Ana Paula Jahn... et al.]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. 49p.
FALVETTA, Ricardo. A Matemática pulsa no dia-a-dia. Revista Nova Escola, São Paulo: Abril, dez. / 2004, p. 18-22.
PAVANELLO, Regina Maria. A pesquisa na formação de professores de matemática para a escola básica. Educação Matemática em Revista. São Paulo: SBEM, p. 8,13. dez. 2003
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