Matemática
CADERNO V - MATEMÁTICA
CEEBJA Poty Lazzarotto
Orientadora de Estudos:
Adélia Fávaro Lourenço Francisco
Professores Cursistas:
Ana Batista Lopes Machado
Beatriz de Cassia Proença Bittencourt
Denilto Laurindo
Denise do Rocio Dumsch
Fabio Henrique Amaral
Fernanda Aparecida Moreira
Izabelle D'aquino Contador
José Carlos Bisoni
Karla Mansur Karan Zagonel
Luciane Gabardo Mader
Luiz Alberto Jasper
Vera Lucia Caron Ceccon
Trabalhar a Matemática interdisciplinarmente
no Ensino Médio
Introdução
O presente artigo referente a Matemática na formação humana e integral do aluno terá por finalidade expor o resultado das produções referente aos estudos da Etapa II do Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio e visará dessa maneira, compreender e dar soluções para problemas da Matemática e suas tecnologias dentro da interdisciplinaridade.
A Matemática é considerada a mais complexa e importante dentre as que compõem a grade curricular do Ensino Básico. Ela funciona como um instrumento necessário em dois pontos. Como elemento da formação escolar e como área de saber. A Matemática pode ser tomada como um instrumento que possibilita a atuação em outras áreas. Entendemos os conteúdos de outras disciplinas, como a Física e Química, se tivermos um pleno domínio seguro dos saberes da Matemática. Ela está presente não só em sala de aula, mas também na vida do indivíduo, porque ela possibilita meios para compreensão do cotidiano.
Entender quem são nossos alunos e seu protagonismo no processo de ensino é o principal ponto para qualquer prática pedagógica. Em seguida, deve-se considerar as maneiras de pensar da Matemática, o que representa a sua identidade própria. Isto permitirá, em sequência, sondar os limites possíveis para a prática interdisciplinar. Diante desses elementos, poremos em prática através do trabalho e projeto e o processo se efetiva na prática pedagógica.
Matemática: tipos específicos de pensamentos
A realização dessa tarefa observará dois pontos fundamentais. O primeiro desses pontos é puramente teórico: a definição da Matemática mediante suas formas de pensamento. O outro exigirá saber como tal disciplina se desenvolveu como elemento da cultura. Salienta-se que neste último grau o processo histórico se relaciona com as tecnologia. A Matemática propicia o desenvolvimento de quatro tipos específicos de pensamentos: indutivos, lógico-dedutivo, geométrico-espacial e não determinístico. Indutivo: atividades que possibilitam aos estudantes construir determinadas hipóteses. Lógico-dedutivo: utilização de determinadas regras, que podem ser simplesmente tomadas como verdadeiras ou provadas anteriormente e a, partir dessas regras, construir novas. Geométrico-espacial: as estruturas que permitem o uso de tal pensamento advêm da interação com os objetos e com os movimentos no espaço físico. Podemos caracterizá-lo a partir da construção de representações mentais que possibilitem, por exemplo, reconhecer características de figuras geométricas. Não determinístico: entramos no campo da incerteza e da variabilidade. São inúmeras situações nas quais interagimos fazendo uso desse tipo de raciocínio. A definição de critérios e condições que influenciam determinados fenômenos sociais como movimentos migratórios, intenção de voto, ou ambientais (probabilidade de chuva ou de tempestade).
Uma das principais finalidades da Matemática é a de desenvolver as capacidades de formular e resolver problemas, de analisar criticamente uma situação, considerando suas diferentes possibilidades ou restrições. O ensino da Matemática com tal foco favorece a formação de cidadãos aptos a realizar intervenções na realidade, a partir da compreensão de problemas e situações da sociedade atual.
Segundo Machado (2000), mais do que ministrar conteúdos, cabe ao professor a tarefa de estimular a elaboração de projetos. Uma vez que, um projeto nasce de uma pergunta, é importante então fazer renascer nos estudantes a capacidade de formular perguntas. Só é possível pensar em uma pergunta sobre um tema se existe algum conhecimento a seu respeito. Assim, em lugar de apenas propor exercícios para verificar se os alunos conhecem as técnicas para resolvê-los, será interessante solicitar também que eles próprios proponham questões para, em seguida, discuti-las e validarem ou não suas respostas. Se o estudante não aprendeu não conseguirá propor uma questão ou problema.
Na Matemática, nos deparamos com um problema fundamental em nossa época: a tecnologia. Salientamos que este é um problema comum a todas as áreas do saber. Não é apenas a Matemática que se depara com este mal, pois a pergunta que nos surge está diretamente referida as metodologias didáticas – como o livro didático – não estariam ultrapassadas? Não seria hora de nos adequarmos a uma nova realidade (digital – é claro)?
A demanda de respostas para este problema exige uma postura interdisciplinar, ou seja, um diálogo sobre métodos, limites e conteúdos para uma educação integral. E, ao que parece, esta operação deve se dar de maneira pratica no chão da escola!
A Matemática no Ensino Médio
A Matemática é uma das disciplinas componentes curriculares obrigatórias de acordo com as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2014). O componente curricular está ligado à atividade escolar, mas, para que haja uma compreensão efetiva de suas diretrizes, é necessário garantir que estes conhecimentos possibilitem sua integração à prática cotidiana do aluno.
A necessidade nos aponta de acordo com o Caderno V para o fato de que a Matemática não deve ser encarada como algo fútil. Aquele discurso, comumente propagado, de que a Matemática é um saber que não possui serventia prática em nosso cotidiano ou de que é algo para poucas pessoas que estão comprometidas com o universo dos números, toda gama desses discursos fundados em preconceitos ou opiniões devem ser desfeitos.
Mas é através da Matemática e seus princípios lógicos e maneiras específicas de raciocínios ou intuições, tal como vimos anteriormente que encontramos a verdadeira importância dessa disciplina na formação humana e integral do indivíduo.
A importância da Matemática para os estudantes do Ensino Médio é primordial. Para alguns, o ensino dessa disciplina é desinteressante e até inútil o que, nesses casos, provoca um clima de insegurança e frustração tanto para o educador como para o educando. O que acontece é que os conhecimentos matemáticos estão presentes no cotidiano, além de serem inúmeras as correlações com as outras áreas de conhecimento..
Podemos ressaltar que um dos problemas que dificultam a aprendizagem do aluno é a única utilização do livro didático como instrumento pedagógico tendo em vista, que não retrata a realidade local, apresentando carências no sentido de estimular o interesse do aluno pelo conteúdo abordado, além disso, a juventude de hoje dispõe de muitos recursos tecnológicos os quais podem ser utilizados como aliados no processo dessa aprendizagem.
Dá-se ênfase a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que, a nosso ver não leva em conta as diferentes realidades do nosso país no momento em que generaliza a avaliação. Essa necessidade da universalização da avaliação, do exame impossibilita esta vivência necessária do conhecimento.
É necessário que a escola reveja seu papel e busque meios que levem o aluno a desenvolver um espírito crítico para a argumentação e criatividade favorecendo os questionamentos, os quais possam levá-los a encontrar respostas para tais.
É preciso que a escola tenha recursos pedagógicos que permitam aulas mais atrativas, levando os alunos, de maneira espontânea ao entendimento do seu papel como cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres na sociedade que vive em constante processo de evolução.
Trabalho, cultura, ciência e tecnologia na Matemática
A responsabilidade de fazer escola é fator comum a todos os atores da comunidade escolar – pais, alunos, professores, e funcionários. Essa mudança, porém, aponta para o protagonismo dos estudantes. Contudo, é fundamental e importante observar que, embora todos estejam inseridos nesse processo, as ações convergem para a formação dos alunos e é este o sentido da pedagogia.
O protagonismo é um processo de autonomia. O educando não deve ser colocado no topo do processo para compor uma finalidade: a educação tem como finalidade o ser humano. Assim, a educação deverá apontar meios para que o estudante por si só, interprete e modifique fenômenos e fatos de sua vida cotidiana. Desta maneira é que o processo educativo tornar-se de fato efetivo e eficaz.
Para que tal plano seja posto em prática, necessita-se de elementos que forneçam diretrizes para sua execução..
Dessa maneira, falar em trabalho como elemento do protagonismo do estudante, é pensá-lo na educação como um mecanismo de afirmação da população, pois é através dele que o aluno torna-se produtor, ciente e mantenedor de suas heranças culturais, de sua identidade.
A cultura é um elemento necessário para o processo pedagógico, ela é a demonstração nítida das particularidades que devem ser observadas no processo de formação do ser humano. Embora se siga diretrizes que determinam de maneira geral os elementos da formação, está em sua via prática, que deve ser direcionada para englobar as diferenças se não cairá no desinteresse e evasão escolar.
Temos os elementos da ciência e da tecnologia, que estão relacionadas. Ao falar em ciências ou saberes há sempre uma disposição hierárquica que perdura desde os gregos: saberes teóricos, práticos (relacionados à ação humana) e técnicos. Assim no século XVIII, até os dias de hoje, houve uma inversão dessa hierarquia: aquilo que era nobre para o grego antigo, a saber, o saber teórico, foi superado pelo saber da técnica. A tecnologia atual é o novo saber que deve ser dominado. E isto é significativo, pois ela condiciona as relações humanas, econômicas e científicas de maneira definitiva.
Pensar educação hoje é pensá-la estritamente ao universo tecnológico. Sentimos isto em sala de aula, quando, muitas vezes, somos questionados pelo uso dos celulares ou tablets. É uma característica de que resistimos ao avanço da técnica?
Contundo como ficaria a situação da Matemática, o exemplo do rigor e da abstração, diante desses novos elementos e tecnologias? Assim se chega a interdisciplinaridade e à formação integral, pois o trabalho, cultura, ciência e tecnologia exigem não apenas de alguns, mas de todo o processo educativo. Planejar para Arte, Matemática, Biologia, História ou qualquer outra disciplina, é planejar uma nova forma de educação, um novo projeto.
Matemática - a interdisciplinaridade e formação integral
O processo educativo exige mudanças. Deseja-se que sejam efetivas e concretas e essas necessitam de planejar, de pensar e colocar em prática para viabilizar tal necessidade. Assim, projetar ou elaborar projetos pedagógicos será um fator que deve ser repensado e posto em prática. Deve-se adequar os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) a estas novas exigências.
O objetivo geral é encarar a Matemática dentro da escola e de suas possíveis relações com as áreas de conhecimentos, visando, assim, uma metodologia aprazível e dinâmica, para, com isso, possibilitar aos alunos uma fácil absorção dos conteúdos das disciplinas.
O professor poderá propor atividades onde os alunos possam interagir rapidamente com o que é colocado.
Após os alunos estarem familiarizados com as diversas atividades onde possa ter uma maturidade e dando sequência à metodologia, o professor poderá ter a participação de outras disciplinas, com conteúdos diversificados, enriquecendo assim, a gama de saber do estudante. Deve-se ter em mente que o aluno vem de diferentes classes sociais e trás consigo muitos valores da família e também de grupos de amigos espalhados pela cidade onde ele mora. O agir digital dentro da escola, o essencial é abrir o leque de possibilidades para o fazer e o pensar matemático, buscando reconhecer e valorizar os conhecimentos e diferentes formas de expressão dos estudantes, a fim de estabelecer um permanente diálogo com a prática educativa.
Conclusão
A conclusão deste trabalho aponta mais para uma abertura do que para um fechamento. Do que foi tratado podemos destacar, fundamentalmente, a ideia de um diálogo interdisciplinar. Acreditamos numa formação plena e efetiva da prática educativa que aponta para uma formação humana e integral. Ha necessidade interdisciplinar do diálogo.
Primeiramente, este deve ser feito entre os componentes curriculares. Contudo, este é apenas o primeiro passo. Se o ato de educar parte da necessidade de se colocar o ser humano como protagonista de sua realidade, de sua existência, isto só se tornará possível e viável quando todos que compõem a realidade escolar tomarem para si a responsabilidade de salvar tal circunstância e trabalhar para atingir esta condição de protagonismo.
REFERÊNCIAS
ABRANTES, P. Avaliação e educação matemática. Série Reflexões em Educação Matemática. MEM/ USU - GEPEM, 1995.
BORTOLOSSI, H. J. As verdadeiras proporções do homem vitruviano. Disponível em: http://www.uff. br/cdme/rza/rza-html/rza-vitruvian-br.html Acesso em: 12/09/2014.
MACHADO, N. J. Epistemologia e Didática: As concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez Editora, 1995.
MORAN, J. M. Como utilizar a Internet na educação: relatos de experiências. Ciência da Informação, v. 26, n. 2, p. 146-153, maio/ago. 1999. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ci/v26n2/v26n2-5.pdf Acesso em: 12/6/2014.
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