Linguagens

Temática do caderno de linguagem-  Colégio Estadual  João Manoel Mondrone – Medianeira PR
Grupo:  Lenir de Moraes dos Santos, Neide de Oliveira,  Regina Remor Mazzurana
 

1) Nesta unidade discutimos a formação da área de Linguagens, o conceito de linguagem e apresen¬tamos os conhecimentos da área. Agora vamos refletir um pouco sobre esses temas através da discussão do filme O enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, que você pode assistir em: https://www.youtube.com/watch?v=MxpuYFouR70. Consideremos a seguinte ordem na atividade:
1.1) Assistir ao filme, procurando observar e anotar, quais são as relações entre linguagem e cons¬trução da realidade; como as práticas de linguagem estão atreladas aos contextos sociais e históricos; como os conhecimentos de linguagem listados acima aparecem no filme.
1.2) Em roda de discussão, comparar as anotações e reflexões.
1.3) Ainda no grupo, discutir a relação entre imposição e opção na linguagem e entre reprodução e mudança social.

O filme retrata a história real, de um rapaz que foi encontrado em uma praça com cerca de 15 anos, no ano de 1828, em Nuremberg, na Alemanha. Ele não sabia falar, andar e não tinha comportamento de ser humano, até hoje a sua origem não foi descoberta, estava como uma carta em mãos para ser entregue para o capitão da cavalaria da cidade contando que o rapaz nunca teve contato com outros seres humanos, que foi criado em um porão, pedindo para que o transformasse em um cavaleiro como fora seu pai.
Contextualizando o período em que Kaspar apareceu para o mundo coincidia com o fim das Guerras Napoleônicas - conflito armado que se estendeu de 1803 a 1815, opondo a quase totalidade das nações da Europa a Napoleão Bonaparte, herdeiro da Revolução Francesa e ditador militar. Em 1800 quando o século XIX começou 35% da população mundial vivia em cidades. Neste período surgem as teorias behavioristas da aprendizagem com a formulação de princípios “associacionistas” da aprendizagem. O objetivo geral era derivar leis elementares de aprendizagem e comportamento que podiam então ser estendidas para explicar situações mais complexas.
Ao ser encontrado não conseguia caminhar direto, não compreendia nada o que lhe diziam, só sabia dizer “quero ser cavaleiro”. Era visto como um garoto selvagem, era diferente, enxergava no escuro, se comunicava com animais, tinha medo de galinhas... Era curioso e conseguia memorizar algumas coisas com facilidade, foi considerado atração da cidade e colocado num circo juntamente com um anão, um autista e um índio...
Foi colocado em uma prisão em que tinha contato com os filhos do carcereiro que auxiliaram muito no seu processo de socialização e desenvolvimento da fala, se alimentava com água e pão, com o tempo aprendeu a comer outros alimentos, demonstrando a importância das práticas culturais e da interação social na definição do desenvolvimento da linguagem do sujeito.
Mais tarde foi morar com um professor que se dedicou ao processo de socialização de Kaspar Hauser, desenvolveu a fala e conseguiu lembrar de algo que acontecia em sua infância: disse que uma pessoa lhe deixava alimentos enquanto dormia, mantendo-o isolado, mas não conseguiu conhecer essa pessoa.
Uma emboscada foi armada para Kaspar, com a promessa de receber informações sobre seu nascimento. No local marcado ele levou uma facada no peito, morrendo três dias depois (acredita-se que foi assassinado pelo próprio pai, com medo de ser reconhecido).
Kaspar Hauser foi criado no isolamento e privado de educação, ao ser deixado na cidade vê tudo com estranhamento. Somente depois ocorre seu processo de integração a sociedade, no qual o seu instrumento principal será a linguagem falada e posteriormente a escrita, pois com o tempo aprende a falar, mas a linguagem ainda não lhe permite compreender o mundo que o rodeia como demonstra em uma frase: “O homem que construiu esta torre devia ser muito alto”, modificando a sua conduta pessoal. Mais tarde tentava contar histórias que apareciam em sua mente mas não conseguia contar, transformar em palavras o seu pensamento (a governanta da casa do professor em que Kaspar Hauser foi morar falava quero que você aprenda uma história, mas não deve contá-la se souber só o começo), não gostava que as pessoas lessem seus escritos pois dizia que precisava ter mais conhecimentos.
Referente a imposição de linguagem de Kaspar Hauser as pessoas que o rodeavam tentavam impor todos os tipos de signos para Kaspar Hauser, mas ele não era capaz de compreender o contexto dos mesmos (em sua fala demonstra que reconhecia a sua falta de conhecimento: primeiro preciso aprender a ler e a escrever para depois entender o resto)  ou seja Kaspar Hauser não conseguia compreender o significado das palavras, o que elas representavam, devido ao seu processo de socialização e aprendizagem.
A socialização e a interação social de Kaspar Hauser, apesar de ter adquirido a linguagem, não foram suficientes para atrelar significado as coisas e ao mundo que o rodeava.

Como ensinar ao outro algo que esteja fora de sua compreensão imediata? Com a intervenção do outro pode ir além. Ensinar humaniza. Humanização é a aprendizagem da cultura. Desenvolvimento cognitivo e cultural do indivíduo. Tornar as vontades potencializadas, condição de auto controle da conduta se deve a cultura.
Os valores humanos, a noção de ética, os preconceitos... deveriam ser entendidos como modos socialmente gerados de ver o mundo e viver nele.  Em outras palavras, não haveria razão para o personagem Kaspar Hauser pensar sobre si mesmo em termos de um ser diferente. Para entender como essas construções  ocorrem, o caminho lógico é examinar a linguagem, na medida em que é através dela que criamos e vivenciamos significados. Na linguagem está a promessa de reconhecimento; dominar a linguagem, um certo idioma, é assumir a identidade da cultura.   Essa promessa não se cumpre, todavia, quando vivenciada por Hauser. Mesmo quando o idioma é “dominado”, resulta a ilegitimidade, da não aceitação pela comunidade local. Caso um homem não se comporte como recomenda a cultura local é regeitado, excluído (considerado inautêntico).
A língua também levanta outras questões mais radicais sobre o seu papel na formação dos sujeitos humanos. Ela também fornece os meios pelos quais as pessoas são capazes de se expressarem e se entenderem. A linguagem influência até nos métodos pelos quais as ciências são construídas tendo como exemplo o processo aberto para relatar o momento em que o personagem é encontrado até o momento de sua exumação.
A liberdade requer visibilidade, mas, para que isso aconteça, faz-se necessário um mundo de outros.Esquivar-se do mundo (como Kaspar tentou fazer) é uma ladeira escorregadia que, no final das contas, leva a perda de si mesmo...
Preconceito Linguístico: Segundo Marcos Bagno, com sua preocupação de alertar para toda e qualquer forma de dominação e preconceito, mostra um outro aspecto da linguagem, mostra um outro tipo de utilização da linguagem, onde a finalidade básica não é comunicar, mas manipular, dominar, cercear, a própria comunicação. Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de 'comunicar', de 'transmitir idéias' - mito que as modernas correntes da lingüística vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento". Esse preconceito linguístico é percebido no filme na cena em que um professor de lógica formula a Kaspar uma situação em que haveria apenas uma solução e Kaspar encontra outra.

Observação: Signo -  abstração - linguagem é um sistema de signos . A fala é comunicação articulada representada pela escrita. Com a fala o sentido social da palavra é generalizada. O signo linguístico é a associação que fazemos em nosso cérebro de um significante mais um significado. O significante é a imagem acústica,e o significado é o conceito que damos ao significante, assim o signo é a união do significado mais um significante.

Fonte: O Enigma de Kaspar Hauser (1812?-1833): Uma abordagem psicossocial, de Maria Clara Lopes Saboya. Disponível em 17/08/2015. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0103-65642001000200007&script=sci_a...

Questão 2
2) Nesta unidade refletimos sobre o sujeito jovem, as práticas de linguagem e os direitos de aprendi¬zagem. Para que possamos agora investigar formas de levar essas reflexões para a atividade edu¬cativa, propomos um exercício que leve em conta a realidade dos estudantes, e que compreende quatro etapas, quais sejam:
a) Em conversa com seus alunos, levante cinco práticas de linguagem (interação/expressão) que estão presentes em suas vidas.
b) Aponte como elas poderiam ser mobilizadas como atividades de ensino e aprendizagem, quais conhecimentos da área de linguagens estariam presentes e quais direitos à aprendiza¬gem e ao desenvolvimento humano seriam contemplados.
c) Em uma roda de conversa, exponha seu levantamento e reflexão aos colegas.
d) Considerando os levantamentos expostos por todos os colegas, desenvolvam uma discussão, contemplando o alcance dos direitos e as possibilidades de trabalhos interdisciplinares.
  A prática de linguagem não é simplesmente um código para transmitir informações ou uma maneira de expressar o pensamento, pois, a mesma, proporciona a interação com o outro e a partir daí, produz significados. Nossos estudantes utilizam várias práticas de linguagem para se comunicar como: Celular, jogo, a internet, filmes, música  festas nos fins de semana, o jogo de futebol com os amigos,  conversa informal com pais, amigos, familiares etc. Isso faz com que todos interajam e permite  ter acesso a qualquer informação  ao mesmo tempo.
Quando se fala em origem da linguagem temos um duplo sentido: a linguagem como capacidade do homem se comunicar, por ser uma propriedade essencial à sua espécie e a outra através das manifestações realizadas por sinais construídos.
A língua teve sua origem através da linguagem, língua e a mesma é uma instancia de comunicação utilizada pelas pessoas que formam uma comunidade. Cada grupo possui sua língua, ou seja, sua maneira de se comunicar entre outras línguas e é através desta língua com seus diferentes signos linguísticos que cada comunidade se comunica.            Desta forma, a área de linguagem possibilita vários trabalhos interdisciplinares, envolvendo a cultura, a ciência, o trabalho e suas tecnologias e pode ser abordada em sala de aula com temas que estimulem o aluno dentro do seu interesse levando  em consideração suas experiências e realidades.
Quando orientados a cerca dessa comunicação os alunos compreendem seu contexto e assimilam melhor o conteúdo entendendo  porquê” dessa prática de linguagem presente na vida deles atrelada à aprendizagem.   

QUESTÃO 3
Uma forma de mobilizar vários dos conceitos discutidos nesta unidade passa pela possibilidade de planejar um trabalho interdisciplinar, em que linguagens e as diferentes dimensões do currículo: trabalho, cultura, ciência e tecnologia apareçam entrelaçados com um tema de interesse dos jovens de Ensino Médio. Entre tantos possíveis, um desses temas poderia ser estudar o que “faz a cabeça” das pessoas, particular-mente dos jovens, em relação ao padrão corporal, o “ideal estético” a ser alcançado por homens e mulheres.
Para desenvolver um trabalho nessa linha, uma possibilidade seria debruçar-se sobre uma revista ou outro artefato cultural consumido pelos jovens da sua escola, na qual o padrão corporal fique sempre em evidência. Dessa forma, para desenvolver essa atividade recomendamos que o grupo de professores escolha uma revista específica, preferencialmente, disponível em internet.
Essa abordagem pode ser realizada em duas etapas. A primeira delas seria a da análise. Tomando como base os conhecimentos das diferentes disciplinas da área de Linguagens e de disciplinas de outras áreas, os estudantes seriam desafiados a analisar a revista em diversas perspectivas, passando tanto pelo conteúdo, como pela identificação dos gêneros textuais predominantes, os efeitos de sentidos procurados, o uso das imagens, o desenho, organização etc.
Professores, tomando como referência essa proposta de trabalho interdisciplinar, perguntamos: Qual seriam, em sua perspectiva, os conhecimentos mais “valiosos” que o seu componente curricular poderia aportar para a análise? Qual é a relação desses conhecimentos com as dimensões trabalho, cultura, ciência e tecnologia discutidas nesta unidade?
Na segunda etapa do trabalho, haveria a possibilidade de mobilizar os estudantes para a produção de uma revista (ou artefato similar) para tratar do tema padrão corporal a partir de um ponto de vista diferente daquele defendido e difundido pela revista analisada. Nesse contexto a pergunta é: Professores, na perspec-tiva de seu componente curricular, que conhecimentos são necessários para potencializar a “produção” da revista pelos alunos, tanto no que se refere ao conteúdo como a sua forma considerando o público para o qual ela é direcionada?
Agora, tendo respondido as questões referentes às duas etapas dessa atividade pedagógica pediríamos que você, professor e professora, discutisse com os colegas sobre as possibilidades oferecidas por projetos como este para o trabalho com os estudantes, assim como para o desenvolvimento de práticas de ensino interdisciplinares.

A linguagem tem um funcionamento e a finalidade de sua produção é a comunicação. Por meio das linguagens, o homem constrói sua identidade e subjetividade, compreendendo e relacionando o mundo em que vive.
A terceira unidade, da apostila da Formação de Professores do Ensino Médio, Etapa II, caderno IV, p. 31, aborda as dimensões do trabalho, cultura, ciência e tecnologia na área das linguagens. Essas linguagens são necessárias para integrar o homem como um todo, por isso é importante que os alunos compreendam sua necessidade ao entrar no mercado de trabalho, pois este ocupa um lugar de extrema relevância na configuração das relações humanas, na particularidade das diferentes culturas e nos grupos sociais que as constituem.
O trabalho é tomado como princípio educativo originário, articulado e integrado as diferentes disciplinas ou áreas do conhecimento. A escola de Ensino Médio deve atuar como uma comunidade de aprendizagem, em que os jovens desenvolvam uma cultura para o trabalho e demais práticas sociais por meio do protagonismo em atividades transformadoras. Ao realizar tais atitudes, poderão explorar interesses vocacionais, além de perspectivas pessoais e de organização social. Ao mesmo tempo, estarão construindo sua autonomia, ao formular e ensaiar a concretização de projetos de vida e de sociedade.
Segundo as DCNEM a Ciência tanto quanto possibilita o acesso a conhecimentos científicos e tecnológicos, também tem o compromisso de promover a reflexão crítica sobre os padrões culturais que constituem normas de conduta dos grupos sociais. A linguagem da ciência é mais especifica e requer um conhecimento acadêmico para que se faça melhor uso dela, visando o reconhecimento do seu papel na produção de novos conhecimentos.
Quanto às tecnologias na área de linguagem, estas modificam as relações na medida em que transformam os meios através dos quais agimos. A atividade educativa da área de linguagens pode manter vínculo com as tecnologias, visto que se deve propiciar situações de aprendizagem em que haja a problematização e releitura das visões acerca do conhecimento do papel do estudante e dos professores, permitindo o desenvolvimento do processo e a realização de projetos nos quais os alunos estabeleçam conexões entre o conhecimento adquirido e o pretendido.
Por fim, para a dimensão cultural o caderno apresenta três abordagens para serem trabalhadas: a apropriação de diferentes práticas sociais, os conhecimentos necessários para melhor compreender as tendências culturais contemporâneas que se manifestam nas diferentes formas de linguagem e as possibilidades oferecidas pelo universo das diferentes práticas culturais no campo laboral. Compreende-se cultura como a articulação entre o conjunto de representações e comportamentos e o processo de socialização, constituindo o modo de vida de uma população determinada. Todas as atividades da escola são curriculares, por isso cultura e conhecimento são indissociáveis e para que haja conecção entre currículo e a vida deve-se promover aprendizagens curriculares relevantes para os alunos.
Uma sugestão para elaboração de Revista em sala de aula está no Livro Didático Cereja, William Roberto. Português: Linguagens, 3º ano, 9ª edição – São Paulo -Saraiva – 2013. P.129 130/131. Vivências – Projeto - Arte e Ciência em Revista.
Etapas que envolvem a produção e divulgação das revistas literária e científica:
1. Formatação do material: um grupo cuida da parte digital do trabalho. Por isso, pensa e discute um projeto gráfico para a revista, decidindo, entre outros aspectos sobre:
*os programas a serem utilizados,
* como será a diagramação do material: número de colunas, tamanho do corpo, tipo de letra, uso de molduras, fundos com textura ou cor, etc.,
* como processar a matéria, de modo que ele esteja pronto para ser diagramado,
* quem realiza a tarefa da diagramação.

2. Edição do material: um grupo cuida da parte editorial do trabalho. Por isso, discute e delibera sobre os seguintes aspectos:
*qual será o nome da revista;
* a produção de um editorial ou texto de apresentação da revista;
* aprovação, em parceria com o grupo de formatação, do projeto gráfico da revista;
* elaboração de créditos, informando o tipo de participação de cada aluno na revista;
* escolha de fotos, planejamento de ilustrações, fotomontagens e de como estabelecer a relação entre imagens e textos verbais, em parceria com o grupo de formatação;
* o número de páginas da revista e o número de textos por páginas;
* o critério para a inclusão de textos na revista, caso não seja possível a inserção de todos.

3. Imagens: fotos, ilustrações, fotomontagens . Um grupo fica responsável pelas imagens da revista. Por isso, participa, com as equipes de formatação e edição, das discussões que envolvem a parte visual da revista e detalha, entre outros aspectos, sobre:
*o loyout da capa;
*o loyout do editorial ou texto de apresentação da revista;
* o número de páginas do texto ;
*os tipos d imagens a serem utilizados: fotografias, ilustrações, fotomontagens, quadrinhos, cartuns, etc,;
*quem faz a produção e/ou coleta das imagens.
4. Divulgação da revista. Cabe ao grupo o planejamento e execução da revista. Um grupo fica responsável pela criação de um blog da classe para a postagem da revista e, entre outros aspectos, delibera sobre;
*a possibilidade de os leitores interagirem por meio de algumas ferramentas, postando comentários, elegendo os melhores textos, encaminhando para um amigo um texto de que gostaram, etc.
* formas de divulgação do endereço do blog: por e-mail, pelas redes sociais, por cartazes afixados na escola, etc.

QUESTÃO 4
Ao longo desta unidade, promovemos reflexões em torno do fazer pedagógico e sua relação com o currículo, sob diversas perspectivas. Retomando as reflexões teóricas sobre a atividade educativa na atualidade, influenciada pelos impactos das tecnologias digitais, bem como as considerações de Libâneo aqui abordadas sobre a pedagogia como forma de humanização das pessoas, considere:
1. Discuta com um grupo de colegas as implicações dessas ideias para o seu componente curri¬cular.
2. A partir das discussões com seu grupo, reflitam em conjunto sobre a metáfora da árvore e o fazer pedagógico. Procurem identificar algumas práticas (recorrentes) dentro de seu componente. No contexto das folhas, abordem as técnicas mais usadas e articulem-nas às práticas, às ideias, pensamentos e valores que as norteiam, ou seja, ligando-as à raiz (filosofia educacional) e ao tronco (pedagogia).
3. Por fim, discutam qual é a relação do que foi levantado com a formação humana integral dos estudantes.

FONTE:(Monte Mór, 2011;Ono,2013 Maciel, 2014)
A metáfora da árvore nos mostra que as raízes representam a fundamentação teórica estudada, o tronco simboliza a pesquisa, o método utilizado, os galhos e as folhas são as atividades desenvolvidas e os frutos representam os registros reflexivos.
Diante desta situação deparamo-nos com uma pergunta: até que ponto as linguagens e seus códigos são eficazes como elementos de formação e sociabilidade humana? Poderíamos utilizar o exemplo do filme e transportá-lo para a sala de aula, a fim de nos levar a um questionamento sobre a validade e eficácia dos códigos. Será que de fato nossa linguagem cumpre seu papel? Será que consegue comunicar efetivamente todos os significados dos fatos sociais e dos fenômenos que percebemos? E a linguagem dentro das outras linguagens como se constroi?
Essas reflexões são importantes, a cerca do tema abordado, porque apontam para o paradigma de uma educação plural e integral do indivíduo levando-nos crer no quanto a linguagem e a cultura representa para o desenvolvimento psicológico do indivíduo, e quando privado destas as consequências são danosas, pois a linguagem nos oferece um leque de opções e mudanças e reescreve a história de nossas vidas.
A questão do fazer pedagógico tem sido bastante discutida. Embora que o saber não chega sem a procura, e os docentes precisam se conscientizar de que o fazer pedagógico só tem eficiência quando mudamos nossa prática educativa buscando atender às necessidades reais e urgentes dos nossos alunos. E, um dos grandes desafios dos educadores é penetrar no mundo real dos educandos, e isso acontece quando estes acreditam no trabalho que os mesmos realizam na coautoria de seus fazeres.
Para fazer essa relação do professor pedagógico com o processo de ensino e aprendizagem, é necessário falar sobre as práticas educacionais, uma vez que o professor poderá organizar uma ação adequada para as reais necessidades dos alunos. Considerando que a escola é um ambiente muito diversificado, onde as práticas variam de acordo com os professores que as realizam. Salientando que, e, em qualquer prática executada deve-se haver um planejamento, pois este possibilitará ao docente expor de maneira mais clara e eficiente os conteúdos ministrados para seus alunos. Analisando a utilização da tecnologia como prática pedagógica, há muitos docentes com dificuldades na sua utilização pelo fato de manterem enraizadas as características do ensino tradicional, e não saberem ajustar satisfatoriamente esse recurso a sua prática pedagógica.
“Portanto, não se pode pensar em metas estritamente objetivas ou avaliações padronizadas. Trabalhamos com a subjetividade, ou subjetividades. Não lidamos com produtos prontos ou que serão ‘aprontados’. Aliás, os seres humanos estão num constante tornar‐se, buscam seu aperfeiçoamento de maneira   contínua, assim como é constante seu desenvolvimento e aprendizagem.   Logo, não podemos pensar em um fazer pedagógico que esteja desconectado dessa realidade, que não se proponha a materializar a função e o compromisso social de uma instituição que para tanto, não se vincula à pretensão de atender as premissas da produtividade, da eficiência, da lógica de mercado. É preciso encontrar saídas para construir uma escola com qualidade social, que interesse e seja interessante a quem dela verdadeiramente necessita. Caminhando na perspectiva da criticidade e da construção de uma sociedade reflexiva.
Logo, as propostas teóricas de transformação das metáforas conceituais ligadas ao conhecimento e à linguagem não são capazes de, por si só, gerar rapidamente transformações profundas no discurso e, consequentemente, nas práticas pedagógicas dos professores. Esta não é, contudo, uma conclusão pessimista. Na verdade, se acreditamos que mudanças conscientes na concepção dos fenômenos ligados à aprendizagem não transformam automaticamente a realidade de sala de aula, isso não quer dizer, no entanto, que essa tomada de consciência não seja um passo essencial para qualquer mudança.”(ESPAÇO DO CURRÍCULO, v.7, n.1, p.184-192, Janeiro a Abril de 2014 http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/viewFile/19850/10999)

O processo escolar tem uma importância vital na formação integral do cidadão. É neste ambiente educacional e social que se dá o encontro dos diversos sujeitos, das diversas culturas e linguagens. Toda atividade educativa tem por objetivo construir saberes a partir da atuação dos sujeitos em práticas sociais, buscando a valorização e o respeito mútuo entre estas diferenças. Quando as práticas de linguagem atuam no espaço escolar, elas fazem transparecer as identidades dos diversos grupos sociais, e é justamente este o fator que integra conhecimento, saber e reflexão que passam a fazer parte desta relação de constituição do sujeito.
A atuação dos sujeitos em práticas sociais é o objetivo maior quando se trata dos componentes curriculares da área de linguagem. A prática de linguagem está inserida como parte do processo de aprendizagem e é a partir dela que o sujeito se integra em experiências e reflexões que o levam à consciência da construção do saber, e consequentemente, desenvolvendo a autonomia na sua formação.
“O homem se sabe que é inacabado e por isso se educa. Não haveria educação se o homem fosse um ser acabado. O homem pergunta-se: quem sou? De onde venho? Onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado  momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta autorreflexão, pode descobrir como um ser inacabado, que esta em constante busca. Eis aqui a raiz da educação” (Paulo Freire 1979)

AS FOLHAS: Segundo Mór “as folhas são as partes da árvore que possuem mais visibilidade e podem ser vistas a distância. Nesse raciocínio, a prática de sala de aula corresponderia ao topo da árvore”. Uma visão centrada nas folhas parece ser muito restrita, principalmente porque entende os professores como reprodutores, ignorando seu papel como agente político. Olhar para o trabalho dos professores focalizando apenas as técnicas para transmissão de conteúdos parece-nos não abrir espaço para a compreensão do papel educacional de maneira mais abrangente. EX: Monólogo expositivo

O TRONCO: Corresponde a uma pedagogia, que por sua vez é mantida pela raiz. “Monte Mor (2011) chama a atenção para o fato de que alguns professores se preocupam mais com as práticas e técnicas da sala de aula e parecem não ter consciência das visões pedagógicas e filosóficas da educação que fundamentam suas escolhas.” EX: Sabe o conteúdo e o expõe de forma didática tradicional, mantendo a postura corporal inflexível, a voz impositiva e a confiança inabalável.

AS RAIZES: Filosofia da educação. Teorias que baseiam os métodos pedagógicos. A autora enfatiza que essa é uma postura que merece ser revisitada, na medida em que a árvore interage com o meio. Pensar em conteúdos e técnicas demandará, nesse sentido, a reflexão sobre o que fazemos aliada à problematização acerca do modo como fazemos e do por que fazemos, da forma como fazemos. Não menos importante é a reflexão sobre os impactos que nossas escolhas e ações podem vir a ter na vida dos estudantes e da sociedade como um todo.
O agir na sala de aula deve estar precedido de preocupações do agir pedagogicamente a partir das especificidades do contexto e das particularidades do perfil dos estudantes, aliando as práticas educativas a um incessante refletir sobre seus porquês e sobre os valores e ideologias que elas carregam e veiculam.
O papel do professor não se resume a selecionar conteúdo e escolher técnicas para aplicá-los, ele também pode possibilitar que os aprendizes reflitam sobre seu papel na sociedade, como a linguagem esta estruturada e a que interesses ela serve.
Que valores norteiam a aula em forma de monólogos expositivos, impositivos, autoritários, estagnados e incipientes
Ex: Mapas (Centralidade europeia), linguagem nos livros didáticos (imagética e escrita), Estudo das doenças, Política (fala do Papa), Língua oficial (São Paulo).