Leiturizar consiste em fazer os leitores entrar em contato com sua realidade

 O simples processo da aquisição da tecnologia do escrever e do ler, não nos torna necessariamente praticantes da leitura e da escrita. Dessa forma o jovem que consegue ler determinado texto, quando lhe é entregue um livro ou revista não consegue passar da decodificação das letras, segundo o conceito de letramento e, não pode ser considerado um leitor, pois não abstraiu a leitura como um todo. Segundo Froucambert, a metodologia  alfabetização já está equivocada em sua denominação. Deveria chamar-se "leiturização", pois a utilização lógica da leitura e escrita de textos que circulam no meio em que o aluno vive é de vital importância. Para ele, aprende-se a ler lendo as coisas que já fazem parte do dia -a-dia, coisas de ler, e não textos preparados para ler. Nesse contexto, as leituras tradicionalmente apresentadas nas escolas  de Ensino Médio não seriam eficientes para dar essas respostas. A prática defendida pelo autor seria de uma "política de leiturização", a qual mais do que alfabetização, levaria o aluno a entender e questionar o que está lendo. A leiturização é um processo muito mais amplo de abstração no ato de ler. Ela vai, da simples decodificação das palavras e símbolos descritos, ao entendimento global da leitura. Isso se dá em função da bagagem que cada um traz dentro de si. O confrontamento com o que já sabe e o desconhecido apresentado no texto faria com que o jovem compreendesse seu real significado e elaborasse a partir daí, um novo conceito. Enquanto as pessoas continuarem a ler com os "olhos fechados", permanecerá o domínio daqueles que lêem a linguagem do mundo. " A leiturização é projeto de uma outra escola, deste novo século e novos desafios que se apresentam. (Foucambert, 1994). Baseado no livro A leitura em questão. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994.

Comunidades: