Juventude - Colégio Estadual Alberto Santos Dumont -Cafelândia PR - NRE Cascavel

Juventude! Escola! Professores! Trabalho!
Necessitamos de mudanças. Por onde começar?? Há urgência na reinvenção da escola. Precisa-se aprimorar o educando como pessoa humana. Para isso é necessário considerarmos o jovem como protagonista de todo o processo. E sendo ele protagonista e construtor de seu destino, poderemos, e devemos ajudá-lo a compreender suas experiências, necessidades e expectativas. Precisamos mostrar a ele que tem a escolha de transformar e dirigir sua realidade.
Para construir sua identidade ele precisa do apoio da família, da escola, dos professores. Ele não vem pronto e acabado para a escola, mas em processo de identificação. Precisamos conscientizá-lo que a construção de sua identidade é tudo questão de escolhas e não uma imposição da escola ou professores. Tudo depende exclusivamente das escolhas que faz, fez e fará. 
E a velocidade que temos hoje precisa ser levada em consideração no nosso desafio de conhecer e principalmente compreender o jovem. Ele necessita ser visto como sujeitos de direitos e de cultura e não apenas como objetos de nossas intenções educativas.

A juventude interage cada dia mais com as tecnologias e as utilizam para produzir e orientar seu comportamento. Acredito que podemos afirmar que elas conduzem a existência de muitos jovens. São jovens nascidos na era digital.
E a escola e os conhecimentos curriculares estão perdendo espaço nessa disputa com o ciberespaço e a cibercultura. Só conseguiremos avançar nessa área se aliarmos toda essa tecnologia existente como ferramenta para facilitar nossa interlocução e nosso diálogo com os jovens. Precisamos ter a cibercultura como aliada do trabalho escolar.
Projetos de vida – toda projeção que fazemos para o futuro vai modelando nossos projetos de vida.
Muitas vezes nos queixamos que nossos jovens, muitas vezes, estão sem ambição e sem perspectiva para o futuro. Esquecemos que nós precisamos orientá-los em suas escolhas. Eles precisam aprender a escolher. E essa escolha é também objeto de aprendizagem.
Trabalho – escola – jovem
A satisfação imediata que o trabalho produz com relação a sobrevivência, o êxodo de uma situação de pobreza e um projeto de vida também imediato é uma cena enfrentada por muitas instituições de ensino para segurar o jovem na escola.
De acordo com as novas DCEs EM, o trabalho é entendido como um dos princípios educativos básicos do Ensino Médio. O jovem então precisa receber uma formação geral para a vida, articulando ciência, trabalho e cultura.
Juventude – território – participação – escola
O território se define pelo uso que as sociedades e comunidades humanas fazem do espaço. Nele as relações de poder se constroem o que desvela as desigualdades. Toda pluralidade cultural pode ser detectada em cada território. Dentro de cada território precisa-se estimular a participação cidadã que se estabelece com a aprendizagem de valores, dos conteúdos cívicos, histórico da democracia e também das regras institucionais. A escola é o lugar adequado para aprender e vivenciar toda a participação cidadã.
É um desafio. Precisamos orientar o jovem a respeitar, perceber e reconhecer o outro respeitando suas diferenças.  E sendo ele protagonista, participando ativamente das decisões na escola com certeza ele terá estímulo para novas aprendizagens.
A escola é a instituição central na vida jovens. Os sentidos e significados da escola para eles depende das experiências individuais, dos interesses e das identidades que se constroem partir da realidade vivida e das interações com outras pessoas e instituições. É papel da escola construir um vínculo entre a identidade juvenil e a experiência de ser aluno.

Antes de qualquer ação o professor deve ter em mente que se ele não recebe ajuda ele deve se ajudar. deve procurar o conhecimento necessário para auxiliá-lo em suas tarefas.

Como afirmam Sandra Maria Nascimento de Mattos e José Roberto Linhares de Mattos " A formação deve estar em primeiro lugar em sua carreira, senão perderá esse dom, deixando-o escorrer por entre seus dedos. E as qualidades necessárias ao bom professor ou professora são as dimensões que envolvam as qualidades emocionais, políticas, éticas, reflexivas e críticas, e sobretudo as de caráter do saber: o conhecimento acima de tudo e a pesquisa constante."

Para Paulo Freire existem saberes necessários à prática educativa:
1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica: significa dar condições ao educando em aprender criticamente, que sejam criadores, instigadores, inquietos, curiosos, humildes e persistentes; desse modo, não devemos estar certos de nossas certezas;
1.2 Ensinar exige pesquisa: significa que todo professor ou professora é um pesquisador; pois o que faz um bom professor ou uma boa professora é a constante atualização, seu aprimoramento; visto que somos seres históricos e que fazemos história constantemente num mundo onde o conhecimento também tem sua historicidade;
1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos: significa que o professor ou a professora deve mostrar ao seu aluno que sua experiência influencia a maneira como ele aprende os conteúdos instituídos e, faz com que ele possa refletir e agir sobre sua realidade, a fim de transforma-la; 1.4 Ensinar exige criticidade: significa que o professor ou a professora deve ser crítico
em sua prática; como age, como leva seu aluno a produzir seu conhecimento;
1.5 Ensinar exige estética e ética: significa que o professor ou a professora deve estar comprometido com os resultados de sua ação pedagógica, visando a melhoria da qualidade de vida do aluno;
1.6 Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo: significa que o professor ou a professora tem o dever de dar exemplo, de falar o que realmente faz, de contribuir para o crescimento da cidadania;
1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação: significa que o professor ou a professora deve estar livre de qualquer pré-conceito, de rejeitar qualquer proposta que não seja válida para seus alunos;
1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática: significa que o professor ou a professora deve estar atento a sua prática de hoje e de ontem para que possa melhorar a próxima prática;

e 1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural: significa que o professor ou a professora deve assumir-se como ser pensante, histórico, social, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de reconhecer o outro, capaz de ter raiva e capaz de amar.
Esses são os saberes necessários à uma boa prática educativa, à uma prática com responsabilidade e com comprometimento tanto dos resultados como da qualificação profissional de cada educador ou educadora. Paulo Freire afirma que:
“O que importa, na formação docente, não é a repetição mecânica do gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem.”
“Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e de outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. Conhecer não é, de fato, adivinhar, mas tem algo que ver, de vez em quando, com adivinhar, com intuir.” ( FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 28a ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003.)

Não podemos ficar de braços cruzados nos queixando da realidade.

Precismos agir.

Precisamos Estudar.