COLEGIO ESTADUAL ANTONIO DE CASTRO ALVES
Capitão L. Marques - Pr
Os professores do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonio de Castro Alves abaixo descrito, coletivamente realizaram discussões sobre as ações e reflexões propostas no caderno Il etapa II conforme segue:
Coordenadora: Maria das Graças Pilger
Professores: Beatriz Batista Nunes, Bruna, Leticia Dalcanalle, Claudia Luiza Perin Turatto, Denise Casola Nascimento, Fiorinda Moreira Pessatto, Maria Glória Debona, Marina Tristone, Marines Kanieski, Neuza Terezinha Gnoatto, Nivaldo Fontanelli, Noely Maria Ost, Sandra Luiza Parolin, Sandra Maria N. Favretto, Solange Grosseli Neves Paini e Alessandra Eliza Noschang.
As atuais DCNEM foram discutidas pelo coletivo, reforçando a idéia ao destacar o protagonismo dos jovens estudantes como sujeitos do processo educativo. Podemos concluir que nós, profissionais da educação, somos chamados a reinventar a escola junto com nossos estudantes, ao mesmo tempo em que buscamos garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento do educando por meio de sua formação ética, do desenvolvimento da sua autonomia intelectual e do seu pensamento crítico. Mas resta nos desafiar: Será que podemos afirmar que, efetivamente, conhecemos nossos jovens estudantes do Ensino Médio? Quando e onde eles nasceram? Com quem vivem? Como gostariam de viver? Qual é o valor da família e dos amigos para esses jovens? Como eles lêem o mundo? Será que a escola contribui para práticas de leitura de mundo realizadas pelos jovens estudantes? O que eles esperam dos estudos escolares? Os jovens estudantes do Ensino Médio que freqüentam o período diurno apresentam as mesmas demandas daqueles que freqüentam o período noturno? As Ciências Humanas são valorizadas e trabalhadas para com nossos jovens estudantes? Os estudos tradicionalmente propostos pela área das Ciências Humanas se aproximam dos interesses e necessidades dos estudantes do Ensino Médio?
A partir destes questionamentos podemos estabelecer diálogos e construir relacionamentos profícuos, pois problematizar as relações entre os sujeitos na contemporaneidade, ressaltando as relações entre os sujeitos integrantes das comunidades escolares, é também uma de nossas intenções.
Sabemos que a escola pública é o espaço onde o diálogo, a colaboração e o comprometimento coletivo podem potencializar os processos educativos dos sujeitos. Porém somos sabedores também de que as práticas de ensino alheias à realidade social da comunidade, o incentivo à competitividade entre os estudantes, a ausência de debates, de espaços de negociação e de participação democrática na gestão escolar apenas concorrem para o desencantamento com a instituição escolar.
Entendemos que é possível superar estes fenômenos considerados promotores do mal-estar em nossas instituições de ensino, construindo novos paradigmas de relacionamento com os jovens estudantes, além de garantir os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento por meio dos conhecimentos trabalhados pelos componentes curriculares da área de Ciências Humanas. Nesse sentido, o objetivo da escola deve ser a de desconstruir a “desbarbarização da humanidade”, por mais restritos que possam ser o alcance e as possibilidades atribuídas a ela.
A escola precisa ser construída pelos atores, pelos sujeitos, por suas experiências individuais e coletivas. “oferecer aos nossos jovens novas perspectivas culturais para que possam expandir seus horizontes e dotá-los de autonomia intelectual, assegurando-lhes o acesso ao conhecimento historicamente acumulado e à produção coletiva de novos conhecimentos, sem perder de vista que a educação também é, em grande medida, uma chave para o exercício dos demais direitos sociais”. (BRASIL, 2011, p.1).
O que podemos fazer é, antes de tudo, problematizar a historicidade e o alcance daquelas poderosas visões que constroem nossa realidade.
O diálogo entre os componentes curriculares das Ciências Humanas nos fornece pistas e caminhos metodológicos que nos permitem pôr em questão essas pré-noções.
Então, como poderíamos romper com o “senso comum”? Sabendo que desnaturalizar, estranhar e sensibilizar implica, em termos práticos, em um exercício de pôr em relação aquilo que conhecemos como evidências empíricas, inquestionáveis, existentes por si sós.
Em outras palavras, no âmbito do diálogo entre os componentes curriculares das Ciências Humanas, é preciso levar em conta uma prática científica que não se exima de pôr em causa suas próprias operações e seus instrumentos de pensamento, seus conceitos e teorias, como primeiro passo em busca da forma como outros instrumentos de pensamento, conceitos e teorias, muitas vezes popularizados, foram construídos.
Essa auto-reflexão é, talvez, a maior contribuição que os professores e professoras do Ensino Médio podem se apropriar para pensar os sujeitos da aprendizagem e a si próprios.
Diante deste cenário de mudanças, os profissionais da educação precisam refletir sobre os projetos pedagógicos em curso, dos elementos culturais como desdobramento do processo de humanização. Por outro lado, para nós professores, a problematização das novas tecnologias é uma interessante oportunidade para estabelecermos um diálogo mais próximo com nossos estudantes, conhecendo um pouco mais sobre suas visões de mundo, expectativas, dilemas e anseios.
Em suma, abrimos uma possibilidade metodológica de desenvolver projetos educacionais que abordem a relação entre as novas tecnologias e a sociedade, possibilitando tanto a compreensão da complexidade do mundo contemporâneo, como também permitindo a construção de espaços nos quais o diálogo entre saberes, fazeres e visões de mundo distinto possam contribuir para o desenvolvimento integral de todos e de cada um.