GRUPO DE ESTUDOS DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II – FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ
GRUPO DE ESTUDOS DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II – FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ
Professores: Aline Barros, Angelina Zandomenichi, Bruno Fernandes de Oliveira, Denise Locatelli, Ida Maria Longo Borges, Kathiane Ficanha, Luci Lourence Padilha Chagas, Marla Camila Brugneratto Antunes , Valmir Silva, Roseli Ribeiro de Jesus, Simone Mignoni Rizzon, Sirlei Aparecida Pimentel Gonzatto e Veronica Terezinha Kowlski
Orientadora: Marcia Prestes Belusso
Caderno II
CIÊNCIAS HUMANAS (GEOGRAFIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E HISTÓRIA)
Ao realizarmos os estudos do material proposto para Ciências Humanas, foi realizado uma pesquisa junto aos professores que atuam nesta área com o intuito de enriquecermos o estudo, conforme segue:
FILOSOFIA
Como ensina? (procedimentos)
Os procedimentos para ensinar filosofia são: livro didático (atualmente os mais utilizados são: Filosofando, Maria Aranha e Introdução à Filosofia da M. Chauí) como apoio, reflexões, debates, vídeos e participação ativa dos alunos e pesquisas.
Descrição do material utilizado:
No ensino de filosofia devem-se utilizar livros e reflexões sobre o pensamento conceitual filosófico. Dentro das possibilidades ofertadas temos o livro didático. Atualmente, os livros didáticos em filosofia são razoáveis. Em sua grande parte apresentam os principais conceitos de modo geral, não focando diretamente sobre o pensar filosófico ou uma análise analítica dos pensamentos dos filósofos.
Os debates - podemos elencar os cafés filosóficos - são importantes, pois é o momento que o aluno apresenta sua pesquisa sobre uma temática aos demais colegas e professor. Os debates possibilitam uma análise reflexiva dos alunos. Assim, podem alargar mais o conhecimento através de discussões.
Os vídeos ou filmes são necessários para que os alunos possam aplicar o conteúdo filosófico aprendido em sala de aula, no seu cotidiano ou nas coisas que o cerca. É um procedimento de ensino que possibilita ver como o pensamento reflexivo e crítico são necessários para a nossa formação humana.
Dificuldades, problemas, desabafo:
Ensinar filosofia ou ensinar filosofar na educação brasileira é uma tarefa difícil. Parece-me que os brasileiros, ainda, não adquiriram cultura de reflexões críticas. Outros problemas que os professores de filosofia encontram são: o fraco acervo de livros de filosofia nas escolas (o laboratório de filosofia é a biblioteca), os materiais multimídias são ultrapassados ou estão quebrados ou nunca estão disponíveis. A falta de articulação de outras disciplinas com a filosofia. A filosofia é um conhecimento que perpassa todos os demais conhecimentos do currículo escolar, por isso, é necessário haver uma interlocução entre os professores das demais disciplinas para que os alunos possam aprender o determinado assunto de modo completo, analítico e crítico.
Que elementos devem ser enfatizados?
A pobre e precária biblioteca de filosofia. Muitas escolas não têm em sua biblioteca livros clássicos de filosofia. A sua grande maioria tem livros introdutórios ruins e revistas com artigos avançados para os alunos, do ensino médio. Os alunos do EM precisam ler e compreender os principais filósofos, para depois compreender temas e conceitos mais complexos. A falta de livros clássicos dificulta o trabalho dos professores de filosofia.
Formas de trabalho com o grupo da escola:
Penso que falta articulação entre os professores de filosofia e das demais áreas de conhecimentos. O bom professor de filosofia tem sempre o que contribuir para as demais áreas. Acredito que faltam projetos como, por exemplo, cinema e filosofia, onde diversos professores poderiam trabalhar temas e conceitos importantes com os alunos. No entanto, pensar projetos para as escolas requer resolver vários problemas, entre eles: o político e a reformulação total de estrutura e organização escolar que os colégios atualmente enfrentam.
GEOGRAFIA
a) Por que Geografia no Ensino Médio?
A geografia é uma ciência que tem como um dos objetivos o conhecimento global da Terra. Hoje, a geografia se torna instigante, desafiadora, abordando temas que fazem parte das conversas cotidianas, dos noticiários diários, refletindo o pensamento dos estudiosos e personalidades dos nossos dias.
b) O que ensina a Geografia?
A geografia é a ciência que estuda a terra e as relações entre o homem a sociedade para como os fenômenos físicos, biológicos e humanos os quais variam no espaço.
c) Como Ensinar?
A observação, descrição, experimentação, analogia e síntese devem ser ensinadas para que os alunos possam aprender a explicar, compreender e até mesmo representar os processos de construção do espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territórios. Apesar das diferentes perspectivas da geografia a maneira de ensiná-la, de repassá-la aos alunos baseia-se na introdução e exposição que o professor faz da disciplina, além do auxilio do material didático. Para comprovar se os alunos são adquiriram os conhecimentos necessários são aplicados testes e exercícios que possam comprovar se o conteúdo foi assimilado ou não.
d) Descrição do material utilizado.
Para desenvolver as aulas, são necessários recursos que auxiliem o processo ensino-aprendizagem, os chamados recursos de ensino. São materiais didáticos que possuem caráter instrumental como livros, os mapas, as fotografias, gravuras, filmes e os recursos naturais.
e) Dificuldades e problemas.
A Geografia é uma disciplina interdisciplinar. A maior parte dos alunos tem dificuldade de interpretação dos textos. Apesar de todos os dias assuntos de geografia serem abordados em reportagens e jornais os nossos alunos não tem hábito de assistir jornais e ler reportagens. Eles se sentem alheios aos acontecimentos mundiais, os mesmos não conseguem fazer uma relação dos fatos reais com o que esta escrito nos livros.
A disciplina de História no Ensino Médio
A história, enquanto uma ciência humana, é, portanto, com toda a sua carga de complexidade, tem a função de construir, a partir do presente do historiador, uma visão sobre o passado que nada mais é que uma investigação interpretativa e podem surgir outras interpretações de diversos ângulos e com diferentes abordagens.
História, contudo, tem dentro de si várias Histórias. Ela é plural tanto pela diversidade das perspectivas, a partir das quais é produzido, quanto pela riqueza dos temas que aborda. A História pode ser política, econômica, religiosa, das ideias, das mentalidades, dos costumes, da cultura, do cotidiano, das relações internacionais, das regiões, dos municípios, do mundo, antiga, medieval, moderna, contemporânea.
O desafio do professor de história reveste se de duplo significado. De um lado, é preciso selecionar os conteúdos a serem apresentados aos alunos o que, inevitavelmente, implica escolhas temáticas e a adoção de determinada versão dos acontecimentos. De outro, é necessário empenhar-se para que os alunos desenvolvam uma visão crítica.
Não existe uma maneira simples de ensinar história, o aluno precisa saber interpretar os fatos e não só decorar, precisa entender porque determinado fato aconteceu e quais as consequências. E o aluno do Ensino Médio muitas vezes até lê , mas não entende o que lê. Hoje o professor conta com vários recursos didáticos e precisa explorar qual é a melhor forma de ensinar determinado conteúdo. Tem que saber interpretar os fatos, ser capaz de ter uma opinião dos fatos atuais.
Dificuldades e problemas quem não tem, mas é papel do professor insistir de todas as formas que seu aluno demonstre interesse pela história. Para mim o maior problema é a dificuldade do nosso aluno interpretar o que lê,imagens e vídeos e até mesmo filmes históricos que podemos aproveitar e fazer um ótimo trabalho.
Por que Sociologia no Ensino Médio?
•A Sociologia é uma disciplina obrigatória no Ensino Médio brasileiro desde 2009 e está presente em todos os anos desse nível de ensino desde, pelo menos, 2012. No momento histórico em que vivemos, as Ciências Sociais são, mais do que nunca, instigadas a debater profundamente as aceleradas mudanças sociais, politicas, econômicas e culturais que presenciamos. Busca-se muito trabalhar essas mudanças, especialmente aquelas que se relacionam com a escola no que se refere a seus conteúdos e a seu papel social. Nesse cenário, em que novas demandas se apresentam, a escola é desafiada a redimensionar as práticas, os modos de pensar e os conhecimentos com os quais trabalha.
Se há, hoje, uma crise sobre o que deve ser ensinado, como apontam alguns sociólogos da educação, ela tem relação direta com o movimento de autorreflexão promovido pelas teorias contemporâneas das Ciências Sociais. Essa “crise”, na verdade, está associada às transformações no mundo do trabalho, na esfera doméstica e familiar, nos padrões culturais e econômicos trazidos pela globalização, bem como às questões sociais que emergem – entre as quais ambientais, pois o ser humano não pode ser dissociado do meio em que vive. No lugar da prática educacional instrumental, pretendemos promover uma educação que vise à formação cidadã, por meio da qual possamos vislumbrar esperanças de um futuro melhor, mais justo, igualitário, pacífico. Para tal, é necessário definir quais conteúdos precisam ser priorizados (porque esses e não outros), para que devemos ensiná-los (seus objetivos, o que queremos com eles) e de que forma podem ser bem trabalhados em sala (como ensiná-los de maneira significativa para o aluno). Propomos, portanto, um projeto didático – pedagógico do qual professor e estudantes são sujeitos.
Ainda que a educação tenha limites, ela permite a possibilidade de encaminhar e direcionar subjetividades para outra perspectiva de sociedade. Nesse, o retorno da obrigatoriedade da disciplina Sociologia no Ensino Médio, além de ser uma antiga demanda da sociedade brasileira, faz parte das buscas para responder às novas formas de organização das nossas instituições sociais. Essa disciplina também colabora no esforço para tornar a educação formativa, e não apenas instrumental como a que se viu ao longo da história brasileira.
O que ensina a Sociologia?
A intenção não é relatar o que aconteceu ou está acontecendo, para onde e como uma pessoa e com o mundo social está se movendo, mas fornecer lentes através das quais uma pessoa possa ver por si mesma, melhor e mais longe. Dizendo-o de modo menos metafórico, queremos fornecer uma linguagem, padrões de pensamentos e modelos de imaginação necessários ao pensamento informado e crítico.
Aqui temos de acrescentar outra ideia sociologicamente importante, o principio da reflexividade, segundo o qual o conhecimento tem consequências práticas diretas e imediatas para a sociedade humana. O que as pessoas pensam é fundamental para que elas passem à ação e, influenciando o próprio caminho e o seu futuro.
Quanto mais ricos os recursos, maior é a variedade de conceitos, modelos e teorias disponíveis; quanto mais profundo e critico o seu domínio, mais informadas e autoconscientes se tornam as ações humanas, sejam ações cotidianas de movimentos sociais, governos e outros. A abrangência e profundidade da imaginação sociológica é um fator importante na moldagem do destino da sociedade.
Podemos concluir que a sociologia é indispensável para o desenvolvimento critico. Aguça o poder de questionamento. A ver os mesmos panoramas a partir de diferentes perspectivas promovendo o contato do aluno com sua realidade dando-o uma compreensão de outro nível e critica, contribuindo expressamente para sua formação como cidadão.
Como ensinar?
Além de ensinar conteúdos das Ciências Sociais para seus alunos, o professor pode também ensinar-lhes uma metodologia de estudo, de forma que eles façam melhor proveito dos conteúdos vistos:
- A importância de uma técnica de leitura: uma boa técnica de leitura implica ler com objetivo determinado, propondo-se a compreender determinados assuntos, repassar o conteúdo e responder às questões levantadas. A leitura de textos científicos exige que o aluno analise e avalie o que leu, estando sempre atento ao vocabulário e aos conceitos utilizados. Nesse ponto, esclarecer dúvidas é sempre um passo indispensável, e os estudantes devem ser encorajados a fazê-lo, seja em aula, seja individualmente, utilizando fontes confiáveis previamente indicadas pelo professor.
-A leitura de textos científicos exige que o aluno analise e avalie o que leu, estando sempre atento ao vocabulário e aos conceitos utilizados. Nesse ponto, esclarecer dúvidas é sempre um passo indispensável, e os estudantes devem ser encorajados a fazê-lo, seja em aula, seja individualmente, utilizando fontes confiáveis previamente indicadas pelo professor.
- Aulas expositivas: Criar formas de estimular alunos a participar: questionando-os, por exemplo, sobre o texto lido; levantando pontos polêmicos trazidos pelo texto; pedindo-lhes que escrevam e/ou apresentem uma ideia central da leitura realizada ou da aula dada;
-Oralidade: Se da por meio de debates e discussões preparados com antecedência pelo professor, argumentando, contrapondo, justificando; realizando encenações (dramatizações) de algum conteúdo ou de parte dele; montando e organizando apresentando os trabalhos realizados em equipe ou individualmente.
-Apoio nas demais disciplinas: Para explicar as várias dimensões dos fenômenos sociais podem e devem dialogar com outras disciplinas, em especial aquelas que compõem as Ciências Humanas ( História, Geografia e Filosofia). Esse diálogo depende de o professor tomar a iniciativa de conversar com seus colegas para trazer informações e explicações, bem como programar atividades conjuntas sobre temas afins para enriquecer as aulas.
- Sistematização escrita: é possível propor a sistematização e o registro do conteúdo estudando na forma de frases sínteses em cartazes, noticias para um jornal ou blog, redação de um roteiro cinematográfico, de um conto, de uma crônica de uma reportagem, de uma narrativa analítica, etc.
-Materiais a serem utilizados:
O uso de linguagens como o vídeo, o cinema, o teatro, a mídias impressa e digital, entre outras, é importante tanto para a interpretações do conteúdo sociológico como para a apresentação dos trabalhos dos alunos. Explorar noticias, reportagens e artigos das diversas mídias e filmes aproxima o conhecimento teórico da realidade com que o aluno tem contato.
Dificuldades e desafios:
O primeiro: é o de estabelecer critérios de referencia, por ainda não existir uma produção farta de materiais nesta área para essa etapa da escolarização.
O segundo: é de superar barreiras decorrentes de essa disciplina pode ser vista e recebida como “supérflua”, por não ser obrigatória em muitos vestibulares. Assim, cabe-os a missão de ajudar o aluno a compreender a importância da disciplina para sua formação cultural e cidadã.
O terceiro: diz respeito ao objeto das Ciências Sociais e a seu caráter de ciência. Trata-se de um conhecimento que difere de livre opinião, dos saberes do senso comum e das ideologias que nos circundam em nosso cotidiano. É um conhecimento de caráter de cientifico, sistemático, fruto de pesquisas que empregam metodologias especificas para estudar o ser humano na sociedade. É, portanto, um conhecimento que exige uma leitura compatível com essa condição.
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