GRUPO DE ESTUDOS DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II – FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ

Análise coletiva  de todos os Caderno   - temática 7  – mês de dezembro.

Orientadora de estudo -  Profª / Pedagoga  Marcia Prestes Belusso

Cursistas: Angelina Zandomenichi, Bruno Fernandes de Oliveira, Edna Patricia Profati, Denise Locatelli, Ida Maria Longo Borges, Ivone Donatti, Kathiane Ficanha, Lucia Inês Korb, Luci Lourence Padilha Chagas, Maria Bernadete Da Roza, Rosane Delesia Vescovi, Roseli Ribeiro de Jesus, Simone Mignoni Rizzon, Sirlei Aparecida Pimentel Gonzatto, Valmir Silva, Verônica Terezinha Kowlski.

Uma das grandes preocupações da sociedade gira em torno da Educação, mais especificamente na Educação básica, pois se espera muito desse segmento, porque a formação do jovem, ou seja, do sujeito que está entrando no mercado de trabalho tanto na forma acadêmica quanto na formação para o trabalho mais imediato, não está a contento da sociedade capitalista. Com essa insatisfação é comum o fato das lideranças políticas e a sociedade de maneira geral, lançarem sobre os professores a responsabilidade sobre a baixa qualidade e desempenho da escola pública. Mas não nos cabe ficarmos nesse jogo de culpados, pois é pertinente considerarmos que há uma parcela de culpa sobre, governos, professores, sociedade e dos próprios alunos, também devemos ter consciência que não resolve acharmos o culpado, precisamos nos unir para acharmos a solução.
É extremamente importante que os interesses estejam voltados a políticas públicas que priorize e incentivem os jovens na busca pelo conhecimento. Considerando também a influência que o professor exerce na identidade do aluno, percebe-se que é muito relevante o despertar da consciência do aluno à importância dos estudos, mas sempre nos deparamos com a pergunta: Como fazer isso?
Ao analisarmos coletivamente a situação escolar e principalmente a postura do jovem, podemos dizer que a aproximação do professor com a comunidade, facilita a formação do aluno, mas para que o professor interaja com a comunidade é necessário que haja a efetivação dos professores para que possam criar vínculos com seus educandos. Devemos também buscar a compreensão do jovem, ouvi-lo, mas com todo o cuidado para não banalizar a educação, cuidar para não mudar a escola em prol do aluno, mas ensinar a se adaptarem a escola e a sociedade onde estão inseridos.
Quanto ao  currículo escolar, tem por objetivo orientar os profissionais da educação para que possam compreender e ao mesmo tempo participar da organização do mesmo na sua instituição de ensino e é um elemento de suma importância para o planejamento do professor, pois possibilita organizar os conteúdos e as atividades. Ele é um recurso para o educador, com flexibilidade de ajustes para melhor atender as necessidades dos educandos no seu cotidiano. De forma ampla ou restrita as atividades desenvolvidas dentro da escola. Não se trata de algo pronto e acabado, mas de algo a ser construído e repensado permanentemente no dia a dia da escola, com a participação ativa de todos que estão envolvidos nas atividades educacionais, principalmente aqueles, que atuam diretamente no estabelecimento escolar. Sendo assim, o currículo é um guia, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, uma ajuda para o professor, pois na medida em que atrapalhar ou estar incoerente com o processo de ensino-aprendizagem, deverá ser imediatamente modificado. E ocorrendo a necessidade de modificação do Currículo há que ter também um grupo de educadores efetivos e compromissados com a educação em cada escola. Onde esses profissionais da educação, em constante aperfeiçoamento buscarão o conhecimento científico assim como o conhecimento das reais necessidades dos alunos. Pois todo Currículo quando contextualizado pode possibilitar a integração palpável do conteúdo elencado no Currículo com a realidade a que se refere.
Outro fator que vem a contribuir com a aprendizagem e com o bom funcionamento do ambiente escolar é a intercomunicação que ocorre entre as áreas do conhecimento, mas para falarmos de interdisciplinaridade, convém primeiramente fazermos referência ao contexto histórico da Educação no Brasil, de acordo com os estudos e debates realizados, através dos materiais propostos (MEC/SEED) para o grupo. Ao fazermos um retrospecto histórico do surgimento da educação no Brasil até o momento atual. Buscamos compreender os desafios presentes no Ensino Médio. Traçamos alternativas para conhecermos melhor nossos jovens e para que os mesmos permaneçam no colégio até concluir o curso. Percebemos que a nossa cultura ainda está atrasada em relação aos investimentos e as possibilidades que a educação brasileira tem oferecido. Procuramos através de debates e dos estudos, buscar alternativas que possam contribuir para que esses jovens, pertencentes à classe trabalhadora continuem seus estudos. Talvez, uma alternativa seja ampliar o Programa Jovem Aprendiz, possibilitando aos jovens um ensino de qualidade no período matutino e no contra turno abrir espaço para que jovens possam estagiar em diversos setores. Assim sendo, o mercado em conjunto com a educação, pudessem trabalhar em prol de jovens com perfis mais críticos e ao mesmo tempo ampliar a sua capacidade intelectual e trabalhadora. Diminuindo, de certo modo, o ritmo excessivo dos adolescentes buscarem, o quanto antes, trabalho de oito horas diárias e quarenta horas semanais. Claro que, esta ainda é uma proposta, a qual deveria ser amadurecida, mas possibilitaria ao jovem um aprendizado teórico-prático.
Outro ponto que convém pensarmos é propor uma formação voltada ao aluno pesquisador. Tendo como suporte a crítica ao modelo de educação tradicional, modelo este limitado a formar alunos para dominar conteúdos determinados, sem se preocupar com a formação de um sujeito pensante. Este modelo de escola é insuficiente às necessidades atuais. Precisamos construir uma escola que contribua na formação de seres críticos, reflexivos, participantes e conscientes de seu papel nas mudanças sociais. Na atualidade, esse diferencial é exigido, devido às novas mudanças e demandas do sujeito aluno. É urgente a necessidade de inserir o cidadão deste século no mundo tecnológico, dando-lhe oportunidade de usar essas ferramentas disponíveis ao seu favor. Se o nosso aluno não sabe usar a tecnologia digital para seu benefício educacional, a escola tem a obrigação de ajudá-lo a aprender. Nesta perspectiva é urgente pensar em uma disciplina, ou no conjunto delas ou até mesmo no momento da elaboração do currículo, estratégias que ajude estes jovens a refletir sobre tudo o que chega até eles através das novas tecnologias de informação e comunicação, saber pesquisar e selecionar as mesmas, para, a partir delas e da própria experiência, construir o conhecimento. Esse modelo de ensino teria o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico.
No entanto, muitos outros aspectos deveriam ser mudados na organização escolar, e uma delas é a questão de como as disciplinas são organizadas, como sendo isolada uma das outras, cada qual fazendo a sua parte sem se relacionarem entre si, e partindo de contexto histórico verificamos como é notório o fato de que a fragmentação do conhecimento leva o homem a não ter domínio sobre o próprio conhecimento produzido historicamente, assim sendo, faz-se necessário a busca de um currículo integrado, que valoriza as disciplinas individuais e suas inter-relações, permanece hoje na noção de interdisciplinaridade. Defender a interdisciplinariedade pressupõe considerar a classificação disciplinar e ao mesmo tempo, conceber formas de inter-relacionar as disciplinas a partir de problemas e temas comuns situados nas disciplinas de referência.
O trabalho interdisciplinar, segundo Frigotto (2011) a necessidade de interdisciplinariedade na produção de conhecimento funda-se no caráter dialético da realidade social que é, ao mesmo tempo, una e diversa e na natureza intersubjetiva de sua apreensão.
É justamente o exercício de responder a esta necessidade que o trabalho interdisciplinar se apresenta como um desafio, tanto na produção do conhecimento quanto nos processos educativos de ensino.
Contudo, é pela educação que se busca, socialmente, formar trabalhadores com altas habilidades e a capacidade de inovação entendidas como essenciais para sustentar os modelos tecnológicos de produção vigentes. Argumenta-se, nesse contexto que há necessidade da formação em habilidades e competências mais complexas, supostamente garantidas por uma educação que inter-relacione as disciplinas escolares.
É inegável o fato de que os alunos sofrem com o atual currículo, pois acabamos (nós professores), involuntariamente, tratando os alunos como uma espécie de arquivo. Ou seja, "arquivamos" nos mesmos conteúdos que achamos mais pertinentes ou que já vem dado pelo sistema educacional. Muitos alunos tem dificuldade de compreender e de relacionar o conteúdo com as outras disciplinas afins. Claro, isso não é só culpa dos alunos e dos professores. O nosso atual currículo sugere este método. Assim sendo, necessitamos urgentemente reformular o currículo e por fim esta educação baseada em decoreba e nada crítica.
A proposta de interdisciplinaridade, talvez seja, a maneira para alcançar resultados positivos no ensino básico. A ideia de relacionar disciplinas de áreas afins, é sem dúvida, uma alternativa que merece reflexão. Acreditamos que os alunos poderão compreender e relacionar os conteúdos dados pelos professores em conjunto. No entanto, temos que ter possibilidades e condições para que nós, professores possamos trabalhar em equipe, visando a melhor educação para os alunos. Ou seja, é através dessa relação interdisciplinar que poderemos fixar o conteúdo disciplinar nos alunos e não, simplesmente, "arquivar" em suas mentes. Como diz Vicente Van Gogh em sua obra: Cartas a Théo: "Com o carvão mergulhado na água pode-se fazer coisas excelentes, pude ver isso com Weissenbruch; o óleo serve para a fixação e o preto torna-se mais quente e mais profundo".
Por fim, a proposta não é tirar a autonomia das disciplinas, mas contribuir para o crescimento da formação integral dos alunos. Possibilitando, assim, a formação trabalho, cultura, ciência e tecnologia.
Mas para que essa formação integral do aluno aconteça, há a necessidade de termos uma colaboração efetiva dos professores, assumindo uma postura de comprometimento em buscar novos caminhos que faça com que as disciplinas se interajam, no contexto efetivo da escola, de modo a visar a aprendizagem do indivíduo como um todo. Sem fragmentações, que todas as ações sejam pensadas juntas, no coletivo, com um fim único a aprendizagem do educando.
E novamente observamos que a comunidade escolar deve estar unida pelo mesmo objetivo que é a aprendizagem do educando, e sendo assim é de suma importância que a Gestão seja Democrática, pois nesse modelo de Gestão deve haver compreensão e reunião de esforços coletivos para colocar em prática as finalidades da educação.
Sendo assim, se compreende e aceita que o  princípio educacional é um processo de emancipação humana; que o Plano Político Pedagógico (PPP) deve ser elaborado por todos os professores e todos devem ter conhecimento sobre ele. A Gestão Democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e á coordenação de atitudes que propõem a participação social: no planejamento e elaboração de políticas educacionais; na tomada de decisões; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. Com a aplicação da política da universalização do ensino deve-se estabelecer como prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como da qualidade social da educação.
As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas ás causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitam a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido á interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. O gestor, que pratica a gestão com liderança deve buscar combinar os vários estilos. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega á sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade. Promover a gestão democrática da escola implica dedicar tempo, trabalho, reflexão por parte dos participantes para concretização de cada passo do processo de discussão, analise e decisão.
Tudo isso demanda envolvimento, mas há possibilidade de crescimento e formação tanto para professores, como para os pais e os alunos. Além disso, quanto mais ocorre a pratica de discussão e tomadas de decisões coletivas, mais mostram os resultados que beneficiam a escola, a qualidade do ensino e dos que ali trabalham e estudam, mais a disposição de realizá-las se fortalece e com ela a própria gestão democrática. Neste sentido, é importante se ter a clareza de que estar em uma escola democrática, significa, portanto, que o ponto de partida para a garantia de uma educação de qualidade é o diálogo, diálogo participativo entre todos que pertencem a comunidade escolar.
Todas essas ações, juntamente com o processo da avaliação da aprendizagem, pautada no PPP, refletida e articulada pelo currículo, na participação das disciplinas e apoio da Gestão Democrática, fará com que a escola obtenha boas notas nas avaliações externas, demonstrando a sociedade que a educação depende de uma série de fatores articulados e que todos podem contribuir, não deixando somente sobre os professores a responsabilidade da formação integral do jovem estudante.
Após o resgate das questões apresentadas no decorrer dos estudos, elencamos como ação principal para o enfrentamento dos problemas apresentados pelos jovens que frequentam o Ensino Médio será trazer os pais, mães e ou responsáveis, no início do ano letivo (2015) para um trabalho de conscientização sobre a importância dos estudos. Este trabalho deve ser feito por meio de reunião/palestra, na qual a família também poderá interagir.