GRUPO DE ESTUDOS DO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II – FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ

Orientadora de estudos/ Professora pedagoga: Marcia Prestes Belusso
Temática IV
Professores cursistas participantes:  Angelina Zandomenichi, Bruno Fernandes de Oliveira, Denise Locatelli, Edna Patrícia Brofati, Ida Maria Longo Borges, Ivone Donatti, Kathiane Ficanha, Lucia Inês Korb, Luci Lourence Padilha Chagas, Valmir Silva, Maria Bernadete Da Roza, Roseli Ribeiro de Jesus,  Rosane Vescovi, Simone Mignoni Rizzon, Sirlei Aparecida Pimentel Gonzatto, Verônica Terezinha Kowlski

O trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico

Através dos estudos e debates  dos materiais propostos (MEC/SEED) para o grupo. Ao fazermos  um retrospecto histórico do surgimento da educação no Brasil até o momento atual. Buscamos compreender os desafios presentes no Ensino Médio. Traçamos alternativas para conhecermos melhor nossos jovens e para que os mesmos permaneçam no colégio até concluir o curso.
Pensamos que a nossa cultura ainda está atrasada em relação aos investimentos e as possibilidades que a educação brasileira tem oferecido. Buscamos uma alternativa que possa contribuir para que esses jovens pertencentes a classe trabalhadora se mantenham nos estudos. Talvez, uma alternativa seja ampliar o Programa Jovem Aprendiz,  possibilitando aos jovens um ensino de qualidade no período matutino e no contra turno abrir espaço para que jovens possam estagiar em diversos setores. Assim sendo, o mercado em conjunto com a educação, pudessem trabalhar em prol de jovens com perfis mais críticos e ao mesmo tempo ampliar a sua capacidade intelectual e trabalhadora. Diminuindo, de certo modo, o ritmo excessivo dos adolescentes buscarem, o quanto antes, trabalho de oito horas diárias e quarenta horas semanais. Claro que, esta  ainda seja  uma proposta a qual deveria ser amadurecida  possibilitando ao jovem um aprendizado teórico-prático.
Propomos o incentivo à formação do aluno pesquisador. Tendo como suporte a crítica ao modelo   de educação tradicional, modelo este limitado a formar alunos para dominar conteúdos determinados, sem se preocupar com a formação de um sujeito pensante. Este modelo de escola é insuficiente às necessidades atuais. Precisamos de construir uma escola que contribua na formação de seres críticos, reflexivos, participantes e conscientes de seu papel  nas mudanças sociais. Na atualidade, esse diferencial é exigido, devido às novas mudanças e demandas do sujeito aluno. É urgente a necessidade de inserir o cidadão deste século no mundo tecnológico, dando-lhe oportunidade de usar essas ferramentas disponíveis ao seu favor. Se o nosso aluno não sabe usar a tecnologia para seu benefício educacional, a escola tem a obrigação de ajudá-lo a aprender. Nesta perspectiva é urgente pensar em uma disciplina que ajude estes jovens a refletir sobre tudo o que chega até eles através das novas tecnologias de informação e comunicação, saber pesquisar e selecionar as mesmas, para, a partir delas e da própria experiência, construir o conhecimento.

 

A interdisciplinaridade relacionada ao conceito de contextualização sócio-histórica como princípio integrador do currículo

É notório o fato de que a fragmentação do conhecimento leva o homem a não ter domínio sobre o próprio conhecimento produzido historicamente, assim sendo, faz-se necessário a busca de um currículo integrado, que valoriza as disciplinas individuais e suas inter-relações, permanece hoje na noção de interdisciplinaridade. Defender a interdisciplinariedade pressupõe considerar a classificação disciplinar e ao mesmo tempo, conceber formas de inter-relacionar as disciplinas a partir de problemas e temas comuns situados nas disciplinas de referência.
O trabalho interdisciplinar, segundo Frigotto (2011) a necessidade de interdisciplinariedade na produção de conhecimento funda-se no caráter dialético da realidade social que é, ao mesmo tempo, una e diversa e na natureza intersubjetiva de sua apreensão.
É justamente o exercício de responder a esta necessidade que o trabalho interdisciplinar se apresenta como um desafio, tanto na produção do conhecimento quanto nos processos educativos de ensino.
Contudo, é pela educação que se busca, socialmente, formar trabalhadores com altas habilidades e a capacidade de inovação entendidas como essenciais para sustentar os modelos tecnológicos de produção vigentes. Argumenta-se, nesse contexto que há necessidade da formação em habilidades e competências mais complexas, supostamente garantidas por uma educação que inter-relacione as disciplinas escolares.
É inegável o fato de que os alunos sofrem com o atual currículo, pois acabamos (nós professores), involuntariamente, tratando os alunos como uma espécie de arquivo. Ou seja, "arquivamos" nos mesmos conteúdos que achamos mais pertinentes ou que já vem dado pelo sistema educacional. Muitos alunos tem dificuldade de compreender e de relacionar o conteúdo com as outras disciplinas afins. Claro, isso não é só culpa dos alunos e dos professores. O nosso atual currículo sugere este método. Assim sendo, necessitamos urgentemente reformular o currículo e por fim esta educação baseada em decoreba e nada crítica.
A proposta de interdisciplinaridade, talvez seja, a maneira para alcançar resultados positivos no ensino básico. A ideia de relacionar disciplinas de áreas afins, é sem dúvida, uma alternativa que merece reflexão. Acreditamos que os alunos poderão compreender e relacionar os conteúdos dados pelos professores em conjunto. No entanto, temos que ter possibilidades e condições para que nós, professores possamos trabalhar em equipe,  visando a melhor educação para os alunos. Ou seja, é através dessa relação interdisciplinar que poderemos fixar o conteúdo disciplinar nos alunos e não, simplesmente, "arquivar" em suas mentes. Como diz Vicente Van Gogh em sua obra: Cartas a Théo: "Com o carvão mergulhado na água pode-se fazer coisas excelentes, pude ver isso com Weissenbruch; o óleo serve para a fixação e o preto torna-se mais quente e mais profundo".
Por fim, a proposta não é tirar a autonomia das disciplinas, mas contribuir para o crescimento da formação integral dos alunos. Possibilitando, assim, a formação trabalho, cultura, ciência e tecnologia.