GESTÃO DEMOCRÁTICA, O TEMPO NO ESPAÇO ESCOLAR
GESTÃO DEMOCRÁTICA, O TEMPO NO ESPAÇO ESCOLAR
Profª. Ana Clara Bruschi
Profª. Kátia Regina Dalri Abdala
Profª. Luciana M. Bellanda Mello
Prof. Nelson da Silva Aguiar
Prof. Robinson de Souza Rodrigues
Profª. Tania A Lopes
Procuramos dialogar no grupo sobre as algumas decisões tomadas na escola com/sem a participação de todas/os. Nosso consenso é que algumas dessas decisões não parte do diálogo e da participação de toda a comunidade escolar (professoras/es, alunas/os, pais/mães, Conselho escolar, Grêmio estudantil, entre outras instâncias).
Por exemplo, podemos citar o programa Mais Educação, do qual a nossa escola participa no desenvolvimento das atividades com acompanhamento pedagógico e que de acordo com a direção da escola, tal programa visa “subir índices da escola, através de atividades relacionadas às disciplinas de português, matemática, ciências e um núcleo diverso (mídias e musicalidade)”.
No entanto, entendemos que não houve uma participação democrática, durante os diálogos que definiram a escolha dos temas e dos critérios na escolha das/os professoras/es e das/os alunos/as participantes na execução de tais atividades .
"A gestão democrática é processo de construção social que requer a participação de diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local como parte do aprendizado coletivo de princípios de convivência democrática, de tomada de decisões e de sua implementação" (BRASIL, 2013, p.07).
Compreendemos que na dinâmica escolar, o tempo se torna escasso diante das situações protagonizadas no espaço escolar, que podem ter sentidos positivos e/ou negativos, o que pode dificultar uma efetiva gestão democrática.
Também, as orientações (ou determinações?) envidas pela Secretaria de Estado da Educação, não são articuladas com a dinâmica escolar. O curto tempo disponibilizado para respondermos, sempre para “ontem”, às exigências da burocracia, não nos permite reflexões e propostas capazes de dialogar com a realidade da comunidade, na qual a nossa escola está inserida.
Em algumas comemorações, ainda são priorizados valores e costumes de acordo com uma educação eurocêntrica, cristã e heteronormativa, sendo que o espaço escolar é um espaço que pode ser entendido como privilegiado de convivência, entre pessoas que representam a diversidade humana. Nele relacionam-se pessoas de diferentes pertencimentos (étnico-racial, geracional, gênero, diversidade sexual, classe social, religião, entre outros) e com experiências de acordo com suas histórias de vida. Assim, esta rica diversidade, pode ainda não significar que o espaço escolar seja efetivamente democrático quanto à sua diversidade.
O Grêmio Estudantil e a Gestão Democrática
O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Polivalente de Curitiba, iniciou-se no ano de 2014, com eleições diretas realizadas no mês de setembro, onde fazem parte do processo de eleições alunos do período da manha e tarde. Anteriormente não houve a constituição por exigências legais que impediam sua formação.
O Grêmio está constituído internamente, com a realização das atas, eleição e documentação necessária para sua formação, mas ainda não está legalmente ativo no Núcleo Regional de Ensino.
Atualmente os representantes do Grêmio têm participação ativa apenas nas reuniões do Conselho Escolar, pelo fato da recente iniciativa de sua construção. Pretende-se que no ano de 2015, esteja devidamente regulamentado com participação ativa em todos os âmbitos escolares.
O PPP e a Gestão Democrática
Todos os professores tem acesso ao PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola e ele foi construído coletivamente nas reuniões de início e meio do ano nas chamadas Semanas Pedagógicas. Durante a Semana Pedagógica de alguns anos atrás, teve início as discussões e a elaboração do PPP das escolas públicas do Paraná. Este vem sendo revisado e reformulado conforme as necessidades do colégio ou de exigências da SEED – Secretaria de Estado da Educação - Paraná.
O PPP foi construído no coletivo, mas não foi sempre o mesmo coletivo que participou de todas as etapas da sua elaboração. Quem participou do início das discussões e primeiras elaborações, nem sempre foram os mesmos que deram continuidade nas discussões, que fizeram as correções, participando de todo o percurso até a finalização.
Essa situação acontece pelas mudanças no quadro de professores ocasionadas por n motivos que fogem do alcance do colégio.
Não sabemos se essa constante mudança no quadro de professores na construção do PPP é positiva ou negativa. Porém, parece-nos negativo quando aqueles que chegam novos no colégio não participaram do processo e deverão cumprir um PPP o qual não conhecem, talvez não concordem, tenham outra visão de outro PPP de outra escola, etc. Se permanecerem no colégio, poderão participar das futuras discussões, correções e reelaborações e se inserirem no processo. Já os que participaram do processo, talvez, alguns, não estejam no colégio e estarão passando pelo que os novos passam só que em outro colégio.
Hierarquia ou diálogo?
Acreditamos que na sala de aula deva existir um equilíbrio entre hierarquia e diálogo. A hierarquia a qual nos referimos é a noção que o(a) aluno(a) deve ter de que o(a) professor(a) é um profissional que deve ser respeitado enquanto tal e que ele(a) é a autoridade, a referência em sala de aula.
A autoridade deve ser alcançada pelo(a) professor(a) por meio do diálogo, para que não se caia num autoritarismo. Assim, as estratégias e a postura do(a) professor(a) irão privilegiar o desenvolvimento de seres reflexivos, pois sua ação será nessa direção.
REFERÊNCIAS
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno V: organização e gestão democrática da escola / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Celso João Ferretti, Ronaldo Lima Araújo, Domingos Leite Lima Filho] – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.
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