GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA

É importante destacar as relações patrimonialistas que se destacam no interior das instituições escolares, essas relações são uma marca da cultura nacional que se manifesta nas mais diversas relações sociais entre os sujeitos.               O patrimonialismo evidencia a relação de poder entre os indivíduos ou grupos sociais,  de mandar e  exigir obediência, como se isso fosse natural e inerente a sua condição. Ou mesmo de comportar-se do modo que bem entender nas relações sociais como se estivesse acima das leis e dos direitos alheios.
Dentro da esfera escolar essas relações ainda existem, mesmo que mascarada, embora atualmente essas questões estejam presentes em vários debates e discussões, dentro e fora das escolas, na tentativa de transformar essa realidade educativa e compreender que é fundamental que todos os segmentos escolares devem e têm direito a vez e voz nas decisões escolares, esse fato é uma característica da verdadeira gestão democrática, na qual a relação de patrimonialismo deixa de existir, ou seja, a capacidade de auto dirigir-se nos diversos aspectos e dimensões escolares que abarcam, desde a concepção de educação que pretendem tomar como orientação para formar e educar  seus alunos até decisões cotidianas, como por exemplo, a compra e uso de materiais de limpeza.
No âmbito educacional fala-se muito na gestão democrática e com isso na autonomia escolar que perpassa pelas dimensões administrativa, pedagógicas e financeiras, Contudo, é comum observar que os discursos e a legislação que pontuam como imprescindíveis a reflexão acerca dessas questões nas esferas educacionais nem sempre acontecem no dia-a–dia como preconiza a lei nas unidades escolares.
Por isso entende-se que a gestão democrática só é possível se a escola dispuser de autonomia para exercê-la, sendo que  a autonomia é  a capacidade da instituição  decidir, por si mesma, os rumos que irá seguir  , amparando-se em seus princípios, ou seja, a capacidade de dirigir-se e gerir suas decisões.
Assim a autonomia verdadeira não é a concedida por alguém ou uma instituição. Ela acaba se instituindo no jogo de poder e embates e é, por essa razão, produto de uma construção histórica.
Nesse sentido, a defesa da autonomia da escola pública requer vontade política de lutar por ela, Implicando, portanto, na disposição para tal, muito trabalho e  provavelmente   muitos conflitos. Implica primordialmente a recusa de ser regulado por normas de caráter patrimonialista em defesa de um projeto educacional construído coletivamente.
Desse modo compreende-se que as relações patrimonialistas deixaram de existir dentro das esferas educacionais. É fundamental que haja relações de autonomia, conjuntamente com ela o discernimento para tecer conclusões e tomar decisões amparadas nas dimensões pedagógicas, financeiras e administrativas que gerem a unidade educativa.
Assim, é importante entender que essas questões permeiam a gestão democrática legítima, e com isso a participação efetiva dos pais e a comunidade escolar.