A formação Moral e intelectual do Ensino Médio
Cursistas:
Everli Alves Ferreira Andrioli
Luciana Tavares de Miranda
Marly Serafim
Marisa Celestino
Nádia Regina Teixeira
Tatiani Alves
A autonomia intelectual e moral de qualquer indivíduo forma – se através de vários fatores, sendo o ambiente escolar um desses estímulos à formação humana. A nossa contribuição enquanto educadores para esse desenvolvimento intelectual e moral dos alunos, começa com uma relação de liberdade e respeito, sendo que sem esses valores a proposta da educação em uma nação democrática torna – se inviável. “ A educação deve nos libertar das convenções, do autoritarismo, das ideias que padronizam, da obediência cega e do comodismo”. (Toro,p.242).
Na nossa retrospectiva estudantil, tais argumentos não eram tolerados, a postura rígida, o grito como forma de coação, o distanciamento e, principalmente considerar o educando com um ser acabado, pronto para receber conhecimento, prática comum do magistério em anos anteriores. Muitos recordam de certas atitudes que, definitivamente marcaram suas vidas, como: um comentário maldoso, um embaraço ou até mesmo posturas preconceituosas, que denegriam e rotulavam certos alunos diante dos outros. Essa forma de agir criou mágoas, muitos de nós, paralisam na conjugação eterna de verbos e tabuadas, na finalização exata de uma análise sintática e na construção perfeita de uma redação de vinte linhas sobre as férias.
Nosso grupo sempre defende a afetividade como um caminho importante para a educação. Segundo o autor José Eustáquio Romão “o aluno precisa sentir que o professor é seu amigo”. E, essa amizade não nasce do professor rotulado de “bonzinho”, que deixa o aluno fazer o que quer, as regras têm que ser impostas, porém com argumentações e o conhecimento da sua importância em realidade igualitária. Todos os atos em uma sala de aula não deve dar um passo sem que vocês professores o tenham previsto. O docente tem que colocar sua autoridade a serviço da liberdade do aluno ( Antônio Nóvoa, Nova Escola). Nenhuma fala é sem propósito, nenhuma atitude é evasiva, todos os gestos, posturas e discursos tem que ser pensados, de forma a induzir o educando a encontrar suas próprias ideias.
A teoria aplicada por nós professores da rede pública de ensino é o “Construtivismo” de J. Piaget, na qual todas as atividades e posturas se baseiam nesse conceito. O aluno é considerado como um sujeito curioso, e esses questionamentos diante da vida são apresentados através de praticas que vão além de resultados prontos, na qual os resultados são sempre analisados, debatidos em discussões que considerem a opinião e o respeito individual. Assuntos considerados tabus, são apresentados de forma livre, sem as amarras do preconceito racial, homofóbicos, xenofóbicos e outros assuntos relevantes, sem a imposição de ideias, importante para a formação humana. “É preciso ensinar aos alunos a pensar, e é impossível aprender a pensar num regime autoritário. Pensar é procurar por si próprio, é criticar livremente e é demonstrar de forma autônoma. O pensamento supõe então o jogo livre das funções intelectuais e não o trabalho sob pressão e a repetição verbal ( Piaget, 1998,p.118).
Desde o início da implantação do ensino médio, a educação oscilava entre preparar o aluno para o mercado de trabalho, ou prepará-lo para o vestibular. Nesta dicotomia, algumas coisas se perderam e mesmo diante de tantas teorias que fundamentam e embasam aos professores nesta labuta, ainda existe a incerteza de que caminho seguir.
O desafio da escola atual é formar cidadãos em sua plenitude, estabelecer uma formação humana integral. Para tanto, de acordo com as diretrizes curriculares, trabalho, ciência, cultura e tecnologia constituem o eixo que servirá de embasamento para a formação do público discente.
Para tanto o currículo escolar deve ser construído coletivamente, de acordo com a realidade da comunidade a que se refere e co-relacionando com a necessidade dos alunos em sua inserção social.
Pensando nesta hipótese a escola não pode dissociar seus ensinamentos da formação do aluno como um todo, o que implica em seguir seu rumo como um cidadão atuante.
O fato é que muitas pessoas veem nas escolas uma receita pronta, em que o professor ou ensina o que se deve ser, ou mascara brincando de ensinar. O que na verdade, a escola alia conhecimento à habilidade de pensar e interagir no mundo, como um todo motivador. Seguindo esta premissa, há muita relação entre o que se ensina e as necessidades que o mundo exige.
O que se faz necessário é a percepção que a formação de uma pessoa exige a participação de outras instâncias sociais, como a família, religião, entre outros. Quando o aluno chega ao ensino médio já vem com uma vasta formação acerca do mundo no qual está inserido, e muitos já trazem consigo o desejo de uma formação acadêmica, técnica ou não. A escola será o elemento motivador, mostrando as vertentes a ser seguidas e estruturando-os em relação ao mundo.
Analisando o DCNEM juntamente com professores de algumas disciplinas como Educação Física, Ciências, Matemática e Geografia, unanimemente a proposição que mais gerou polemica foi os direitos humanos como principio norteador. Pois na escola os alunos confundem direitos com desrespeitos e indisciplinas em relação a funcionários, equipe docente, pedagógica e diretores e principalmente a colegas gerando conflito e violências.
Segundo Abramovay e Castro (2006), talvez o mundo nos pareça mais violento, por existir, hoje, uma sensibilidade maior em relação a certos atos antes ignorados e que passaram a ser qualificados como atos de violência. Por outro lado, alguns atos ou atitudes, antes considerados como violentos foram banalizados, adquirindo uma aparência de naturalização.
Hoje a sociedade em que o aluno está inserido é comum ver violência em casa, mídias e claro nas ruas e diante deste contexto o respeito ao próximo quase não existe mais. A falta de estrutura familiar está acarretando o ambiente escolar em que muitas vezes atua mais como uma entidade de conselheira familiar como um local para alunos adquirirem aprendizagem e construírem conhecimentos.
Por mais que há conjunto de leis como o ECA que assegura os direitos da criança e do adolescente, mas também enfatiza os deveres dos pais em relação aos filhos, mesmo assim muitas vezes este dever é lançado para a escola de além de ensinar tem que educar.
Precisa-se que realmente os governantes engajados com a educação ouçam os apelos dos profissionais que estão todos os dias enfrentados problemas escolares e juntos possam formular soluções para que o ambiente escolar esteja preparado para transformar esta realidade.
Referências Bibliográficas:
ABRAMOVAY, M; RUA, M. G. Violências nas escolas. Brasília UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED,UNDIME,2002.
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais Ensino Médio 2012.
Estatuto da Criança e Adolescente Lei n° 8.069/90
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