Formação de professores E M - O jovem como sujeito do ensino médio
Colégio Estadual Nestor Victor dos Santos – Ensino Fundamental e Médio
Pacto do Ensino Médio
Diário: 30/08/14
Caderno II
Formação de Professores do Ensino Médio
O jovem como sujeito do ensino médio
É notório que os jovens estão se colocando como inocentes em relação ao compromisso da educação, e repassando a culpa para os educadores pelo fracasso da mesma. A culpa não é nem de um e nem de outro. Visto que são sujeitos que estão inseridos num sociedade socialmente e historicamente construída numa perspectiva que atende aos anseios do capitalismo visando os meios de produção. E com isso surgiram muitos problemas sociais difíceis pra solucionar.
Segundo Carrano (2010), a definição de ser jovem através da idade é uma maneira de se definir o universo de sujeitos que habitariam o tempo da juventude. Este é um critério variável e muda de país para país. Temos que levar em conta que nossa juventude vive em relação ao que lhe são transmitido culturalmente e socialmente em relação à história do país. É nessa fase que nossos jovens assumem fisicamente e adquirem o poder de alta dependência, e por não quererem a proteção por parte da família, começam a assumir responsabilidades, buscar a independência e a dar provas de autossuficiência. A escola nos moldes atuais não atrai mais o jovem. Estatisticamente, uma grande parcela da juventude entre 15 e 24 anos não frequenta a escola e nem trabalha porque não tem formação adequada. Muitos dos que trabalham, quer para sua sobrevivência ou para satisfazer necessidades imediatas por bens supérfluos, “pela necessidade da geração atual em ter e possuir certos dispositivos que os tornem mais populares no seu grupo social”. Desta forma, já pensando na vida adulta vale lembrar que a sobrevivência da espécie neste momento é uma questão financeira. Então, os adolescentes abandonam a escola ou estudam e trabalham concomitantemente, não conseguindo uma escolarização de qualidade. Porque para estudar é preciso dedicação e esforço. A escolarização e a qualificação profissional melhoram as condições de trabalho, melhorando também as condições de vida do cidadão, tornando o consciente de seu papel dentro da sociedade.
Sabemos que nossos jovens não estão mais interessados no contexto educacional, pois, muitos começam a trabalhar para se alto sustentarem e veem o emprego como melhor atrativo no momento de sua vida, métodos de ensino para que o mesmo se torne atrativo, mas uma coisa e que não podemos bater de frente em relação ao “imediatismo” que nosso mundo esta passando, tudo tem que ser pra já. Além do mais a escola não paga salário.
Movimentos populares estão exigindo da sociedade condições igualitárias de educação com qualidade e com formação integral para todos. Há uma mobilização para a mudança de perfil da escola frente a diversidade ética, cultural, econômica, de gênero, religião entre outras dos sujeitos que frequentam as escolas. E a escola, com toda essa diversidade em sala de aula, vai dar conta de toda essa responsabilidade? Não, nos moldes atuais. É preciso uma reestruturação da organização escolar com urgência.
Muito se fala da diversidade, mas sempre existiu. Antigamente o ser humano vivenciava de forma discreta, mesmo com muito preconceito conseguiam sobreviver. Hoje se tem lei para isso, para aquilo, pra tudo, mas o ser humano muitas vezes não aproveita o que esta sendo ofertado a eles, pois são poucos que buscam algo melhor para suas vidas e só sabem ficar esperando soluções governamentais. Mas aquele velho ditado prevalece “a galinha após por seus ovos tem que cacarejar para anunciar sua postura”, no mundo de hoje todo mundo quer aparecer de um modo ou outro, e deixando de lado o principal, a questão de poder respeitar o outro para ser respeitado. Sabendo que, mais se vê e a lei de Gerson “levar vantagem em tudo”.
Mesmo pensando sobre isto os nossos jovens estão buscando um lugar ao sol de sua maneira, mas a sociedade educacional não foi preparada para tanta mudança. Os educadores mais “antigos” foram educados culturalmente e sociamente de formas diferentes, onde não se tinha tanta liberdade de expressão. Antigamente o sonho de um jovem era ter um carro, hoje o sonho e ter o melhor celular com altas tecnologias. Mas o mundo esta sofrendo grandes transformações, excesso populacional, excesso de veículos, excesso lixo, entre outras coisas mais. No Brasil, como em qualquer país desenvolvido as coisas estão perdendo valor em qualidade de vida útil, para que cada vez mais se produza coisas, mas aquelas que são descartadas, ou seja, jogadas foram estão se acumulando por ai a fora.
Na atualidade se fala muito do “celular”, vilão do não aprendizado, mas o que se pode notar e que e muitas vezes ele contribui se usado de forma correta, pois no mesmo encontramos as informações com muito mais rapidez, porem esta informações aparecem de forma resumida. A antigamente as informações vinham através da leitura de jornais, revistas, etc., obrigando a quem gostaria de ficar informada a buscar a leitura. Hoje no ambiente virtual tudo é mais rápido e resumido, fazendo com que percamos um pouco do gosto pela leitura e ficamos mais apaixonados pelo lado virtual (imagem). Lembrando bem que a internet ou a mídia eletrônica em nível de informações é do tamanho de um oceano, mas com uma profundidade de um pires.
Um dos fatores mais marcantes no momento e que em muitas famílias as pessoas estão perdendo o hábito do diálogo: “cara a cara”, “ olho no olho”.
Mas, porém no contexto da vida de um aluno muitas vezes e se espelha no exemplo de casa, família, amigos, para buscar a ser alguém na vida, algum caminho são mais fáceis, outros mais tortuosos, outros inatingíveis pelo pouco comprometimento do mesmo. Não podemos culpar nem um nem outro, mas tentar mostrar que tudo tem solução desde que se busque.
O dia-a-dia das escolas é pluralizado por grade números de situações oriundas da diversidade do alunado, são inúmeras as dificuldades, contudo a de maior destaque vem sendo a indisciplina, a qual se manifesta através do desrespeito ao professor, direção, e entre os próprios adolescentes. Tais atos surgem e se fortalecem por meio de agressões verbais e físicas. A organização escolar em tempos predeterminados não respeita o ritmo de aprendizagem dos alunos gerando conflitos, tensões e rupturas. O professor se vê pressionado neste ritmo que é pautado na homogeneização, na seleção, reprovação, vestibular, concursos, entre outros.
Contudo no que tange a aprendizagem a irresponsabilidade é permanente no que diz respeito a afazeres escolares.
Por esse motivo, é necessário instituir categorias e criar espaços nas escolas e comunidades que garantam a participação efetiva dos adolescentes e jovens, e por consequência à vontade de fazer parte, de discussões, reflexões e decisões, partilhadas com os demais.
Em síntese, é pensado que o jovem é um ser único, cheio de expectativas perante suas relações futuras com o mundo. E sobre quais bases precisamos construir nossos relacionamentos com esses jovens estudante.
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