Formação de Professores do Ensino Médio Organização e gestão democrática da escola
Colégio Estadual Nestor Victor dos Santos – Ensino Fundamental e Médio
Pacto do Ensino Médio
Amarilde Janete Marcon
Claudete Cassol Schons
Lidiane Moreira Lutz
Regiani Natalli Azevedo
Vanuza de Freitas
Roberto Sparenberg
Diário: 22/11/14
Caderno V
Formação de Professores do Ensino Médio
Organização e gestão democrática da escola
Ninguém gosta de chegar em um local onde provavelmente ira acontecer uma discussão, sabendo que a decisão sobre o assunto já foi tomada. Por isso que muitas ações proposta via governo federal e estadual não se pode opinar porque suas decisões já foram tomadas. Mesma coisa quando se fala em grade curricular e reforma da mesma até colocamos nossa opinião, mas na maioria das vezes não serve para nada, pois já foi discutida antes, sendo apenas repassada de forma de um aviso, e ficamos discutindo horas e horas já sabendo do resultado final. Um exemplo foi uma mesa redonda sobre o pacto da educação onde fizemos argumentações, estudos e pesquisa para contribuição, sendo que dia veio uma palestrante dizendo que se não tiver poder político não adiantaria de nada todo este trabalho, pois as mudanças já foram efetuadas e aquele momento era para apenas forma de tampar o sol com a peneira e para não dizer que não foi colocado em discussão.
Na questão da democracia escolar na sua grande maioria não se pensa no coletivo, mas no que ira me favorecer, qual os benefícios que tal decisão irá trazer para minha vida profissional. Muitas discussões não levam a nada por falta de determinar um objetivo final a ser atingido. Faça uma proposta coerente dando alternativas, e a onde iremos chegar com situações positivas e negativas na temática discutida.
Sabe-se que muitas oportunidades ofertadas pelo governo em relação a novas programas a serem efetuados junto a comunidade escolar não são aplicados, pois como tem muito trabalho a ser efetuado e a equipe que se tem para executar as cobranças para aplicação de certos programas e pequena e não da conta de tanta burocracia documental e também por algum diretores não quererem trabalhar mais do que são suas funções.
Todo escola tem APMF, (associação de pais e mestres e funcionários) conselho escolar, grêmio estudantil, mas poucos sabem suas verdadeiras funções perante a comunidade escolar. Que pena que estes órgão são pouco atuantes nas escolas.
Desta forma no que se fala em democracia, há um questionamento, mas onde está a democracia tão falada? Se sempre que iremos discutir algo, as coisas já estão prontas ou sempre irá favorecer o lado político atual. No papel tudo é lindo e maravilhoso, mas na realidade escolar que vivemos não e bem assim, temos escolas sucateadas precisando de reformas urgentes, temos laboratório onde o professor não pode dar aula, porque não tem funcionário adequado para tal função, escolas onde os alunos fazem aulas de educação física em quadra aberta com um sol de acima de 35º e ainda se fala em democracia. Qual a função do governo quando se fala que tem que gastar com a educação? Por isso onde queremos chegar com a educação? Pois a educação que recebemos nas faculdades para se ensinar nas escolas nem sempre segue a linha dos governos. O grande problema não está na discussão do PPP, (Plano curricular), entre outros, mas sim onde captar recursos para por em prática a maioria das ações dos professores perante estes documentos. Temos um exemplo: muitas vezes necessita-se de cópias de materiais para trabalhar uma aula diferenciada, onde o professor tem que pagar por essas cópias, pois a escola não pode oferecer as mesmas pela falta de recursos financeiros. Nunca vi você pagar para trabalhar, fica a pergunta: Onde queremos chegar? No lado professor ou no lado governo?
Nesse sentido, faz-se necessário, repensar o papel do professor, uma vez que, a gestão escolar democrática, se constrói no cotidiano escolar, pela vontade, autonomia e objetivos definidos coletivamente, pelo menos deveriam ser.
Os professores tornam-se também responsáveis pelas formas de organização e gestão. Seu trabalho em sala de aula é a razão de ser da organização e gestão escolar (LIBÂNEO, 2005).
Apenas existe sentido, na melhora das práticas de gestão, na participação dos professores e os processos democráticos, caso estes se encontrem associados à melhoria dos métodos de ensino e aprendizagem – fator de maior relevância e eficácia na produção e garantia da qualidade de ensino.
A implementação da democracia em um espaço de contradições, diversidade e encontros é de extrema importância no sentido de todos envolvidos se sentirem parte do todo, construtores do objetivo comum. Porém lidar com as diferenças em favor da democracia não é tarefa simples, precisa-se respeitar a individualidade dentro das diferenças. O partilhamento do poder faz a escola tornar-se um ambiente de liberdade de expressão e de convivência democrátiva.
Todavia a gestão escolar democrática participativa adquire dimensão articuladora dos recursos humanos, burocráticos e financeiros, objetivando o cumprimento da essência da educação: “fazer da educação, tanto formal, quanto não formal, um espaço de formação crítica” e não apenas “ formação de mão de obra para o mercado” (GADOTTI, 2006, p.52).
Desta forma a gestão escolar democrática participativa é concebida como um elemento de democratização da escola, que auxilia na compreensão da cultura da instituição escolar e seus processos e, na articulação das relações sociais, da qual fazem parte, os desafios concretos do contexto histórico que vivenciamos.
A construção do processo de gestão escolar democrática implica repensar a lógica da organização e participação nas relações e dinâmica escolar, tendo como fundamento a discussão dos mecanismos de participação, as finalidades da escola, bem como, a definição de metas e a tomada de decisão consciente e coletiva.
A proposta desta unidade é de levantar questionamento no que tange a prática pedagógica, de forma que em conjunto possa ser discutida, refletida e sequencialmente apresentada sugestões plausíveis para que tal mudança ocorra de forma ampla e democrática dentro da escola. Desta forma o texto ainda sugere a participação da comunidade escolar em forma de debate ou situações em que aconteça a valorização da cultura e da dinâmica vividas na escola. O estudo também recomenda que se aproprie da ideia de que a concepção da educação vista como um direito social segundo o art. 6º da constituição federal de 1988 seja cumprida dentro do âmbito escolar.
Nesta acepção a educação é vista como recinto fundamental da esfera pública, abarcada como um espaço comum, que procura a concretização da plena da liberdade. Contudo é do conhecimento do conjunto educacional, que a efetiva realização da gestão democrática dos colégios estaduais não depende tão somente da legislação, pelo contrario a mesma é dependente de um comum acordo entre diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local.
Deste modo segundo o tema em discussão, a promoção da gestão democrática é dependente em grande instância da disposição de todos que trabalham na escola, pois os mesmos é que fazem parte do cotidiano do colégio, uma vez que mudanças só acontecem quando há a percepção do que é mais urgente, necessário, e de amplo alcance no ambiente escolar, envolvendo assim uma visão realista, clara e coesa, onde todos tenham autonomia para argumentar, condição indispensável para que realmente incida praticas democráticas na escola.
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