Quando comparo o tipo de educação que tive, enquanto aluno, com as finalidades da educação citadas no texto da reflexão, verifico que a qualidade do ensino que tive esteve muito aquém destas finalidades.
Devo à escola uma das maiores conquistas de autonomia intelectual possível, a alfabetização literária e matemática. Por mais que muitos conhecimentos científicos não tenham sido aprendidos e ensinados de maneira satisfatória, a alfabetização é uma conquista que assegura novas possibilidades de aprendizagem, independentes do ambiente escolar.
Tive uma educação carente em vários aspectos, onde o gosto por descobrir, o desenvolvimento da comunicação e das habilidades manuais, entre outros, foram aprendizados que raramente fizeram parte da minha formação básica. Dentre as carências citadas, existem dois tipos mais relevantes: as carências estruturais, resultantes de um período de governo estadual (de Álvaro Dias à Jaime Lerner) que correspondem, talvez, ao pior período de gestão da educação do Paraná; e as carências de formação, associada também à falta estrutura oferecida pelo governo, e condições mínimas para os professores, visto que no início do séc. 21 estes ainda não tinham direito à hora-atividade.
Como professor, sei que também estou longe de cumprir integralmente com todas as finalidades, mas procuro, no meu trabalho docente, contribuir para a formação autônoma dos estudantes, bem como seu gosto por aprender e pesquisar, oferecendo avaliações diferenciadas, compostos por instrumentos de uso comum na minha disciplina (como lista de exercícios e leitura do livor didático) e também instrumentos diferenciados (como realização de experimentos, leitura de textos complementares ao livro didático, vídeos com conteúdo disciplinar e interdisciplinar e atividades indicadas pelos próprios estudantes).
Ainda preciso evoluir quanto ao desenvolvimento da comunicação e sociabilização, e por isso procuro auxiliar na realização de feiras culturais e outros eventos realizados no colégio. Esbarro nos mesmos problemas estruturais e de formação, mas a busca por uma educação futura melhor da que eu tive, e melhor da que ofereço hoje, é um trabalho constante.