ETNOMATEMÁTICA, JÁ OUVIU FALAR?

 

A “Etnomatemática nasceu da busca de entender o saber e o fazer matemático de culturas contextualizadas em diferentes grupos, comunidades, povos e nações.”¹  Caminhando entre os desejos, a cultura e meio social também do aluno, possibilitando ao aluno alcançar novos saberes.
Para melhor compreensão dessa tal etnomatemática, talvez seja necessário algumas definições. Primeiro cada etnia tem uma modo particular de se organizar, é um grupo de pessoas ligadas por uma cultura, e cada etnia possui a sua ciência própria, ou seja, os índios na Amazônia possuem uma ciência, o povo Inca possuía a sua ciência. Que pode ser chamada de Etnociência, e tem por objetivo estudar e compreender as diferentes ciências desenvolvidas, que podem estar representadas em diferentes formas de conhecimento, como uma pintura, um artesanato.
Também cada etnia desenvolve seu conhecimento matemático, podendo estar representados de diversas formas.
“Esta apresentação está relacionada ao tipo de apropriação que cada etnia faz deste conhecimento, depende de como cada etnia utiliza este conhecimento. E sendo que existem vários tipos de apropriações do conhecimento matemático, existem então várias maneiras de se apresentar esse conhecimento.
Sobre estas diferentes apresentações do conhecimento matemático, podemos citar três exemplos:

1. A etnia Guarani-kaiowa tem o seguinte modo de contagem, diante de três  folhas de uma mesma árvore, as pessoas desta tribo diriam haver ali  apenas um objeto, porém se adicionarmos a estas três folhas uma pedra e um pedaço de pau, eles dirão então se tratar de três objetos;
2. A etnia Kuikurus possui um curioso modo de desenhar triângulos, os homens devem desenha-los com os vértices preenchidos, enquanto as mulheres os desenham sem nenhum preenchimento, como nós os representamos.

3. Os portugueses colonizadores no século XVI se depararam com muitos conhecimentos matemáticos desenvolvidos pelos povos que moravam as margens do rio Tiete, este conhecimento estava muito presente na construção de canoas utilizadas para subirem ou descerem o rio. Esses povos não tinham nenhum tipo de linguagem escrita desenvolvida, porém possuíam um conhecimento matemático desenvolvido.” ²

A cultura ocidental acaba só aceitando a Matemática aquela desenvolvida pelos gregos e que é ensinada exaustivamente nas escolas, desconsiderando qualquer outro conhecimento matemático que não seja esse. E ai quem já aprendeu uma matemática diferente?

¹ ANDRADE, Leila de. Etenomatemática, A Matemática na cultura indígena. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis/SC, 2008.

² ANDRADE, Leila de. Etenomatemática, A Matemática na cultura indígena. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis/SC, 2008.