Ao longo da história, evidencia-se que a educação vem buscando melhorias na qualidade de ensino. E, isto se confirma com a criação das DCNEM (Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio) bem como com o ENEM, considerando em especial as Ciências Humanas a área do conhecimento na qual estão incluídas a História, a Geografia, a Filosofia e a Sociologia.
Verifica-se que a partir da criação de ambos, houve “(...) a configuração da área das Ciências Humanas como dimensão norteadora de ações curriculares para o Ensino Médio, fomentando abordagens que buscaram ampliar diálogos entre seus componentes por meio de práticas pedagógicas e premissas avaliativas focadas na interdisciplinaridade e na integração curricular.”( Etapa II - Caderno II: Ciências Humanas, pág.7)
Assim, “(...)conhecer as DCNEM é um ponto de partida e, nessa qualidade, se institui na dependência direta da efetivação de ações curriculares dispostas a lidar, democraticamente, com uma escola que possua “gente de verdade”.(Idem, pág.7)Em outras palavras, faz-se mister conhecer suas propostas, saber adequar cada uma das expectativas à realidade dos educandos em questão, considerando não apenas a faixa etária, mas, principalmente suas situações econômicas, sociais, culturais, “ (...)com suas vivências e expectativas singulares e, como sabemos, para o caso das redes públicas de ensino da sociedade brasileira, inseridos em realidades adversas e complexas, limitadoras daquilo que pode ser denominado de formação humana integral.”( Idem Ibidem, págs.7 e 8)
Sabe-se que as DCNEM têm o objetivo de formação humana integral associada a uma concepção pedagógica de ações que busquem valorizar e articular as experiências vividas, saberes a priori dos estudantes pois estes não são seres isolados. São sujeitos que vivem e convivem com situações diversas e por vezes, muito conflituosas. Contudo, estas experiências vem a contribuir para o efetivo crescimento intelectual, principalmente enquanto estão exercendo seus direitos como cidadãos em transformação, através do “(...)desenvolvimento de posturas éticas quanto à diversidade cultural e às questões ambientais, da compreensão crítica do mundo e da universalização de direitos sociais. .”( Idem Ibidem, pág. 8)
Como já citado anteriormente, as Ciências Humanas possuem história e neste momento merece uma reflexão, capaz de discutir alguns aspectos de seu processo de constituição e de significação. Desta forma, repensar a maneira de aplicar conteúdos, inovar, assim como já aconteceu com a dissociação das disciplinas e a inserção de Filosofia e Sociologia na grade curricular do EM, faz-se necessário para que consigamos
“(...)respostas e possibilidades criativas, como esse curso procura fomentar. Há, portanto, na atualidade, um contexto desafiador para a criação de práticas curriculares promotoras da interdisciplinaridade nas Ciências Humanas, e dessas, com outras áreas do conhecimento. Um cenário desafiador e, arriscamos, favorável para um passo na direção de aproximar o ensino das Ciências Humanas no Brasil daquilo que pode ser retido como legado com relação às Humanidades: a construção de uma genuína integração entre seus componentes curriculares. Ninguém questionaria hoje o significado e o alcance da disciplinarização dos conhecimentos que compuseram as antigas Humanidades e as suas recentes sucessoras no campo das ciências. atingir melhor os objetivos propostos pela educação.”(Idem Ibidem pág.18)
Sendo assim, é preciso concordar com Marjorie Garber, quando afirma que é preciso reimaginar a maneira de ensinar, de pensar as disciplinas, reinventar através da reflexão interdisciplinar, envolvendo não apenas as teorias, mas principalmente as experiências a priori dos nossos educandos, bem como a realidade na qual estes encontram-se inseridos, possibilitando assim a qualidade de ensino e a universalização dos direitos em busca da emancipação dos educandos enquanto sujeitos de direitos, capazes de construir a própria história.