Reflexão muito complexa, o jovem de hoje: Quem é? Quem são? Eles sonham? A sociedade permite aos jovens de diversos grupos sociais sonharem? São os sonhos que mudam o mundo? O mundo quer ser mudado? Tantas questões e tão profundas!
Eu já fui jovem. Jovem nos anos 80 no Brasil em final de Ditadura Militar, em processo de Abertura Política em um mundo em Guerra Fria. Jovem quando os governos não estavam interessados em nossos rostos, ideias, posturas, sonhos. Tínhamos que nos compreender como sujeitos sociais que seríamos mais fortes se fossemos unidos e assim trabalhássemos pelas mudanças que tanto queríamos. Era uma jovem com sonhos pessoais que beiravam o romantismo. Sonhos divididos com outros jovens que tinham sede de mudanças estruturais e queriam consertar o mundo. Assim escolhi ser professora e colaborar com estas grandes transformações.
Realmente, depois de quase trinta anos aconteceram muitas transformações em nossa sociedade. Penso que muitas positivas e outras negativas. Através dos estudos desta temática percebo que este jovem de hoje está muito isolado em um segmento ou outro. Preocupado com seus anseios e talvez sonhos ( a meu ver grande parte deles ligados ao consumo imediato) sem tê-los na coletividade. São tantas preocupações com as enormes diferenças individuais que o fator de ligação entre este grupo social responsável por grandes mudanças na História mundial : a união, o sentimento de pertencimento, bem como crença em transformações na sociedade se perderam.
Ouso dizer que mesmo as preocupações que se tem com os jovens hoje, sua diversidade e anseios. São preocupações dos adultos. Onde estão os clamores dos jovens? O que eles realmente querem?
