Ensino Médio - Histórico e desafios na realidade brasileira

PACTO DO ENSINO MÉDIO
Colégio Estadual Nestor Victor dos Santos
-São Miguel do Iguaçu – PR
NRE – FOZ DO IGUAÇU

O contexto histórico segundo a coletânea de dados do Mec nos mostra o conjunto histórico educacional do ensino médio, fazendo assim um balanço da caminhada desta educação.
Desta forma principia na constituição de 1824 no período pombalino onde eram ministradas “aula Régias”  um tipo de aula separada, isolada  que assumia o lugar do então  ensino secundário, herança dos jesuítas.
Contudo em 1835 cria-se o colégio Pedro II na corte, a partir dali começa a organizar-se a educação do ensino  secundário, porém sobre total controle do poder da época, já que o mesmo tinha como principal  função, formar pessoas da elite. Tal organização teve vida longa permanecendo  ainda após a proclamação da república com força no ensino secundário.
Hora do período republicano, estamos então falando da constituição de 24 de fevereiro de 1891 que vem para separar a igreja do estado, instituindo o governo federativo no pais e responsabilizando o estado pela educação primária. Tal lei, ainda possuía a função de garantir liberdade ao individuo no que se refere à escolha de qualquer profissão, seja moral, intelectual ou ainda industrial.
Todavia o texto afirma que desde o principio é possível perceber na educação brasileira mesmo que não tenha se fundado ou optado por um rígido preceito dualista de educação, dois “sistemas” um direcionado ao povo  e um segundo, para classes elitistas,  tais métodos educativos possuíam  visíveis direcionamentos, pois alunos advindos da escola primária popular que era posicional ao ensino secundário, não possuíam acesso a este sistema educacional, uma vez que a mesma seguia um parâmetro totalmente seletivo. Porém no que decorre todo o período da primeira república, a fragmentação entre o ensino popular criado pelas escolas primárias, pelo ensino normal e pelo profissional e a educação de elite, foi quem ficou com as melhores escolas primárias, os ginásios e as escolas superiores, desta forma era visível tal separação.
Na era Getúlio Vargas, Estado Novo 1930, movimentos revolucionários acontecem em todos os setores, e principalmente na educação, com a reforma do ensino  secundário, afirmado por estudiosos da época ser o mais importante ramo do sistema educacional nos termos quantitativos e qualitativos. Tal ensino possuía uma finalidade “a própria e a propedêutica” que tinham como objetivo preparar o aluno para o ensino superior.
O tempo passa e o Brasil preocupava-se em adequar cursos para os  vestibulares direcionados á medicina, engenharia e direito, prevendo ainda para o futuro ciências e letras.
Contudo uma reforma (Francisco de Campos) vem para reforçar não a educação para todos, mas para alguns como se percebe no começo da história. Entretanto após uma manifesto derrotado, ocorrido em 1934 professores renomados tais como: Fernando de Azevedo, Anízio Teixeira entre outros...defendiam  o principio da liberdade na educação.
Nos anos seguintes surge a lei Orgânica do ensino secundário que proíbe veemente o uso de palavras denominadoras (ginásio e colégio) para o nível médio.
Com o fim da ditadura Vargas, a escola recebe mudanças, apontadas como verdadeira revolução no ensino médio brasileiro. Porém a busca e luta por oportunidades igualitárias continuam pressionando o sistema político da época para que se abram mais vagas e também pela integração formal do ensino primário, desta forma surge à lei 5.692/71 que vai garantir e obrigar o ensino comum de oito anos.
Períodos passaram-se, transformações aconteceram e modificações sociais marcaram a área da educação, nova constituições, novas leis, e com elas a garantia que o ensino médio pudesse ser oferecido adequadamente à população.
Em síntese na atualidade quatro situações organizam a educação no que tange o ensino médio: A regular, a normal/magistério, a integrada à educação profissional e o EM (Ensino Médio) de educação de jovens e adultos (EJA). Proporcionando desta forma a possibilidade de educação para todos.
No contexto atual o desafio do EM é:
• Permanência do aluno na escola;
• Formação integral do cidadão;
• Trabalho e pesquisa como princípio educativo e pedagógico;
• Integração entre educação e as dimensões do trabalho na busca de uma profissão;
• Autonomia de Gestão;

De acordo com os documentos (SEED-MEC) a grande maioria dos jovens deveria estar cursando o EM entre 15 e 17 anos. Situação que não acontece, pois cerca de metade população nessa faixa etária não frequenta o EM, quer por abandono dos estudos ou por não estar na série correspondente à idade. Isso é reflexo de uma sociedade que não permite que o jovem tenha uma formação completa antes de ingressar no trabalho.
O plano de metas de educação prevê que até 2016, 85% dos jovens entre 15 e 17 anos frequentem o ensino médio. Para tanto, várias medidas devem ser tomadas para efetivação desta. Com o EM de qualidade para formação integral do adolescente, podendo continuar seus estudos nas universidades, formação para o trabalho e cidadania.
Para que a situação se efetive é necessário mais investimento na educação, criação de novos espaços para o educando, garantir uma formação estruturada para trabalhar com o jovem.
O aluno de EM vê uma perspectiva de futuro melhor quando a escola oferece um direcionamento/formação para o trabalho. Na nossa realidade percebe-se a necessidade de formação dos jovem nas áreas de administração ( secretariado, contabilidade, telefonistas, vendedores), saúde( como auxiliar de dentista, enfermagem, farmácia), mecânica e elétrica. Visto que os jovens quando engajam numa profissão motivam-se para a formação no Ensino Superior.
      A partir do momento da proposta do ensino médio inovador, o estabelecimento de ensino irá ter autonomia para administrar pedagogicamente essas novas propostas.
A educação estadual vem passando por mudanças que tem por objetivo reestruturar o contexto do ensino médio, buscando trabalhar de forma ampla e organizada, partindo de um eixo que principia desde a direção, pedagógico, professor, e o aluno. Propondo liberdade, consentindo autonomia nas discussões e ponderações dos profissionais da educação na Rede Estadual de Ensino.
Desta forma autônoma, que é proporcionado aos colégios estaduais, tais mudanças, esperasse que os mesmos busquem promover  propostas curriculares para o ensino médio inovadoras, e que venha de encontro as exigências da sociedade moderna, garantindo qualidade de ensino a todo o alunado.
Assim, propostas e projetos denominados de ações pedagógicos, estão sendo sugeridos por meio da secretaria do estado da educação, para que as próprias possam integrar conteúdos por áreas de conhecimento, outrossim tais ações devem ser contempladas  no decorrer da carga horária semanal e pelos professores engajados. Em síntese as ações unificadas precisam partir do parecer pedagógico curricular das unidades escolares, agrupando-se ao PTD (plano de trabalho docente) e mais necessariamente na sala de aula ou seja na pratica diária do educador e seu aluno.
A realidade da nossa região de fronteira e de nossa escola é que parte de nossos alunos trabalham no comércio de produtos trazidos do Paraguai outra parte integra o comércio local e na agricultura. Culturalmente os alunos trabalham para satisfazer necessidades de consumo pelo apelo da mídia como, tênis, celulares, baladas, entre outros. Dentro de uma perspectiva, os educando de nossas escolas se enquadram em classe média alta, média baixa e pobre. Devido a essa miscigenação de classes o perfil cultural encontrado apresenta uma grande variedade onde, alguns pais (família) auxiliam na formação desses educando (esclarecendo a necessidade de uma formação escolar) e em relação à questão econômica muitos acabam trabalhando durante um período para poder satisfazer principalmente as necessidades impostas pelo consumo ditado pela mídia. Em relação a isto pode dizer que temos uma grande disparidade de situações no cotidiano social, econômico e cultural. 
A formação humana integral fica fora do nosso contexto nos moldes atuais do nosso sistema organizacional, ou seja, como nosso aluno está focado no consumismo e na busca da satisfação imediata, deixando de lado a formação acadêmica e assim pecando na formação crítica do cidadão também.
Para uma formação humana precisamos reformular o pensamento cultural das famílias e dar incentivo, motivação para os aspectos culturais. Logo a escola não deve ficar só nesse aspecto. Gritamos por uma educação integrada com as outras esferas sociais, a responsabilidade de uma educação humana não pertence somente ao contexto escolar.

Participantes: 

AMARILDE JANETE MARCON
CLAUDETE CASSOL SCHONS
JAQUELINE SCUSSEL
LIDIANE MOREIRA LUTZ
REGIANI NATALLI AZEVEDO
ROBERTO SPARENBERG
VANUZA DE FREITAS

 

São Miguel do Iguaçu -  02/08/2014