Ensino Médio e os seus desafios

A partir das leituras, das reflexões e das discussões a respeito da temática do caderno 1 (do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio), os cursistas do Colégio Estadual Newton Ferreira da Costa levantaram os seguintes desafios da última etapa da Educação Básica:

• Identidade;
• Acesso e permanência;
• Estrutura física;
• Recursos Pedagógicos;
• Expectativas e motivação;
• Formação inicial e continuada dos docentes;
• Envolvimento da família;
• Abandono escolar do jovem em virtude da necessidade do ingresso no mercado de trabalho;

Tais desafios e muitos outros são decorrentes da história da educação em nosso país e das políticas educacionais que sempre foi descontínuas e excludentes.
Para avançar na direção de garantir o acesso ao Ensino Médio (público, gratuito, laico e com qualidade social) como um direito igualitário de todos, faz-se necessário a continuidade das lutas dos diversos movimentos sociais em prol da Educação Básica. Além disso, faz-se necessário uma visão politica dos que detêm o poder no sentido de criar e implantar as políticas públicas que tenham por objetivo a formação e os direitos humanos.
Em relação às novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio os professores cursistas reconhecem que o principal desafio do Colégio Estadual Newton Ferreira da Costa é conhecer, compreender e se apropriar dos conceitos trazidos por tais diretrizes, afinal tiveram o primeiro contato com este documento nesta primeira etapa da formação. O conhecimento dos professores a respeito das DCNEM ainda é superficial.
Espera-se que no decorrer do curso, os professores tenham melhor domínio e aprofundamento de todos os princípios e orientações propostas pelas DCNEM, para que assim, seja possível compartilhar os novos conhecimentos com os demais docentes que atuam no Ensino Médio e, também, para implementá-la na escola.
Concorda-se que a intenção das novas DCNEM é muito boa, mas há uma grande dificuldade na sua implementação, na associação entre a teoria e a prática, por consequência da má estrutura física da escola e das concepções limitadas/fragmentadas/contraditórias já estabelecidas na sociedade, no sistema de ensino estadual e no interior da escola.
No que diz respeito à universalização do Ensino Médio, faz-se necessário maior valorização desta etapa da Educação Básica, a melhora da estrutura física das escolas, a manutenção dos equipamentos, maior aquisição de recursos pedagógicos disponíveis para professores e alunos e autonomia para adequar o currículo escolar de acordo com a realidade da escola.
Além disso, defende-se uma continuidade das políticas públicas para que não haja um retrocesso da busca pelo Ensino Médio, voltado à formação humana integral.
No sentido de levantar um perfil sócio, econômico e cultural dos alunos do nosso colégio, foi aplicado um questionário com questões objetivas, em todas as turmas de Ensino Médio. Os resultados são apresentados a seguir.
No primeiro ano dos 96 alunos matriculados, 84 responderam ao questionário e apenas 1 aluno está acima de 17 anos.
Destes alunos a maioria são meninos, consideram-se brancos, nascidos em Curitiba, moram com os pais e tem renda familiar em média de 1 a 3 salários mínimos.
A maioria dos estudantes do 1º ano não trabalha. Daqueles que trabalham apenas um não tem vínculo empregatício, todos trabalham no turno da tarde e a maioria atua no setor administrativo.
Mais da metade dos alunos questionados não realizam nenhuma atividade complementar no turno da tarde e os que realizam, na maioria, fazem aula de idiomas e cursos profissionalizantes.
A grande maioria dos estudantes vem a pé para a escola.
Em relação ao acesso à internet apenas um aluno do 1º ano disse não ter acesso. Os estudantes acessam a internet em casa, no celular e na escola.
Shopping e cinema são os espaços culturais e de lazer mais frequentados pelos alunos.
Quanto à leitura, a maioria lê livros e mídias digitais.
Nas turmas do segundo ano, dos 103 alunos matriculados, 91 responderam ao questionário e apenas 2 alunos estão acima de 17 anos.
Destes alunos, a maioria são meninas, consideram-se brancos, nascidos em Curitiba, moram com os pais e tem renda familiar em média de 4 a 6 salários mínimos.
A maioria dos alunos do segundo ano não trabalha. Uma minoria de jovens trabalha no período da tarde, no setor administrativo.
Das atividades complementares mais realizadas estão aulas de idiomas e cursos profissionalizantes, porém quase metade dos alunos não participa de  nenhuma atividade no período da tarde e da noite.
A grande maioria dos estudantes vem a pé para a escola.
Todos os alunos questionados tem acesso à internet: em casa, na escola e no celular.
Shopping e cinema são os espaços culturais e de lazer mais frequentados pelos alunos.
A maioria costuma ler livros e mídias digitais.
Nas turmas do terceiro ano, dos 88 alunos matriculados, 75 responderam ao questionário e 7 alunos estão acima de 17 anos.
Dos alunos do terceiro ano, a maioria são meninas, consideram-se brancos, nascidos em Curitiba, moram com os pais e tem renda familiar em média de 1 a 6 salários mínimos.
A maioria dos alunos do terceiro ano não trabalha. Daqueles que trabalham, a maioria tem vínculo empregatício e desenvolvem atividades profissionais no turno da tarde, no setor administrativo.
São as atividades complementares mais realizadas pelos estudantes: curso profissionalizante, pré-vestibular e curso de idiomas.
A grande maioria vem a pé para a escola.
Apenas apontou não ter acesso à internet. Dos alunos que tem acesso, a grande maioria usa em casa, mas celular e escola também são alternativas.
Dentre os alunos do terceiro ano, cinema e shopping também são os espaços culturais e de lazer mais frequentados. Contudo, teatro, feiras culturais, shows, bibliotecas/livrarias e museus também são bem frequentados.
A grande maioria costuma ler livros, jornais e mídias digitais.
Pode-se considerar que o questionário foi respondido pela maioria dos alunos, atingindo quase a totalidade. Os alunos atendidos fazem parte da comunidade ao redor do colégio, oque facilita o acesso e a permanência.
O primeiro dado que chamou a atenção é que em nosso colégio é mínima a distorção idade-série no Ensino Médio. Ou seja, este é um diferencial e um aspecto positivo do nosso espaço escolar.  Reconheceu-se que este resultado se difere da maioria das escolas públicas estaduais que ofertam esta última etapa da Educação Básica.
De maneira geral não é possível afirmar que todos os jovens são trabalhadores. Além disso, os alunos que trabalham atuam predominante em funções administrativas.
Percebeu-se a necessidade de ampliar os conhecimentos de espaços culturais e de lazer dos nossos alunos, pois a maioria frequenta apenas shopping e cinema.
Um fator que chamou a atenção é que os estudantes indicam o hábito da leitura, por meio de livros e mídias digitais.
Outra realidade que se difere de muitas escolas estaduais é o acesso à internet. A maioria dos alunos tem acesso em casa e no telefone móvel.
Por fim, o levantamento dos dados permitiu conhecer melhor os jovens atendidos no colégio e as necessidades que merecem ser priorizadas na formação humana ofertada.

C.E.Newton Ferreira da Costa

Orientador de estudos: Vivian Isleb 

Professores cursistas: Ana Lúcia, Edson, Ene, Nair, Rosane, Thiago, Talita e Vandamir