Ensino Médio e Formação Humana Integral Caderno I Pacto

Colégio Estadual João Zacco Paraná – EFMP         Município de Planalto – Paraná
Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão
Participantes da formação do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Cerlei Mangold de Moura
Cézar Augusto Soares
Dayana Regina Camera de Mattos
Denize Terezinha Baldissera Lagner
Fátima Roseli da Cruz Kegler
Flávio Roberto Kich
Isanir Milani
Leci Lurdes Vetorello Dahmer
Neuza Brasil de Castro
Rosemeri Ines Kunrath
Roseli Fátima Varela
Sônia Mumbach
Vanderlei dos Santos
Vera Clair Kreling
Zenaide Salete Gallas Werle

Caderno I -   Ensino Médio e Formação Humana Integral - Reflexão em Ação

          O texto I – Ensino Médio – um balanço histórico institucional, apresentado estudado e discutido no grupo nos situa em relação ao que vivemos atualmente na educação, principalmente ao que diz respeito ao Ensino Médio, assim aos ser trabalhada a questão que solicita discutir sobre os desafios que permanecem para o ensino médio e possibilidade de explicação para os mesmos os participantes colocam que:
Desafios que permanecem: A educação no sentido completo da palavra não se universaliza, pois muitos ainda vão para a escola devido a exigência dos programas sociais; outros necessitam trabalhar para auxiliar no sustento da casa, assim até vão para a escola, no entanto, fora disso nada pode lhes ser exigido devido a falta de tempo dos mesmos e do seu cansaço; Uma cultura instalada de que é necessário “passar” pela escola, não sendo tão importante com que qualidade isso acontece, ou seja, com que conhecimento sai da escola, sendo na maioria das vezes, o certificado, o mais importante.
                Percebe-se no dia a dia da escola que os problemas sociais, entre outros, trazem sérias conseqüências às famílias, e quando estas se desestruturam, reflete no contexto escolar, ou seja, no comportamento dos alunos em geral, os quais desafiam normas, regras escolares, não cumprem com suas obrigações, mas supervalorizam seus direitos.
               A falta de interesse dos jovens, principalmente os dos Ensino Médio,  o alto índice de evasão dos alunos, estão entre os principais problemas  nesta etapa  da escolarização. Os jovens parecem querer pular esta etapa  e buscar direto o mercado de trabalho, resolvendo a questão da escolaridade mais tarde, e quase sempre em programas que aligeiram o ensino.
             Inexistência de políticas educacionais que dêem conta de avançar na qualidade de ensino contemplando a grande diversidade de educandos existentes em nosso país.
             Garantir o acesso a todos os jovens, sua permanência e uma escolaridade com sucesso é o desafio que se apresenta no momento, sendo necessário criar um currículo que atenda os interesses sociais de preparar os indivíduos para o mercado de trabalho, e, por outro lado, para o vestibular e ENEM, mas sobretudo consideramos  importante o nos diz GRAMSCI, p.36, é preciso incorporar ao currículo, conhecimentos que contribuam para a compreensão do trabalho com princípio educativo, esse princípio permite a compreensão do significado econômico, social, histórico, político e cultural das ciências, das letras e das artes.”
                 Precisamos incorporar tal conceito no currículo e na prática pedagógica, no sentido de aliar a teoria à prática, pois acreditamos que através da experimentação é possível a educação sair do terreno da abstração para o terreno do concreto.
                Já no Texto 2 - Desafios para o ensino médio - o que dizem os indicadores sociais, consta na p. 26 que “ao se tratar da universalização dessa etapa como meta a ser alcançada na direção de uma sociedade justa e igualitária, ou no mínimo, menos desigual, há que se considerar a diversificação e a desigualdade da oferta correspondente a essa importante etapa educacional – fase final da Educação Básica”.
         Ao ser refletido pelo grupo participante do pacto sobre a real diversidade de educandos na escola e analisando o constante quanto ao perfil sócio-econômico-cultural no Projeto Político-pedagógico, observa-se que esta página necessita ser atualizada, tendo em vista que possuímos dados apenas superficiais da realidade dos mesmos.
          Diante disso decidimos elaborar um questionário a ser respondido pelos alunos do ensino médio com objetivo de levantar dados que permitam conhecer aspectos julgados importantes do perfil social, cultural e econômico dos sujeitos matriculados no Ensino Médio da Escola,com o intuito também de atualizar a página do nosso PPP que se refere a esta questão.
            Quanto ao tema 3. Rumo ao Ensino Médio de qualidade social: as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, o Direito à educação e a formação humana integral o grupo respondeu para a Questão 3 – Reflexão em Ação - Nas DCNEM afirma-se que o Ensino Médio, em todas as suas formas de oferta e organização, baseia-se na formação integral do estudante, tendo, dentre outros aspectos, o trabalho como princípio educativo, a pesquisa como fundamento pedagógico e a integração entre educação e as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular. Buscar os principais princípios e fundamentos que constituem a proposta de formação humana integral. Como desenvolver estudos que fundamentem práticas pedagógicas que possam contribuir para a materialização dessa proposta na escola, considerando os aspectos potencializadores, assim como as eventuais dificuldades a serem superadas, o seguinte:
- Trabalhar para que o Direito Social de cada pessoa e dever do Estado se efetive de fato “o Ensino Médio é um direito social de cada pessoa, e dever do Estado na sua oferta pública e gratuita a todos” (Art. 3º) e que “[...] em todas as suas formas de oferta e organização, baseia-se [...] (Art. 5º)” na “Formação integral do estudante” (Art. 5º, Inciso I)”. p. 32.
- Para se atingir esse patamar deve-se articular políticas educacionais às políticas públicas que priorizem a educação (infraestrutura das escolas, valorização dos educadores, currículos adequado à realidade das diversidades...).
- O Projeto Político-Pedagógico e a organização curricular deve atender a todos.
• Todas as ciências (disciplinas) devem ter a mesma importância;
• Garantir uma formação omnilateral (trabalho, ciência, tecnologia, cultura);
• Promover a unidade entre a teoria e a prática;
• Valorização dos educadores e da escola (infraestrutura, estrutura humana, melhoria nas condições de trabalho, salário, carreira...).
• Formação Continuada para os Profissionais da educação de modo que esta seja ofertada de forma continuada na integrada da palavra com pessoas que possam mostrar os caminhos com metodologias que os professores consigam trabalhar os conteúdos de forma a contemplar com qualidade à diversidade dos educandos da atualidade.
              O grande desafio é construir a travessia na direção aqui delineada, reconhecendo os limites impostos pela sociedade contraditória e desigual (desigualdade de ofertas de vagas as quais são definidas pela posição que ocupam na hierarquia sócio econômica).
              Em relação ao Tema 4 – Outros desafios às Políticas Públicas do Ensino Médio,  após o estudo do texto na questão Reflexão e Ação referente a este assunto e analisar os dados que a mesma apresenta, conforme  segue, “...temos um grave desafio a enfrentar em nossa realidade educacional, quando a metade (50,9%) dos jovens entre 15 e 17 anos não freqüenta o ensino médio e aproximadamente um terço (34,3%) ainda está, como repetente ou por ingresso tardio, no ensino fundamental. Utilizando dados da PNAD/IBGE, vimos que a taxa líquida de matrícula para essa população passa de 17,3%, em 1991, para 32,7%, em 1999, atingindo 44,2% em 2004 e 50,9% em 2009 (IBGE, 2010). Os indicadores apresentados são muito importantes na medida em que expressam a exclusão de grande número de brasileiros do acesso à educação e da permanência na escola, assim como de outros direitos. A relação entre educação e participação no desenvolvimento social torna inadiável o enfrentamento dos problemas. Diante deste quadro, como chegar à universalização do ensino médio?
          Diante da realidade educacional do país, a qual apresenta-se, frágil  e de forma fragmentada e justamente reflete no insucesso dos sujeitos do ensino médio, os quais não são mais cativados pelo aprender, chegar a universalização é desafiador e quase utópico, diante das atuais políticas públicas da educação. No entanto, para chegarmos a tal patamar é necessário uma retomada na educação  como um todo, ou seja, desde a base à superior.
           Acreditamos que com uma base sólida, a educação proporcionará condições  de acontecer a universalização do ensino médio.
           De imediato, diante da realização social da maioria dos nossos alunos concordamos com a idéia de remuneração aos adolescentes e jovens para que estes estudem, porém, para haver mudanças dessa cultura instalada de que é necessário ser pago para estudar, imprescindível se faz haver  uma conscientização de todos, deixando claro de que o educando está sendo pago como objetivo de suprir o salário que estaria recebendo pelo trabalho que realizaria em seu emprego/trabalho, dada a sua realidade social, porém, leva-nos a várias indagações: como isso se efetivará na prática?