Ensino Médio DESAFIOS

"Há muitos desafios a serem superados, mas conhecer a realidade que

se quer transformar é o primeiro passo", afirma Wanda Engel

Durante a leitura e reflexão do caderno I fui instigado por algumas questões nos itens Reflexão e Ação. Esses me auxiliaram na compreensão dos conceitos trabalhados e na elaboração de novos questionamentos referentes à realidade escolar, em especial, ao ensino Médio Brasileiro.
Os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira na afirmação nas DCNEM afirma-se que o Ensino Médio, em todas as suas formas de oferta e organização, baseia-se na formação integral do estudante, tendo, dentre outros aspectos, o trabalho como princípio educativo. A relação entre educação e participação no desenvolvimento social torna inadiável o enfrentamento dos problemas. Diante deste quadro, como chegar à universalização do ensino médio, diante de tantos desafios?
"O ensino médio é o desafio da década", afirmou a representante do MEC. Ela contou que pesquisa realizada por uma entidade social ligada à educação aponta três grandes questões para o ensino médio.
Os desafios são:
*O primeiro desafio é vencer a falta de interesse dos jovens pelo ensino médio e os altos índices de evasão dos alunos estão entre os principais problemas da educação brasileira nesta etapa da escolarização durante os caminhos, as oportunidades e as práticas inovadoras da educação de jovens. E por que há falta de interesse dos jovens e até mesmo das famílias por esta etapa da “escolarização”? "O jovem parece querer pular essa etapa e buscar direto o mercado de trabalho, resolvendo a questão da escolaridade mais tarde, com cursos supletivos. Como fazer para que o ensino médio possa a exercer efetivamente o seu papel de formar cidadãos plenos, que a sociedade tanto precisa"?

*O segundo é a qualidade dos professores, o que envolve a formação na universidade, a oferta de educação continuada, as condições de trabalho, a carreira, incluindo salários, e a dedicação exclusiva.

*O terceiro é a questão do número de alunos por sala de aula, fator responsável pelo rendimento escolar.

*O quarto é a ampliação do tempo do jovem no ambiente escolar.

Porque o Ensino Médio tem esses desafios?

[...] Porque é preciso de Inovações conforme afirma José Pacheco: “A educação não pode ser segmentada em ensino infantil, fundamental e médio”. "O problema não está no ensino médio, mas na segmentação, que reflete uma cultura que há muito deveria ter sido banida".
Segundo o educador, não é possível ensinar a todos como se fosse um só. "Não compete ao professor preparar projetos para os alunos, porque isso é manipulação”. O professor tem de se planejar com o outro, ter interdependência, colaboração, perceber que a escola é lugar de trabalho e de troca. "O desafio maior do ensino médio, assim como o da educação como um todo, é sermos responsavelmente ousados, destruir os guetos que existem dentro de nós, acabar com a segmentação".
O professor e consultor Belmiro Valverde ressaltou a necessidade de a escola ter comprometimento de formar pessoas para o trabalho criativo, com capacidade de fazer coisas instigantes, atrativas.
[...] "O trabalho do professor, a meu ver, é criar condições para essa educação”.
É preciso que a educação tenha compromisso de dar ao jovem uma agenda mínima de competências, como saber ler, escrever, comparar, interpretar. Ainda afirma Belmiro Valverde: “É preciso que a educação saia do terreno da abstração para o terreno do provável".
No encontro, o Colégio Sesi Ensino Médio foi apresentado como case de sucesso em educação inovadora. Segundo o diretor superintendente do Sesi-PR, José Antonio Fares, o Colégio Sesi concretizou a proposta do Sistema Fiep de priorizar a educação como caminho para o desenvolvimento sustentável do Paraná. "Buscamos um modelo educacional diferenciado, que pudesse contribuir efetivamente para com os nossos jovens, dando-lhes uma formação plena, desenvolvendo competências como a capacidade de liderança, de articulação e do trabalho em equipe”.
*WANDA ENGEL; Doutora em Educação pela PUC-RJ, comenta que: Os problemas sociais só se explicam pelos ainda altos níveis de desigualdade e com relação direta com as condições de emprego e renda, o que por sua vez implica oportunidades educacionais de mais baixa qualidade para as novas gerações, alimentando um processo de reprodução da pobreza e da desigualdade. Romper esse círculo vicioso requer políticas que garantam, ao filho do pobre, condições para que conclua sua Educação Básica, pré-requisito essencial para a inserção no moderno mercado de trabalho. Nenhum país tem possibilidades de competição no mundo globalizado sem que a Escolaridade média de sua gente.
Podemos identificar que há causas internas e externas e uma inadequação da Escola oferecida para a maioria de nossos jovens e por outro lado, as questões socioeconômicas que os empurram precocemente para o mercado de trabalho. **Em outras palavras, quais as expectativas de aprendizagem para o final do ensino básico que levam para o ensino médio?
*Há muitos desafios a serem superados, mas conhecer a realidade que se quer transformar é o primeiro passo para que seja possível adequar o atendimento, planejar e estruturar estratégias de contenção do abandono, avaliar e promover melhorias significativas e eficazes.
E como vencer esses desafios?
*Contar com a sinergia de toda a sociedade na promoção da garantia?
*Contar com uma política mínima para a inserção do jovem no moderno mercado de trabalho?
*Bolsas para os jovens estudarem no ensino médio à noite?
*Elaborar mais Programas governamentais miram a integração entre a educação profissional e o ensino médio tradicional e a flexibilização do currículo, com a introdução de disciplinas optativas para que alunos possam construir seu percurso de aprendizado?

Fonte: Caderno 1 páginas 26 a 30  e Correio Braziliense (DF)