A educação humana integral na perspectiva interdisciplinar.
Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes - Curitiba
Formadora Regional: Professora Cileni V. dos Santos
Orientadora de estudo: Professora Luci M. V. Prata
Professores cursistas: Helio dos S. Dias, Irene C. Romano, Irene de J. A. Malheiros, Jayme P. Junior, Jean C. Sauer, Josmar de J. Batista, Juslaine L. M. de Dellegrave, Lilian C. Varaschin, Lisiane V. Zaraski, Luciacyr L. A. e Silva, Marcia Grein, Marcos P. de Sousa.
Antes de propormos o desafio da problematização a ser desenvolvida na Reflexão em Ação da página 47, é necessário fazermos uma análise acerca dos fundamentos essenciais da educação humana integral na perspectiva interdisciplinar, bem como, elencar essa interação à aprendizagem significativa, que tem como princípio o ensino integrado: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, eixos esses, socializadores e transformadores da realidade.
A formação humana integral não deve se dar pela imposição de conteúdos rígidos, meramente contextualizados, mas pela interação entre o conhecimento científico e social que dá sentido à aprendizagem. Sendo assim, é fundamental considerarmos a forma como a transmissão desses conhecimentos específicos se efetivam, por uma dinâmica dialética e interativa entre os componentes curriculares.
Ainda, no que tange a formação humana integral, é preciso definir a relação entre conhecimento científico e conhecimento social estabelecidos pelas DCNEMs. “Conhecimentos culturalmente produzidos e sistematizados pelas ciências, e difundidos, aplicados socialmente valorizados, para que possam participar de maneira inclusiva na dinâmica da sociedade.”
Neste debate sobre a redução que a visão especializada dos conhecimentos impõe na formação humana, não se pode ignorar os efeitos da especialização sobre o desenvolvimento das ciências, mas o que se quer mesmo focalizar é a importância de se obter pela integração dos conhecimentos (das especialidades) a visão da totalidade da realidade.
Para construção do conhecimento científico faz-se necessário que o aluno tenha acesso ao conhecimento de maneira significativa, valorizando sua vivência. Cabe ao professor adequar de modo a compor a educação integral a qual se visa nesta perspectiva interdisciplinar. O conceito de interdisciplinaridade segundo Edgard Morin, relata bem o presente trabalho, até porque o tema é polêmico e impreciso, para o autor, interdisciplinaridade significa a troca de cooperação, uma associação de disciplinas através de um projeto ou objeto, na verdade uma interação para um tema proposto. Como tema, a identidade e a construção do individuo a partir de uma visão integral com a questão ambiental e a identidade culturalmente construída dentro um perspectiva social e econômica. O contexto apresentado possibilita uma análise crítica da problematização que pode ser contemplada dos componentes curriculares. Como referência as discussões do caderno 4, permearam a questão do trabalho, desta forma podemos contextualizar a temática a partir da última ação e reflexão proposta, dentro da uma concepção interdisciplinar, que é o direito à cidade.
Quando propomos a questão do Direito à Cidade, nos referimos não só a sua estrutura econômica e social, mas a análise reflexiva sobre as questões ambientais.
A paisagem é aquela que observamos, mas a geografia e as ciências humanas trazem também as perspectivas da paisagem sentida e construída socialmente. A paisagem urbana é diversa e plural, mas a sua ocupação dá-se pelo fator econômico como o definidor de seus espaços, e em áreas de ocupação irregular e com acesso precário a infraestrutura urbana (aí incluídas desde o acesso as redes de distribuição de luz e água, ou propriamente do solo urbano).
Nas múltiplas paisagens das cidades também estão colocadas as questões ambientais. Mais do que nunca, aqui encontramos a questão social imbricada com as ambientais: estudos da ocupação e manejo de bacias hidrográficas, poluição dos cursos d’água e acesso à água potável, a impermeabilização do solo e escassez de áreas verdes, o destino adequado do lixo e esgoto e a educação ambiental, essas e outros são os problemas e questões ambientais e sociais presentes no ambiente urbano, e diante dos quais se coloca a questão dos usos e ocupações do solo nas cidades e as habitações em áreas sujeitas a risco, como as margens dos cursos d’água ou em encostas íngremes.
Cabe aqui frisar que a cidade deve ser vista como um espaço de exercício da cidadania e de direitos, os quais envolvem moradias dignas e a referida infraestrutura urbana. O Estatuto da Cidade (Lei n º 10.257/01) traz possibilidades como reurbanização de favelas e ocupações irregulares, ou IPTU progressivo para áreas – construídas ou não – localizadas nas regiões centrais e bairros dotadas de infraestrutura, bem como formas de discussão e participação efetivas da população
sobre as políticas urbanas.
Para enriquecer nossas contribuições tomamos como apoio argumentativo o Projeto: “Educação Ambiental e sua metodologia, uma visão interdisciplinar do currículo básico”, desenvolvido pelo Professor Jayme Parra Junior, o qual expõe uma nova dinâmica interdisciplinar de abordar as questões ambientalistas de forma integrada, saindo do senso comum e valorizando a temática como saber adquirido, baseando-se no principio filosófico fenomenológico de Husserl, no qual tenta explicar o conhecimento na vida do educando.
Nesse sentido, os componentes curriculares, podem contribuir para a formação humana integral em todas as suas especifidades e especialidades, para uma aprendizagem significativa, seja por meio de metodologias que estimulem o trabalho de campo, da pesquisa como princípio pedagógico, da contextualização e vivência.
Na construção do conhecimento científico, cultura e trabalho, os códigos e tecnologias contribuem com a argumentação da leitura e interpretação de diversos textos que contextualizam as situações problemas que permitem uma análise reflexiva transformadora da realidade. Nas ciências humanas, a questão ambiental é trabalhada em todos os direcionamentos, desde a gestão adequada de pessoas até o processo final da otenção do produto e/ou serviço. Na área de ciências exatas ocorre o desenvolvimento na prática dos organismos voltados ao setor ambiental.
Essa interdisciplinaridade favorece a interação entre as diversas áreas de conhecimentos, é uma prática socializadora e permite a relação harmônica entre professores e educandos, Logo, a aprendizagem se processa de forma motivadora. Partindo desse princípio, é importante ainda, repensar essa metodologia como uma forma de promover a união escolar em torno do objetivo comum de formação de indivíduos sociais.
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