A educação emancipadora

A educação emancipadora
A Constituição Federal regulamenta que se deve “assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.

A escola tem o dever de formar cidadãos autônomos e críticos, mas para que isso ocorra é necessário uma educação voltada para a ação real dos estudantes do Ensino Médio, frente a uma formação humana integral, é  necessário pensarmos na autonomia intelectual e moral do educando e para isso, devemos propiciar uma educação/formação critica e emancipatória.

Para que isso fosse possível, em 2011 o Conselho Nacional de Educação divulgou um parecer com as finalidades do ensino médio no Brasil. Podendo-se destacar então,o eixo interligador do currículo, voltado para o trabalho, ciência, tecnologia e cultura, possibilitando um dialogo entre as diversas áreas, a escola, o estudante e a sua realidade social. Levando em conta a questão do  trabalho, dos direitos humanos, da consciência ambiental e social.

O currículo também deve levar em consideração o conhecimento local e as experiências cotidianas dos alunos, embora esse conhecimento nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para quaisquer princípios generalizáveis. Fornecer acesso a tais princípios é uma das principais razões pelas quais todos os países têm escolas (YOUNG, 2007, p. 13

Sabemos que uma prática pedagógica sem uma concepção que a oriente corre sempre o risco de não alcançar os objetivos propostos pela educação escolar de uma formação humana emancipadora e libertadora.

O Parecer CNE/CEB 05/2011 que estabelece as DCNEM nos coloca diante da necessidade de buscar outras formas de organização do currículo, tendo em vista a ressignificação dos saberes e práticas escolares

O eixo Integrador do currículo do Ensino Médio é formado pelas dimensões do Trabalho, da Ciência, da Tecnologia e da Cultura, que se constituem como essenciais à formação humana e para a oferta de um Ensino Médio de qualidade social. Essas dimensões não podem ser ‘trabalhadas’ ou mesmo‘entendidas’ de forma fragmentada, mas sim inter-relacionada.

Trabalho: o trabalho é entendido como ação humana transformadora da realidade e como “realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência” (BRASIL, 2011, p. 19).

Ciência: a ciência pode ser entendida então, como: um conjunto de conhecimentos sistematizados, produzidos socialmente ao longo da história, na busca da compreensão e transformação da natureza e da sociedade

Tecnologia: relacionando então o trabalho à ciência, o conceito de tecnologia pode ser definido como a “transformação da ciência em força produtiva”.

Cultura: buscando o conceito de cultura, temos a partir da definição do dicionário Michaelis (2014) que cultura se constitui em um “sistema de ideias, conhecimentos, técnicas e artefatos, de padrões de comportamento e atitudes que caracteriza uma determinada sociedade”. Ainda sobre o conceito de cultura, o Parecer nº 05/2011 CNE, complementa o exposto acima, afirmando que a cultura deve ser entendida “como articulação entre o conjunto de representações e significados que correspondem a valores éticos e estéticos que orientam as normas de conduta de uma população determinada” (BRASIL, 2011, p. 20).

A Educação Ambiental não deve ser entendida como algo a mais, idealmente concebida, nas sobrecarregadas rotinas de trabalho. É necessário torná-la um componente inerente ao fazer pedagógico, numa perspectiva de potencializar o movimento em busca de novas relações sociais na natureza. E o principal: que a perspectiva ambiental passe a fazer parte ativa dos Projetos Político Pedagógicos, permeando a instituição escolar em seu pulsar.

Através das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, é possível traçar um novo caminho para esta etapa da educação básica, um caminho que, ao levar a uma formação que não dissocia a cultura da ciência e do trabalho, possibilitando aos  estudantes compreenderem os conhecimentos e os valores de um tempo histórico e social.