Educação Alimentar e Nutricional.

De acordo o filme "Ponto de Mutação",  há uma grande preocupação com produção alimentícia e as soluções dos problemas como a desnutrição e a forma de como se interpreta a saúde nos dias de hoje. A discussão apresentada é sobre a velocidade que os alimentos são produzidos, porém, no entanto, este cultivo precisa ser de qualidade e dar uma nutrição alimentar aos indivíduos e suprir amplamente todas as classes que necessitam se nutrir e tornar-se mais resistentes contra as doenças infecciosas. Esta preocupação é mencionada em alguns momentos do diálogo do filme entre os personagens que expõem a seguinte reflexão: “Desde o fim do século XVII, a produção de alimentos aumentou rapidamente no mundo ocidental; houve grandes avanços na agricultura, e a resultante expansão de suprimentos alimentares tornou as pessoas mais resistentes às infecções.
O papel crítico da nutrição no fortalecimento da reação do organismo às doenças infecciosas está agora bem estabelecido, e é compatível com a experiência dos países do Terceiro Mundo, onde a desnutrição é reconhecida como a causa predominante da saúde precária. A segunda razão principal para o declínio das doenças infecciosas pode ser atribuída à melhoria das condições de higiene e saneamento a partir da segunda metade do século XIX. O século XIX não só nos trouxe a descoberta de microrganismos e a teoria microbiana das doenças, mas foi também a era em que a influência do meio ambiente sobre a vida humana tornou-se um ponto focai do pensamento científico e da consciência pública. A grande maioria dos reformadores da saúde pública do século XIX não acreditava na teoria microbiana das doenças, mas supunha que a má saúde tinha origem na pobreza, na desnutrição e na sujeira, e organizaram vigorosas campanhas de saúde pública para combater essa situação. Isso levou à melhoria das condições de higiene pessoal e da nutrição, e à introdução de novas medidas sanitárias — purificação da água, eficiente rede de esgotos, fornecimento de leite pasteurizado e melhor higiene dos alimentos —, todas elas extremamente eficazes no controle de doenças infecciosas. Houve também um significativo declínio nas taxas de natalidade, relacionado à melhoria geral das condições de vida. Isso reduziu a taxa de crescimento da população e garantiu que o progresso na saúde não seria comprometido pelos números crescentes.” (CAPRA,1982)
A promoção da alimentação saudável nas escolas, assunto amplamente debatido nos meios acadêmico e governamental, vem se fortalecendo nos últimos anos como política pública. Reafirmando o compromisso da Saúde e da Educação, foi publicada, em 08 maio de 2006, a Portaria Interministerial 1010, que estabeleceu em âmbito nacional diretrizes e ações para esse fim.
Uma das respostas a essa ação foi o estabelecimento de parcerias, entre universidades federais e o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), visando à criação de Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE). Desta forma, confirmando o compromisso do governo e da universidade no apoio à Política de Segurança Alimentar e Nutricional nas escolas brasileiras, foi criado o CECANE da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Idéias para promover a alimentação saudável nas escolas representam um dos frutos do primeiro ano de existência do CECANE UNIFESP. Conceitos de nutrição e a importância da alimentação escolar, como momento de aprendizagem e de formação do hábito alimentar, são apresentados de forma clara e sucinta.
Com base nesta reflexão podemos examinar e promover discussões e trabalhar o tema: “Educação alimentar e Nutricional” em uma visão integrada no contexto escolar com os seguintes debates:
* O resgate da História da Cultura alimentar : o significado cultural e social do alimento, hábitos alimentares, mídia, consumismo, auto-conhecimento.
* A importância dos alimentos e seus nutrientes no organismo : qualidades dos alimentos ( energia, nutrientes, funções), composição das refeições, quantidade a ser consumida (tamanho da porções), modos de preparo, rótulos de alimentos.
* A higiene e segurança dos alimentos.
* A reação dos alimentos mediantes uma alimentação não saudável
* Recomendações para a alimentação saudável
* O hábito de praticar exercícios
* Aspectos ambientais e econômicos: o homem como parte da natureza e a utilização dos recursos: agricultura, produção de alimentos (industrialização), aproveito integral dos alimentos, desperdício, uso da tecnologia (ex.:transgênicos), desenvolvimento sustentável.
Ações integradas em educação nutricional pode ser aplicada nas seguintes formas nas disciplinas:
Português: Leitura, história relacionada, mural, jornal, produção de textos.
Biologia: Valor nutritivo, efeitos sobre o organismo, importância para a saúde, meio ambiente, origem e recomendações nutricionais. A produção da Horta como prática.
Artes: Cartazes e outras expressões como maquetes, teatros e produções artísticas relacionadas ao tema.
História e Geografia: Origem, usos, importância econômica e cultural.
Matemática: Pesos, medidas, frações, necessidades nutricionais ( percentual, rótulos)
Educação Física: Postura, importância do alimento para o exercício, crescimento e auto-imagem.
Física: Energia térmica ou processo de transformação e conservação. Energia potencial e energia cinética.
Química: Composição química dos alimentos.
Filosofia: Ética e educação ambiental, Preocupações éticas ambientais, preservação e consciência ecológica do ambiente e da vida.
Sociologia: Sociedade, consumo e a cultura na alimentação.
Contudo, é importante promover uma re-educação alimentar a nível escolar desde os primeiros anos do ensino fundamental, fazendo desta maneira o possível para reverter os hábitos alimentares incorretos. Isto será possível através de disciplinas que abordem a saúde alimentar e, sobretudo, com o exemplo da escola aplicando estes conhecimentos oferecendo um cardápio equilibrado e saudável. A participação das famílias é de vital importância para que se possa desenvolver uma nova geração de pessoas saudáveis e dispostas para continuar a construir a cada dia uma sociedade melhor.
Trabalho realizado por: Leonardo Catafesta, Eliete Beatris L. Nesello, Maria Zeli M. Ferreira. Cristiane F. Ciello, Isabel C. Gonçalves, Fabiane Liberali, Danielle K. David e Débora C. L. Valero.