A forma de intervenção docente, buscando considerar toda a diversidade do sujeito do Ensino Médio, bem como fazer a articulação interdisciplinar na ótica do trabalho, ciência, tecnologia e cultura, não pode causar o esvaziamento do tratamento adequado ao conhecimento cientifico. Analisando por esse viés, evidencia-se que parte do tempo escolar já está sendo destinado a trabalhar esse sujeito com suas particularidades especificas (sociais, culturais, estéticas, psicológicas e econômicas) em detrimento do seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que a escola vem assumindo diferentes papeis que caberiam a outras instituições. Esse esvaziamento poderia justificar os resultados apresentados nos atuais índices de avaliações nacionais para o Ensino Médio. No que tange a contextualização, interdisciplinaridade, inserção de temas transversais e das demandas sociais emergentes, compreendemos que isso se faz necessário, porém devemos dimensionar qual o grau de relevância que será dado no decorrer do desenvolvimento curricular. A carga burocrática que deve ser cumprida pelo docente ultrapassa, e muito, o período que deveria ser dedicado ao estudo, formação e discussão com seus pares acerca de encaminhamentos metodológicos. Vivemos em uma era em que os artefatos tecnológicos amplamente difundidos e de fácil aquisição e acesso, nos permitiria realizar virtualmente grande parte deste trabalho burocrático, porém, ainda registramos a vida acadêmica dos alunos em papeis, que cada vez mais são ampliados e similares à manufatura.