O currículo envolve mais que o ensino-aprendizagem, portanto a sua elaboração deve se basear nos eixos ético-políticos: integrar trabalho, ciência, tecnologia e cultura; integrar escola-comunidade; democratização das relações de poder; enfrentamento das questões de repetência e de evasão; visão interdisciplinar; formação permanente dos educadores.
O desafio é o de ultrapassar a escola como espaço curricular, estendendo o planejamento e as práticas para outros espaços, que possibilitem incluir manifestações culturais, projetos e processos sociais na experiência escolar, de intervenção e de cooperação sistematizada em torno da construção do conhecimento.
O conhecimento deve ser compreendido e apreendido como construções histórico-sociais e sua apreensão reconhecida pelos educandos como necessária para a compreensão e eventual superação dos problemas identificados e reconhecidos como relevantes pela comunidade.
Deve-se valorizar e aprofundar os conhecimentos organizados nas diferentes disciplinas escolares este é um pré-requisito para estabelecer relações interdisciplinares, estas estão relacionadas ao conceito de contextualização sócio-histórica como princípio integrador do currículo, compreendidas como necessárias para o entendimento da totalidade. A forma como o conhecimento é produzido, selecionado, difundido e apropriado devem dialogar entre as áreas do conhecimento, mas constituir-se em suas especificidades.
No caso das Ciências Humanas tratam da vida social e psíquica do ser humano, em termos de acontecimentos, problemas, desafios, hábitos, normas, etc. enfrentados e construídos pela humanidade ao longo do tempo e em dados espaços. Como trata da vida, há também uma relação entre particularidades e totalidade. O que se quer é focalizar a importância de se obter pela integração dos conhecimentos (das especialidades) a visão da totalidade da realidade.
Na cadeia da produção do conhecimento inseriu-se o ensino, pois para que as pessoas possam compreender o mundo e produzir novos conhecimentos, é preciso que elas se apropriem do conhecimento já produzido socialmente ao longo da história. Assim, faz-se uma transposição dos campos científicos para as disciplinas escolares. Porém, as disciplinas escolares, quando consideradas apenas como acervos de conteúdos de ensino, isoladas e desprendidas da realidade concreta da qual esses conceitos se originaram, não permitem que o processo de ensino e aprendizagem redunde efetivamente na compreensão da realidade pelo educando.
A disciplina de Biologia tem com objeto de estudo o fenômeno VIDA.
Os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no ensino médio resultam dos moldes teóricos elaborados pelo homem – seus paradigmas teóricos - que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais.
A incursão pela História e filosofia da ciência permite a concepção de ciência presente nas relações sociais de cada momento histórico, bem como as interferências que tal concepção sofre e provoca no processo de construção de conceitos sobre o fenômeno VIDA, reafirmando como objeto de estudo da Biologia.
Conteúdo: “alimentos”, bases químicas da vida – moléculas orgânicas e inorgânicas: água, sais minerais, carboidratos, lipídios, vitaminas, proteínas.
Compreender a história em relação aos alimentos e a contribuição dos cientistas para o desenvolvimento da humanidade;
Compreender a importância da conservação dos alimentos, riscos dos aditivos químicos...
Compreender o corpo, a necessidade de nutrientes, a saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, efetivas e sociais, relacionando a prevenção de doenças e promoção da saúde.
Para atingir esses objetivos, em função do conteúdo apresentado, poderão ser utilizados os seguintes recursos metodológicos: utilização da TV e Vídeo (DVD); (Multimeios); Mapa da fome no mundo, Materiais alternativos, debates, estudo de textos complementares, identificação de nutrientes nos alimento através de demonstração e experimentos, pesquisas, biblioteca, internet, revistas, jornais seminários entre outros.
Como construção o conhecimento é sempre um processo inacabado.
Deve-se sempre partir dos saberes previamente adquirido pelo educando, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem. Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Biologia, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente, e construir sua autonomia rumo ao desenvolvimento de suas capacidades para uma formação humana integral.
Referências
Diretrizes curriculares da educação básica – biologia – Paraná 2008.
NOSELLA, P. A escola de Gramsci. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
RAMOS, M. N. A contextualização no currículo de ensino médio: a necessidade da crítica na construção do saber científico. Mimeo, 2004?
SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F. Rosa, Porto Alegre: Artmed, 2000.