Diagnóstico Socioambiental do município de Campo do Tenente
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
ETAPA II CADERNO V - Matemática
TUTORA - DEIZE LEMOS GARCIA OLIVEIRA
CURSISTAS: CLEUSA M. BARANCELLI, ADILCE FARIA DA SILVA, JOSELI NOVAKI DE PAULA
Diagnóstico Socioambiental do município de Campo do Tenente
O objetivo maior é que os alunos conheçam o espaço onde vivem, identifiquem os problemas que estão relacionados ao meio ambiente e juntos pensar nas ações possíveis para implantar na comunidade.
A Educação Ambiental prevista na Lei nº 17.505 de 11 de Janeiro de 2013 depende de um trabalho interdisciplinar, sendo assim, partimos do pressuposto que a Educação Ambiental vai além das paredes da sala de aula e requer um trabalho em equipe. Os valores sociais da comunidade escolar devem ser construídos coletivamente e eles são essenciais para que se possam atingir as melhorias na qualidade de vida visando a sustentabilidade.
O desenvolvimento deste projeto irá envolver as disciplinas de Geografia, Língua Portuguesa, Matemática e Sociologia e irá contar com a contribuição dos gestores, da coordenação pedagógica e funcionários. Os professores envolvidos nesta proposta terão como principal objetivo estimular e fazer acontecer a Participação Estudantil levando os alunos a mudarem suas atitudes em relação ao tratamento da questão ambiental e às ações relativas ao meio ambiente.
O método de trabalho visa proporcionar aos alunos do Ensino Médio um contato mais aprofundado com as práticas sistemáticas de pesquisa. A proposta é realizar um Diagnóstico Socioambiental do município da Campo do Tenente em parceria com a Emater que irá fornecer dados e levantamentos realizados anualmente no município. Os relatórios abordam temas como: relevo/solo, clima, hidrografia, atividades econômicas, ocupação na área urbana e rural entre outros. Este diagnóstico ambiental do entorno da escola e localidades onde residem os alunos, contribuirá para que os alunos conheçam o espaço onde vivem, identifiquem os problemas que estão relacionados com o meio ambiente e, assim, possam juntos pensar nas ações que são possíveis para se efetivar a melhoria das condições de vida da comunidade como a mudança na conduta dos indivíduos, e que resultem na melhoria da qualidade do ambiente ao seu entorno.
Ao final do projeto pretende-se Levar à comunidade educativa (estudantes, educadores, pais e outras pessoas da comunidade) informações, explicações ou orientações sobre temas relacionados ao meio ambiente que afetam o município e/ou o entorno da escola.
Projeto passo a passo
Diagnóstico Socioambiental do município de Campo do Tenente
Objetivos
- Geral
Implantar práticas sustentáveis na escola.
- Para a direção, a coordenação pedagógica, os professores e os funcionários:
Identificar e promover atitudes sustentáveis no coletivo e, individualmente, agir coerentemente com elas.
- Para os alunos
Desenvolver atitudes diárias de respeito ao ambiente e à sustentabilidade, apoiadas nos conteúdos trabalhados em sala de aula e através de diagnóstico socioambiental.
- Para a comunidade do entorno
Ampliar o interesse por projetos ambientais e se integrar em sua organização e implantação.
Levar à comunidade educativa (estudantes, educadores, pais e outras pessoas da comunidade) informações, explicações ou orientações sobre temas relacionados ao meio ambiente que afetam a região ou o entorno da escola.
Propor um diagnóstico ambiental do entorno da escola e localidades onde residem os alunos, para que os alunos conheçam o espaço onde vivem, identifiquem os problemas que estão relacionados com o meio ambiente e, assim, possam juntos pensar nas ações que são possíveis para se efetivar a melhoria das condições de vida da comunidade como a mudança na conduta dos indivíduos, e que resultem na melhoria da qualidade do ambiente ao seu entorno.
Conteúdos de Gestão Escolar
- Administrativo Levantamento da demanda dos recursos naturais que entram na escola (água, energia, materiais e alimentos);
- Comunidade Envolvimento na questão ambiental, com construção de novas práticas e valores e a realização de interferências na paisagem.
- Aprendizagem Desenvolvimento de habilidades que contemplem a preocupação ambiental nos âmbitos de energia, água, resíduos e biodiversidade.
Material necessário
Contas de luz e água,
Planilhas para a anotação de dados sobre o consumo de recursos naturais,
Cartazes de papel reciclado para a confecção de avisos sobre desperdício,
Papeis para mapas e croquis e material escolar em geral
Laboratório de informática
Gravador de áudio
Máquina fotográfica
Desenvolvimento
1ª etapa Planejamento em equipe
Reunir os funcionários e iniciar uma conversa sobre a importância de criar um ambiente voltado à sustentabilidade ambiental.
Fazer um levantamento de como a escola lida com os recursos naturais, o descarte de resíduos.
Administrativo – realizar um levantamento da demanda dos recursos naturais que entram na escola (água, energia, materiais e alimentos) que será repassado aos alunos para propor ações coletivas com a finalidade de diminuir custos com energia e água.
O professor orientador deverá estimular cada grupo a fazer uma avaliação atenta do assunto escolhido. Por exemplo, a equipe que analisará o uso da energia deve levantar informações sobre a distribuição de luz natural, os períodos e locais em que a energia artificial fica ligada, as luminárias usadas e a sobrecarga de tomadas. Já o grupo que cuidará da água levantará o consumo médio na escola e verificará as condições de caixas- d’água, canos e mangueiras. A secretaria fará um levantamento da quantidade de papel consumido mês a mês na escola;
2ª etapa
DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL –
Fazer com os alunos da segunda série do Ensino Médio um levantamento da região próxima à escola e das localidades onde residem os alunos.
Obs. Aula de campo ou agendar visita de responsáveis 9secretaria do meio ambiente, agricultura e indústria) na escola, assim como SANEPAR.
GRUPO 1- Identificação do relevo e do solo
- Qual é o relevo em que a localidade/bairro foi construída (planalto, planície, serra, etc.)?
- Qual é o tipo de solo predominante na região?
- Quais as mudanças no relevo ocasionadas pela ocupação humana?
GRUPO 2- Clima
- Qual é o clima do local investigado?
- Qual é a variação de temperatura durante todas as estações do ano?
- Qual é o índice pluviométrico durante os meses do ano?
- Qual a velocidade do vento ao longo do ano?
GRUPO 3- Hidrografia
- Identificação dos recursos hídricos existentes como rios, lagos, fontes, etc.
- Como são utilizados os recursos hídricos (abastecimento de água potável, esgoto, irrigação, etc.)?
- Qual é a qualidade da água, aspecto, cor, cheiro e movimentação?
GRUPO 4- Área urbanizada
- Identificação das casas, tipo de materiais utilizados na construção.
- Infraestrutura existente (água, energia elétrica, pavimentação, esgoto, transporte).
- Destino do lixo doméstico.
GRUPO 5- Atividades comerciais
- Identificação do comércio/mão de obra utilizada/produto comercializado.
- Destinação do lixo gerado.
- Quem consome os produtos comercializados?
GRUPO 6- Atividades agrícolas
- Que culturas existem? Como são obtidas as sementes? Como são estocadas?
- Qual a forma de cultivo? Utilizam equipamentos e agrotóxicos?
- Existe criação de animais? Que tipo de criação? Quais as técnicas utilizadas?
- Como são criados? Que destino é dado aos dejetos dos animais?
GRUPO 7- Atividades industriais
- Que tipo de indústria? Qual o tamanho e método de produção?
- Qual a mão de obra utilizada? Quais os recursos naturais utilizados?
- Como é tratado o lixo produzido? Tem substâncias tóxicas?
- Possui programa de controle de poluição e de proteção ambiental?
Após a coleta dos dados, na disciplina de matemática os alunos devem elaborar uma síntese com as informações obtidas, os dados devem ser tabulados e analisados, o espaço investigado deve ser mapeado.
Na coleta dos dados, é interessante os alunos fazerem uma entrevista com os moradores e/ou trabalhadores do espaço diagnosticado, e os resultados devem ser apresentados em sala de aula para compartilhar as informações obtidas. Assim, todos poderão pensar nas soluções para os problemas que foram encontrados em relação ao meio ambiente.
Os alunos deverão sempre ter o acompanhamento de um professor e/ou supervisor para ir a campo coletar os dados.
A sistematização e a tabulação dos dados serão feitas nas aulas destinadas ao projeto a partir de um cronograma. Esta tarefa irá envolver professores de outras disciplinas.
3ª etapa Implantação
Com base no diagnóstico inicial e a tabulação dos dados, os grupos irão propor algumas soluções, como:
- Energia Incentivar a todos, com conversas e avisos perto de interruptores, a desligar a energia quando houver luz natural ou o ambiente estiver vazio; efetuar a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, mais econômicas e eficientes, e fazer a manutenção periódica de equipamentos como geladeiras e freezers.
- Água Providenciar o conserto de vazamentos e disseminar, com lembretes nas paredes, a prática de fechar torneiras durante a lavagem da louça, a escovação dos dentes e a limpeza do edifício.
- Resíduos Caso não haja coleta seletiva pelo serviço público, deve-se buscar parcerias com cooperativas de catadores. Além disso, é possível substituir, sempre que possível, sulfite, cartolina, isopor e EVA por papel craft reciclado;Iimplantar programas contra o desperdício de comida e promover o uso e o descarte corretos dos produtos de limpeza.
- Lixo – Propor mudanças de atitudes em sala de aula em relação ao desperdício de papel e material escolar. Expor custos, matéria prima usada e como reaproveitar materiais. Usar recursos como: cartazes e visitas nas salas;
4ª etapa – Ação interdisciplinar
Definição de conteúdos disciplinares pedagógicos que podem receber o apoio do projeto ao ser trabalhados em sala, como:
- A importância da água para a vida na Terra;
- O desenvolvimento dos vegetais;
- A dinâmica da atmosfera terrestre;
- Os tipos de poluição;
- Os combustíveis renováveis e não-renováveis;
- As cadeias alimentares;
- A importância dos aquíferos;
- O estudo das populações, entre outros.
5ª etapa Sensibilização da comunidade
Para aproximar as famílias e permitir que elas também apliquem as ações sustentáveis do projeto em seu dia a dia, é preciso envolvê-las desde o início. Nesse sentido, o diretor pode convocá-las a participar de reuniões e eventos sobre o tema, expor as mudanças implantadas na escola em painéis, apresentar as reduções nas contas de água e de luz e convidá-las a ver de perto a preocupação ambiental aplicada nos diferentes locais da escola.
Cada grupo irá produzir textos – gênero jornalístico – que após revisados e corrigidos serão gravados em formato podcats para serem agrupados em um programa da rádio comunitária local com o objetivo de levar à comunidade educativa (estudantes, educadores, pais e outras pessoas da comunidade) informações, explicações ou orientações sobre temas relacionados ao meio ambiente que afetam a região ou o entorno da escola. Revelando as ações do projeto.
6ª etapa Manutenção permanente das ações
Acompanhar o andamento das mudanças, anotando os resultados e as pendências. Reunir os envolvidos para fazer as avaliações coletivas das medidas adotadas. Procurar levar em consideração novas sugestões e soluções propostas por alunos, educadores ou famílias. É importante ter em mente que essa manutenção deve ser permanente e não apenas parte isolada do projeto.
Avaliação
Retomar os objetivos do projeto, recordando o que a escola esperou alcançar, e questionar se eles foram atingidos, total ou parcialmente. Montar uma pauta de avaliação sobre cada item trabalhado e retomar aqueles que merecem mais aprofundamento. Avaliar também o envolvimento da equipe e dos alunos, se todos estão interessados na questão ambiental e se eles mudaram as atitudes cotidianas em relação ao desperdício e ao consumo.
Referências
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/projeto-escola-... Consultoria: Neide Nogueira - Coordenadora do programa de educação ambiental do Cedac, em São Paulo. Sueli Angelo Furlan Selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Apostila de EDUCAÇÃO AMBIENTAL, org. Katia Gisele Costa e Paulo Rogério Moro. UEPG; Ponta Grossa, PR. 2011.(p. 53 e 54)
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