Devemos aprender a conhecer a avaliação

Sirley Kremer Luiz Koenig Veiga
Suellen Barbosa
AVALIAÇÃO

Devemos aprender a conhecer a avaliação forma saudável, que venha nos mostrar de onde vamos partir com nossos alunos, sempre respeitando-os em suas especificidades, mas não os colocando em uma posição inferior e sem supor sua incapacidade.
A avaliação se faz necessária, até mesmo para que possamos avaliar nosso trabalho, percebermos  quais os pontos frágeis e que estratégias precisamos usar no cotidiano escolar.
De acordo com o caderno VI, no início relata um pouco sobre avaliação, porém quando a avaliação aprova ou reprova um aluno, de certa forma o texto parece contra. No entanto o nosso sistema educacional é organizado dessa forma, e se em algum momentoa avaliação também não servir a esse propósito como faríamos então? Ainda que não sejamos a favor de reprovações por qualquer motivo, mas alguns casos realmente necessitam de retenção, desde que haja algum ganho para esse aluno.
Conforme vamos lendo o caderno VI de formação de professores, em vários momentos as dúvidas vão surgindo, pois o que mais aparece é a questão de que o fracasso não pode ocorrer e pronto, isso o fracasso visível, mas tudo bem se o aluno passar adiante sem conhecimento ou comprometimento algum. A partir disso vincula-se também a reprovação ao IDEB, um índice que auxilia na avaliação externa da escola. E assim supõe-se que os alunos podem continuar passando de série em série sem reprovação alguma. Porém o foco principal deveria ser melhorar a qualidade integral da escola, oferecer novos horizontes aos profissionais, ao contrário estaremos somente mascarando números, e repetindo uma educação para as massas, que visa a todo momento resultado fina e não atém-se ao conteúdo, ao porque dos resultados ruins. E por fim propagamos uma educação que não favorece seres pensantes e nem reflexivos.
Precisamos apenas refletir sobre o que lemos, afinal devemos ser seres críticos, e o que lemos aqui é uma idelogia de que a reprovação não pode ocorrer, e ainda pretendem mascarar o abandono, a evasão. Já que esses não existirão mais, no livros de chamada, no sistema, eles serão repetentes. Então para que precisamos de formação?! Ou de tanta discussão?! Se tudo vem pronto? E se talvez no final desta formação de professores a maior intenção seja somente incutir a ideia de reprovação zero, indepente de conhecimento, e talvez num futuro próximo, até frequencia.
E para esclarecimento total, nós compreendemos a avaliação em sua totalidade, e não pensamos em punição somente, por isso vamos esplanar mais um pouco o tema, apesar do que foi lido ter ficado tão claro e particularmente, não vermos tanto sentido para isso.
Em relção ás avaliações externas precisamos tomar alguns cuidados, pois nem sempre os dados vão de fato condizer com a realidade. Porque o que vivenciamos no cotidiano escolar é o fato de alguns jovens não compreenderem algumas provas, e não as levarem à sério e com isso fazem-na de qualquer jeito, sem se esforçar, nem sempre aqueles resultados irão traduzir a realidade escolar.
O que mais surpreende em tudo isso é que de forma geral, quem pensa nessas formas de avaliação, e impõe algumas atitudes à serem tomadas na maioria dos casos nunca esteve em uma escola, principalmente pública. A teoria precisa estar aliada à prática, porém se eu nunca tiver praticado, como posso afirmar que algumas decisões são boas ou não?
E indo além, no campo educional muitas vezes todos “entendem” um pouco, muitos interferem e dão suas opiniões , porém desses, quantos estudaram? Se vamos para o campo da medicina isso não é aceitável, porém porque para a educação nós precisamos aceitar? Mas quando o fruto dessa educação descompromissada aparece, a culpa recai sobre o professor. No entanto na hora de estabelecer políticas adequadas e até mesmo de reprovarmos um aluno enfrentamos graves problemas.
É hora de pensarmos qual é o cidadão que quermos formar, aquele que arca com as consequencias de seus tos, ou aquele que é “empurrado”, para para que seu país possa continuar emprestando dinheiro. Vivemos uma lógica perversa, em que dados são mascarados, e os problemas reais não resolvidos, apenas disfarçados. Mas quem estabelece que tantos não podem reprovar, não pode isso ou aquilo, continuam com um sistema educional rígido, reprovando quando necessário, e também dando o suporte adequado tanto, para o seus aluno, quanto para o professor e equipe da unidade escolar.
Porque nessa avalanche de informações também esquecemos desse profissional, que muitas vezes não se sente seguro no seu ambiente de trabalho. Exercendo até 60 horas de trabalho semanais, em diversos casos, para obter uma renda um pouco melhor. E acaba sobrecarregado, e muitos deles também tiveram uma educação deficiente, e nem todos possuem sua autonomia de pensamento, e se não a possuem como podem esses passar algo para seus alunos, que nem eles mesmos possuem?!
Pode parecer que estamos fugindo do assunto, mas só compreendemos porque há uma falha na forma de avaliar de nossos professores, se compreendermos que há também uma falha em sua formação.

Avaliar o aluno deixa de significar de fazer um julgamento sobre a sua aprendizagem, para servir como momento capaz de revelar o que o aluno já sabe os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado, seu processo de construção de conhecimento, o que o aluno não sabe é o caminho que deve percorrer para vir, a saber, o que potencialmente revelado em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para a superação, sempre transitória, do não saber, possa ocorrer. (p.19) Esteban, 2004

ESTABAN, M. T. (Org.)  Escola, Currículo e avaliação. Série Cultura Memória e Currículo. Vol.05, 2004, São Paulo, Cortez.