Desafios do Ensino Médio
GRUPO DE ESTUDOS DE PROFESSORES DO COLÉGIO JOÃO PAULO II
Ana Cristina Scorupa,Cirlene Ribeiro da Luz Damasceno,Claudilene Zirondi Sardanha,Eliane Bento de Carvalho, Evania Aguerra da Silva, Iolanda Champoski, Marcia Novacki, Marcia Paulli, Nathalia Rodrigues Marin, Nelson Pereira, Sonia Regina Cordeiro Silva e Theodoro Lutemberg de Souza
Orientador de estudos: Arnaldo de Brito
1. Desafios para o ensino médio
INTRODUÇÃO
O debate sobre o Ensino Médio é muito amplo devido ao atual quadro que se apresenta em que a sociedade tem cobrado do Estado mudanças para valorizar a educação e principalmente a qualidade na formação do individuo em todas as suas potencialidades. No decorrer das discussões ficou claro que as transformações sociais e políticas pelas quais o Brasil passou marcaram profundamente a evolução da oferta do ensino público do país e como escopo do nosso trabalho o Ensino Médio.
No decorrer das discussões percebe-se que historicamente a educação fica condicionada a formação de indivíduos para ser mão de obra o entra em conflito com o que a educação busca de formar pessoas cidadãs e conscientes do seu papel de protagonista de suas vidas na sociedade onde está inserido e que a exclusão de alguns grupos demonstra que o ensino no seu contexto histórico não foi democrático sendo no passado elitizado e que tem reflexos à na formação da nossa sociedade contemporânea.
Nessa linha a leitura dos textos que embasam os debates e discussões entre nós professores apontam fatores históricos, econômicos e culturais que juntos são responsáveis pelo quadro que se apresenta de evasão, queda de rendimento e de qualidade dos alunos do Ensino Médio, e que também mostra quais os desafios que os professores enfrentam para mudar essa situação que causa muita preocupação para sociedade com o um todo.
O estudo do caderno aponta os fatores para que a educação pública no país e, em especial, no Ensino Médio, o que nos leva a um segundo ponto que é o de conhecer o aluno do ensino médio através da análise de seu perfil social, cultural e econômico, essencial para saber quais são seus anseios e expectativas em relação a educação. Isso se faz necessário para compreender como as mudanças econômicas e culturais afetaram a sociedade e qual o papel da educação nesse contexto marcado pelo predomínio do capital na construção de valores na sociedade contemporânea e seu efeito sobre os jovens.
Compreendendo essas mudanças passamos para outro ponto que é o de criar novas estratégias para a educação compreendendo que o aluno tem mais acesso ao conhecimento o que é consequência do surgimento de novas tecnologias de comunicação e informação, mas que ainda não tem a maturidade de fazer a leitura da sua realidade. Repensar o papel da escola nesse novo cenário social e reestruturar o modelo de educação que precisa ser contemporâneo e, mas ao mesmo tempo deixar claro o seu valor social para que o indivíduo compreenda o significado que a educação tem na sua formação ética e moral.
E a partir dos debates realizados em cima das informações e dos textos sobre os problemas e desafios da educação, construir propostas para a educação e novas práticas pedagógicas que possam ser colocadas em prática para atender um clamor que a universalização do ensino médio com acesso democrático a todos com qualidade e significado para o individuo.
Ao longo da história é possível perceber importantes avanços no que diz respeito ao Ensino Médio. Longe de representar uma situação ideal e de forma mais lenta do que o esperado, algumas mudanças ocorreram, principalmente nas duas últimas décadas com as medidas adotadas pelo poder público no sentido de incentivar a permanência dos alunos na escola para a conclusão de todo o ciclo de estudo e a oferta de cursos técnicos. Mesmo assim, essa modalidade de ensino constitui no grande problema da educação brasileira atualmente.
Os índices são reveladores da situação em que se encontra o Ensino Médio. Ao comparar o número de matrículas com o número de concluintes, pode-se perceber que a evasão escolar constitui em um dos principais desafios a ser enfrentado, pois a metade dos jovens brasileiros não frequentam essa modalidade.
Por que o aluno abandona os estudos? Podemos apontar algumas prováveis causas para que isso ocorra. Um fator para reflexão é a falta de interesse, pois para muitos jovens a escola não representa nada, está totalmente desconectada de sua realidade com conteúdos que muitas vezes não tem nenhum significado para o aluno. Outro fator que tem uma influência importante é a questão socioeconômica, onde muitos precisam trabalhar para ajudar no sustento da casa ou o consumismo o empurra para o mercado de trabalho para poder comprar o último modelo de celular, o boné, o tênis de marca. Por não conseguir conciliar trabalho e estudo, acabam desistindo de estudar, uma vez que consideram a questão econômica mais importante. E por fim, na maioria das vezes o educando não relaciona estudo com qualificação profissional e melhor colocação no mercado de trabalho, o que interessa é o momento presente e, assim, não hesita em abandonar a escola.
São desafios que precisam ser superados para que haja uma formação humana integral do aluno. Pensar a educação hoje é preciso ir além do professor em sala de aula apenas passando conteúdos para os alunos ou então aquela escola que prepara o aluno para ser mão de obra barata para o mercado de trabalho. A proposta hoje é uma escola que tenha como objetivo a formação para a cidadania em que o aluno participe como sujeito da história. Para isso, é importante trazer para o centro do debate o conhecimento prévio que ele possui, fazendo, assim, com que o ensino tenha sentido/significado para o aluno. Aulas criativas e dinâmicas, que tragam a realidade do aluno para a sala de aula; ter a comunidade local como laboratório de pesquisa; equipar as escolas com computadores e acesso a internet; visitas à museus, fábricas e instituições públicas; palestras que trabalhem questões relacionadas à estudo e mercado de trabalho. A escola necessita criar estratégias e práticas outras que venham motivar o aluno a permanecer e concluir seus estudos.
Hoje podemos vislumbrar novo horizontes nos ramos da Educação brasileira, embora sabedores que historicamente, as condições estruturais, impediam avanços maiores; bem como milhares de Educadores de todos os cantos do país tiveram suas vozes abafadas. Entretanto, aos poucos as condições estão sendo forjadas na luta do dia a dia, não só pelos educadores através de seus órgãos de representação, mas também por estudantes cada vez mais críticos e atuantes em prol de transformações sociais e por uma Educação de qualidade. Enfim, a escola precisa lançar mãos de práticas inovadoras que venham de encontro as expectativas dos alunos e que os mesmos ouçam o eco do seu fazer cotidiano na sociedade a qual estão inseridos.
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