Desafios do Ensino Médio
COLÉGIO ESTADUAL CARLOS ZEWE COIMBRA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
SANTA TEREZINHA DE ITAIPU - PR.
Resultado das discussões relativas ao Caderno 1 do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Participantes:
Angela Maria Both Eyng – professora orientadora
Ademir Geremia
Alexandre Alievi Moreira
Anderson Ledesma de Jesus
Angela Cristina de Lima
Carine Goerck Wlodkowski
Cleide Viviane Schons Villa
Cleverson Roberto Venson
Fabiane Sanguine
Karolina Rosa Busnello
Lucia Castione
1) A partir da reconstrução histórica aqui apresentada, identifique — individualmente e em grupo — os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira e levantem possibilidades de explicação para eles.
Acreditamos que os maiores desafios que o Ensino Médio brasileiro encontra, nos dias atuais, é a permanência do aluno na escola e o fazer perceber o quanto o ensino se faz importante. No entanto, encontramos muitas dificuldades para que estes dois itens sejam enfrentados, como por exemplo, tornar a escola um lugar atraente e fazer com que o saber ensinado em sala de aula seja de interesse prático para o aluno.
Diminuir a distância de tudo que é ensinado para o aluno na escola, ele não consegue relacionar, ou fundamentar, qual a importância do que é ensinado para a sua vivência, para sua prática, para sua vida.
Outro aspecto levantado pelo grupo é o desinteresse pelo estudo, uma vez que na maioria dos livros didáticos os conteúdos estão quase que totalmente fora da realidade dos alunos; não permanência e conclusão de Ensino Médio, devido à necessidade de o jovem trabalhar.
Ausência de uma identidade própria e definida o Ensino Médio sempre sofreu mudanças, alterações não muito claras, sua apresentação não tem um fim definido. Ele não deveria ser apenas a conclusão de um nível.
O ensino médio deve ser pensado como algo próprio para adolescentes, assim como a educação infantil, com infraestrutura adaptada e organização de espaço e das atividades de acordo com a idade dos alunos.
Outra opção é que a matrícula poderia ser feita por disciplina, currículo envolvente para diminuir a distorção idade-série.
Trabalhar para que o Ensino Médio tome um novo direcionamento, sem evasão escolar, desejo de permanecer na escola por prazer, anseio ao saber e aprender.
Mais desafios:
O Estado deve caminhar para a universalização do Ensino Médio público de qualidade, ofertando-o como um direito igualitário a todo cidadão.
Outro desafio: diminuição das desigualdades: econômica, social, cultural, política. Como? Possibilitando que os alunos participem e se sintam sujeitos de suas vidas. Quanto aos alunos que trabalham e estudam, o Estado poderia ofertar bolsas. Para os que só estudam, oferecer ensino integral.
Buscar uma forma de conciliar o trabalho com o emprego dos alunos visto que muitos já estão trabalhando.
Reformulação de currículo.
Incorporação de novas tecnologias também é uma atividade primordial.
2) Caro colega professor, em um trabalho coletivo — envolvendo colegas professores, funcionários da instituição, membros da equipe gestora e os próprios alunos — levante dados que permitam conhecer aspectos que vocês julguem importantes do perfil social, cultural e econômico dos sujeitos matriculados no Ensino Médio de sua escola.
Em nossa realidade escolar, percebemos alunos distintos que frequentam os três turnos no qual é ofertado o Ensino Médio. No período da manhã, os alunos, na sua maioria, estão dentro da faixa etária, possuem maior renda econômica. Já os alunos da tarde, encontramos alunos com faixa etária defasada, o perfil socioeconômico é menor, bem como o nível cultural. Por fim, os alunos do noturno são trabalhadores, alunos desistentes que estão retornando, alunos fora da faixa etária, entre outros. Apresentam perfil socioeconômico e cultural variados.
De maneira geral os alunos vêm, tanto da área central, como de bairros pertencem à classe média baixa, e são filhos de pais assalariados; Os alunos do diurno são aqueles que têm uma melhor condição econômica o que não garante uma boa formação cultural, já que Santa Terezinha de Itaipu é uma cidade pequena com grande influência de Foz do Iguaçu que é uma cidade de fronteira, com isso a cultura e o modismo se misturam. Os eventos culturais na cidade são poucos e quando acontecem existe pouca participação já que não é um hábito desenvolvido.
O aluno do noturno é trabalhador, normalmente de uma situação econômica mais difícil.
Praticamente todos os alunos possuem telefones celulares, computadores e têm acesso à internet.
3) Como foi visto, temos um grave desafio a enfrentar em nossa realidade educacional, quando a metade (50,9%) dos jovens entre 15 e 17 anos não frequenta o ensino médio e aproximadamente um terço (34,3%) ainda está, como repetente ou por ingresso tardio, no ensino fundamental. Utilizando dados da PNAD/IBGE, vimos que a taxa líquida de matrícula para essa população passa de 17,3%, em 1991, para 32,7%, em 1999, atingindo 44,2% em 2004 e 50,9% em 2009 (IBGE, 2010). Os indicadores apresentados são muito importantes na medida em que expressam a exclusão de grande número de brasileiros do acesso à educação e da permanência na escola, assim como de outros direitos. A relação entre educação e participação no desenvolvimento social torna inadiável o enfrentamento dos problemas. Diante deste quadro, como chegar à universalização do ensino médio?
Segundo a proposta do governo federal, para chegar à universalização do Ensino Médio, a saída seria a implantação de um currículo único, onde a dialética seja referente à sociedade, trabalho, cultura, ciência e tecnologia. Porém, há um grande desafio a enfrentar, trazer o aluno para a escola e manter os alunos estudando, “Uma escola capaz de propiciar a aprendizagem de conteúdos historicamente acumulados pela humanidade, em seus diversos campos, especialmente nas artes, nas ciências, nas línguas, na história, na tecnologia, na cultura e, assim, no trabalho como princípio educativo. Enfim, uma escola socialmente inclusa e de qualidade socialmente referenciada.
Garantia de uma base igualitária para todos.
Incorporação e integração dos aspectos científicos, tecnológicos, humanísticos e culturais.
Competência técnica e compromisso ético.
Compreensão de que a aprendizagem é um processo singular e social que ocorre de diferentes formas.
É fundamental garantir uma base igualitária para todos, tanto no Ensino Médio profissionalizante, integrado e subsequente, com formação humana integral, quem sabe uma nova proposta curricular (como mudanças da matriz curricular, colocação disciplinas de políticas públicas, administração escolar e/ou públicas e socioeconômicas).
Como princípio educativo deve-se construir um movimento na busca da unidade entre teoria e prática, visando a superação da divisão capital/trabalho, uma utopia, quem sabe, necessária.
Princípios histórico e ontológico onde a formação integral e igualitária para todos, assim o Ensino Médio profissionalizante, ou não, deve ter uma concepção comum. As especificidades precisam ser consideradas na organização curricular visando formação integral de sujeitos autônomos e emancipados.
Conciliar os aspectos de ensino de educação de qualidade, com iniciativa à pesquisa instigando o aluno a todo o momento, trabalhando juntamente a integração entre os jovens, superando as diversidades e certamente a escola que todos queremos. O nosso desafio, no entanto, é grande e se cumprirá a longo prazo. O jovem, muitas vezes, vem para e escola com uma série de conflitos familiares, sociais, financeiros, e esses acabam desestimulando-o para o querer estar na escola por prazer e o querer aprender. A escola deve estar atenta a todos estes fatos e causas e tentar fazer o papel que lhe compete, fazendo o resgate destes educandos, passando o conhecimento para sua inserção na sociedade como cidadãos dignos e responsáveis.
O trabalho é princípio educativo em dois sentidos: ontológico e histórico. O trabalho em seu sentido ontológico deveria dignificar o homem, humanizá-lo. Nesse sentido o homem se faz homem pelo trabalho. Ele se constrói no e por meio do trabalho. No entanto, em seu sentido histórico, infelizmente, isso não aconteceu e nem acontece. Hoje, o capitalismo explora os assalariados, reduzindo-os a coisas, quando deveria contribuir para reduzir as desigualdades, por meio de pagamento de um salário digno, justo, ou seja, deveria haver melhor distribuição de renda para diminuir a desigualdade.
O professor do Ensino Médio deve estar voltado para a pedagogia histórico-crítica, deve não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo, fazer com que os alunos consigam ter um entendimento do que se leu com o que está acontecendo no mundo. “O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo”, (Freire, 1996, p. 28).
Na educação do Ensino Médio voltada para a pedagogia Histórico-crítica, deve se respeitar os saberes, onde o educando relacionará os saberes curriculares fundamentais e as experiências de vida do aluno. “A tarefa coerente do educador que penso certo é, exercendo como ser humana a irrecusável prática de interligar, desafiar o educando com quem se comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado”, (Freire, 1996, p.38).
A formação integral visa formar não só intelectualmente, mas, sobretudo, o caráter do aluno. Sendo assim, o Ensino Médio deveria ser realmente algo que não se preocupasse tanto com formar para o ENEM e congêneres, mas principalmente para ele se posicionar como cidadão total na nossa sociedade.
4) Nas DCNEM afirma-se que o Ensino Médio, em todas as suas formas de oferta e organização, baseia-se na formação integral do estudante, tendo, dentre outros aspectos, o trabalho como princípio educativo, a pesquisa como fundamento pedagógico e a integração entre educação e as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular. Constituam grupos de até cinco colegas com a finalidade de buscar nessa parte do texto que vocês acabaram de ler, no documento das DCNEM e em outros textos que discutam esse tema os principais princípios e fundamentos que constituem a proposta de formação humana integral. Discutam e registrem, no âmbito de cada grupo, a compreensão acerca desses elementos. Em seguida, reúnam todos os grupos para socializar as discussões e as conclusões de cada grupo, buscando elaborar a compreensão do grande grupo acerca de cada um dos elementos que constituem a proposta de formação humana integral. Finalmente, no grande grupo, reflitam sobre como desenvolver estudos que fundamentem práticas pedagógicas que possam contribuir para a materialização dessa proposta na escola, considerando os aspectos potencializadores, assim como as eventuais dificuldades a serem superadas.
Constitui o princípio da formação humana integral a capacidade que cada indivíduo possui de ser e pensar no mundo. Assim, as escolas deveriam estar preparadas para que esses alunos pudessem sair delas sendo seres mais críticos e conscientes do seu papel no mundo, sendo capazes de organizar uma vida mais autônoma, sendo responsáveis por suas ações, enfim, tornando-se cidadãos.
Nossas escolas hoje não formam o ser humano na sua forma integral. Reproduz muito a prática pedagógica tradicional, pois o novo, o moderno é visto muitas vezes, como modismo ou algo que deve ser evitado. Estamos caminhando na contramão dos nossos adolescentes e jovens, esquecendo que sua geração preza pelo novo, avançado, rápido. É preciso planejar outros saberes na escola, buscar mecanismos que interessem aos alunos e os façam perceber a importância da escola como mediadora ou principal responsável pela mudança social de um grupo ou indivíduo.
Através de políticas públicas democráticas que enfrentem as necessidades conjunturais e emergenciais, atendam a particularidade e a diversidade das demandas sociais e, ao mesmo tempo, políticas que realizem mudanças ou reformas estruturais e promovam a superação da atual estrutura social geradora da desigualdade.
Através da criação de bolsas para manter os alunos nas escolas, para que possam dedicar mais tempo aos estudos e assim concluir o Ensino Médio.
Depende principalmente de políticas públicas que promovam a superação atual da estrutura social. No sistema de ensino é preciso construir aprendizagens relevantes e significativas ao longo da escolaridade dos educandos, bem como, ser uma escola inclusiva e de qualidade referenciada, dando ênfase à formação humana integral.
O problema da evasão escolar não é um problema só da escola é um problema social também, a escola com suas armas e forças tenta e acredita de fato que o aluno siga seus estudos tanto na conclusão do ensino médio como também em estudos posteriores, no entanto o país está no caos total, se investe pouco na educação do Brasil, estamos rodeados de políticos com fins corruptos, trabalhamos 5 meses por ano para pagar nossos impostos , então como estimular o nosso educando frente a todos esses problemas e desafios.
Investindo em educação, federalizando o Ensino Médio, para promover a formação humana, integral e igualitária num curto espaço de tempo. É necessário também separar o Ensino Fundamental do Ensino Médio. Para tal é necessário construir novos colégios.
O Ensino Médio deve construir valores nos alunos a partir da hierarquia de cada indivíduo e da sociedade em que vive inclusive o âmbito escolar, que marcará a direção que é preciso progredir. O professor deve apresentar valores positivos e negativos, mostrando a realidade como sendo necessária á vida social, e assim induzindo-o ao processo educativo, para que estes se tornem pertencentes à sociedade.
A teoria da pedagogia histórica-crítica deve ser desenvolvida nas práticas educacionais, para que os alunos se tornem cidadãos ativos e críticos e não simplesmente trabalhadores. A cultura deve ser trabalhada de forma que os alunos compreendam como a classe dominante funciona em todos os níveis, o conhecimento deve proceder de maneira adequada para sua formação e para a sociedade.
Segundo Freire (1996, p.47), “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”. O professor deve estar aberto às experiências vividas por eles, se tornando mediador dos conteúdos curriculares, mas predisposto à mudança, à aceitação do diferente.
Segundo Moreira (1999), o sistema educacional na última década concentra-se em duas questões. A primeira caracteriza-se na educação voltada aos interesses das grandes empresas, ou seja, menos ideológica e mais tecnicista e instrumental. A segunda voltada para uma visão liberal e radical ao sistema, pois está contra os princípios conservadores e se preocupando em formar cidadãos críticos.
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