Democracia e Educação de Jovens e Adultos
A prática de Democracia na escola reflete o que acontece na sociedade, infelizmente
somos um país jovem quando se trata desse conceito. Assim, tanto dentro quanto fora da
escola, estamos buscando o exercício da democracia e nos deparamos com entraves próprios
de um processo que é recente do ponto de vista histórico.
No debate com os participantes do Pacto, percebemos que existem muitas dificuldades
na nossa realidade escolar, sentimos a necessidade de uma preocupação maior da gestão da
escola em envolver mais a comunidade escolar nas decisões e da comunidade escolar buscar
maior participação nesse processo. Por outro lado, entendemos que é mais grave ainda o fato
dos governos não levarem em consideração os anseios dos envolvidos na elaboração de
políticas públicas, como o que aconteceu no Estado do Paraná com a Educação de Jovens e
Adultos.
As políticas vigentes para a modalidade EJA precisam ser mais discutidas com a
comunidade escolar. Nos últimos anos, temos visto que o governo tem medidas que não
beneficiam aos alunos e não levam em consideração as especificidades locais.
Mesmo que a LDB garanta o respeito pela educação de jovens e adultos e a proposta
pedagógica contemple as suas condições de acesso e permanência na escola, na prática isso
não tem acontecido, o que pode ser considerado um desrespeito à construção coletiva desses
documentos.
Em debates realizados na instituição de ensino com alunos e professores sobre ás
medidas políticas supracitadas, os alunos questionam as dificuldades que limitam o acesso à
modalidade, visto que a mesma é voltada aos alunos trabalhadores que dependem de
flexibilidade de horários.
Em relação às medidas disciplinares, a escola precisa fazer uma revisão nas discussões
sobre o uso de celulares, faltas, evasão, atrasos e outras regras estabelecidas, embora haja
deliberações que regulamentem estes usos e situações, ainda há necessidade de adequações
que contemplem o aluno atual, considerando as suas características.
Através da decisão coletiva temos a possibilidade de construir soluções que alcancem
os interesses de parte ou da maioria do grupo, pois as decisões construídas no coletivo
conduzem a um maior comprometimento e envolvimento de todos.
Acreditamos que dentro da escola, um caminho para o exercício democrático é o
fortalecimento das instâncias colegiadas, no momento temos o Conselho Escolar que é atuante
na instituição. No entanto, sentimos necessidade de uma atuação mais efetiva dos membros.
Nos próximos meses teremos o desafio de construir o Grêmio Estudantil para que possamos
avançar na construção da Democracia APMFI.
REFERÊNCIAS: Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino
médio, etapa I- Caderno VI: avaliação no ensino médio/Ministério da Educação , Secretaria de
Educação Básica ; [autores: Ocimar Alavarse, Gabriel Gabrowski ]- Curitiba: UFPR/Setor de
Educação , 2013.