DA CULTURA AO LETRAMENTO: POR UM ENSINO MÉDIO FORTALECIDO

DA CULTURA AO LETRAMENTO: POR UM ENSINO MÉDIO FORTALECIDO

Prof. Nelson da Silva Aguiar

Partindo dos dados culturais como formação discursiva e da prática social, estrutura-se uma grade para um ensino médio mais fortalecido. Como uns dos principais eixos de sustentação dessa grade aponta-se o ensino de línguas que deve ser organizado pela matriz da leitura da escrita e da oralidade, formando uma teia discursiva e estruturante ancorada na história de acordo com sua dinâmica sócio-econômica. Dessa forma deve ter o caráter interativo e processual. É através do discurso e das dinâmicas socioeconômicas que tencionam a prática social. É a partir dele que se encaminha os conteúdos básicos junto com suas especificidades que desenvolverá o aluno para uma realidade, ou seja, a prática social, com atitudes ou ações inovadoras. A língua por esse viés apresenta com caráter dinâmico, viabilizando e sendo viabilizada pelos atos discursivo-culturais que estão atrelados à consciência, que por sua vez só é adquirida por meio da linguagem. E é através dela que as pessoas começam a intervir no meio social. O uso da língua efetua-se em formas de enunciados, uma vez que o discurso também só existe na forma de enunciados. A língua não é algo pronto, a disposição dos falantes, mas algo em que eles ingressam numa corrente móvel de comunicação, reforçando a tese de que a consciência só é adquirida por meio da linguagem e que é através dela que os sujeitos começam a intervir no real. Esse encaminhamento engloba uma seleção de textos verbais e não-verbais com temática na linha social-histórica com o envolvimentos das factualidades e das diversidades de gêneros, assim como tópicos de análise e de construção e ainda meios para a desenvoltura, a oralidade, e a orientação no meio político-conjuntural. Tudo partindo de uma abordagem quantitativa que sirva de instrumentos para uma abordagem qualitativa. A partir da prática social, serão trabalhados questões linguísticas, sócio pragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas de uso da língua: leitura, escrita e expressividade. A partir da escolha e da seleção dos gêneros textuais, realiza-se com eles atividades diversificadas, envolvendo a categorização, a informatividade, o contexto, as possíveis intenções e intertextualidade, bem como outros recursos linguísticos ou culturais importantes. As pesquisa e os debates encaixam primordialmente nesse processo, assim como os recursos audiovisuais não serão secundários no andamentos das atividades. Com isso, o espaço de ensino de línguas torna-se um ambiente de convívio e troca de experiências onde se cultiva o objetivo do crescimento pessoal, intelectual e social. (Reflexão desenvolvida no Colégio Estadual Polivalente de Curitiba referente ao grupo de estudo Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio.)

REFERÊNCIAS

Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno II: o jovem como sujeito do ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; organizadores: Paulo Carrano, Juarez Dayrell]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.