Currículo - Reflexão e Ação - Caderno III

Colégio Estadual do Campo Carlos Gomes - Iguatu

 

Participantes:

Ivete Eliana C. Carrasco

Santina Elza Inácio

Soeli Berton Pantano

 

Durante nossos encontros e reflexões pudemos ver que o que se está sendo falado, na prática muitos de nosso professores já o fazem. A relação existente entre o que ensinamos e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura está no momento em que conseguimos fazer a contextualização dos conteúdos juntos aos alunos em sala de aula, trabalho esse articulado ao contexto sócio-histórico-cultural de onde estamos inseridos e das disciplinas que favorecem esse diálogo.

O Parecer CNE/CEB 05/2011 que estabelece as DCNEM nos coloca diante da necessidade de buscar outras formas de organização do currículo, tendo em vista a ressignificação dos saberes e práticas escolares. Reconhecer os sujeitos do ensino médio e dar centralidade aos conhecimentos e saberes representa uma intencionalidade política e uma concepção inovadora. A capacidade das DCNEM de induzirem novas políticas curriculares, especialmente nas esferas estaduais e mesmo nas escolas, é outro aspecto que merece atenção e maior aprofundamento e estudos, nesse sentido, vale observar, que ainda precisamos ampliar e aprofundar os debates teóricos nesse campo, com um foco no próprio ensino médio e nas suas especificidades, que não se restringem à educação profissional, além de analisar o impacto dessas políticas nos sistemas de ensino e nas escolas.

Desde o início da trajetória do nosso aluno que hoje se encontra no Ensino Médio, ele traz consigo o conhecimento adquirido durante todos esses anos de permanência na escola. Conhecimento este que varia muito de aluno para aluno, pois convivemos com as diversidades em todos os sentidos.

Vivemos esta dualidade de experiência quando em determinada época nós preparávamos nosso aluno voltado para o ensino acadêmico (vestibular) e em outra, quando nosso foco principal era a preparação para o mundo do trabalho.

É claro que nem todos os conteúdos selecionados por vezes são realmente de total eficácia e nem sempre tem o caráter efetivo de se constituir

em um saber que garanta uma formação de qualidade, mas na medida do possível, acreditamos que muitos professores possuem essa clareza e buscam pelo melhor.

Pensando no que o texto nos remete, tendo como suporte as DCNEM e a proposta de um ensino voltado para o eixo – trabalho, ciência, tecnologia e cultura, o que percebemos é que embora não tínhamos essa clareza até então, e mesmo assim não estávamos totalmente por fora desse enfoque, porque o nosso trabalho não fica totalmente aquém de contemplar esse eixo comum.

Durante o planejamento e a preparação das aulas sempre o objetivo principal é alcançar ou contemplar as finalidades da educação Básica, pois todos os conteúdos escolhidos de uma forma ou de outra sempre nos leva a trabalhar com este foco, porque não teria como trabalhar conteúdos isolados sem dar importância para a formação como um todo, já que os temas abordados geralmente nos propõe a conduzir por este caminho e ter em mente a formação total do ser como co-participante da sociedade a qual fazemos parte, como um ser que pensa, age, se constrói intelectual e moralmente, se socializa, se comunica, interage, se exercita, se supera, então para que isso aconteça de fato, sempre procuramos incentivar o gosto pela aprendizagem, pelo conhecimento.

Também acreditamos que toda e qualquer mudança deve começar partindo da realidade de cada escola e da construção coletiva dos professores de acordo com o que as DCNEM estão organizadas e planejadas de modo a desenvolver atividades que sejam condizentes e fundamentais para a aquisição do conhecimento, de informações, visando a formação e a capacidade que o ser humano possui de desenvolver-se.

Temos que ter muita cautela na seleção dos conteúdos para que nossa escolha não recaia em conhecimentos descontextualizados, que desfavoreçam um ensino mais reflexivo e uma aprendizagem significativa.

O Ensino Médio que a novas Diretrizes propõe é que procuremos trabalhar de maneira inovadora tendo foco no aluno com sujeito da sua própria aprendizagem, o professor como mediador dessa aprendizagem. Preparar o aluno para o trabalho não significa dar a ele uma profissão, mas sim uma perspectiva ampla de conhecimentos acerca do mundo do trabalho e do desenvolvimento de capacidades humanas gerais para transformação da realidade.