GLADIMAR RACOSKI
Debater sobre currículo escolar é uma tarefa difícil, primeiramente porque carecemos de muitas leituras, conhecimento dos vários contextos escolares e acima de tudo empenho e vontade para romper com paradigmas que nos acomodam, dando assim, espaço para reclamações e desânimo com relação à prática pedagógica.
Um novo currículo para o ensino médio deve ser construído a partir da contextualização dos fenômenos naturais e sociais, de sua significação a partir das experiências dos sujeitos, bem como da necessidade de superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia, sem deixar de lado, é claro, o conhecimento científico. Esta organização deve pressupor, ainda, a ausência de hierarquização entre saberes, áreas e disciplinas, uma vez que o ser humano deve ter uma formação integral, pois este deve ter autonomia com o mundo do trabalho, e que seja capaz de fazer interferências no contexto de sua vivência.
Nessa perspectiva o currículo é capaz de atribuir novos sentidos à escola, pois vai dinamizar as experiências oferecidas aos jovens alunos e ressignificar os saberes e experiências com os quais se interagem neste contexto. Dessa forma não há porque reclamar que os educandos estão desinteressados pela escola, pelos conteúdos, pela aprendizagem, pois estes terão voz e vez para interagirem na sala de aula e consequentemente o interesse será visível, uma vez que parte de suas vivências.
Fica evidente que o ensino médio precisa promover a compreensão do mundo do trabalho, da cultura e das inter-relações entre esses campos e o do desenvolvimento científico e tecnológico porque esses jovens precisam ter consciência do valor cultural que cada indivíduo necessita ter, tanto no sentido ético pela apreensão crítica dos valores postos na sociedade quanto estético, com vistas a potencializar capacidades interpretativas, criativas e produtivas da cultura nas suas diversas formas de expressão e manifestação.