Contribuição a partir da Carta a Theo de Van Gogh, Reflexão e Ação, Caderno 04

COLÉGIO ESTADUAL JARDIM CONSOLATA : REFLEXÃO E AÇÃO – A PARTIR DA CARTA DE VAN GOGH por Luiz Carlos Frederick
     A Carta de Van Gogh de 1882 endereçada a Theo, é um instrumental a ser  trabalhado com os alunos sobre as dimensões da cultura, do trabalho, da ciência e da tecnologia. Ele aborda na referida Carta todas as dimensões, ao tratar da importância da ciência, pode-se inferir que só se alcançam os objetivos quando se conhece as técnicas e o conhecimento da química, da física; a tecnologia está presente na maneira de trabalhar as suas telas com o carvão até chegar a outros materiais mais aprimorados.
    Para tanto, faz-se necessário contextualizá-la no período do final do século XIX, quando os países europeus passavam por mudanças significativas na esfera política, devido às lutas pela independência em diversos países latino-americanos, bem como em outros continentes, quando também o  processo migratório para as cidades era uma realidade presente num novo cenário  mundial.
     O resgate da compreensão de Van Gogh sobre as técnicas e instrumentos que dispunha em sua época para desenvolver os belíssimos e revolucionários que até hoje são referências artísticas em todo o mundo também é um elemento importante na discussão sobre as técnicas de sua época. Ele tinha      consciência que os instrumentos e materiais utilizados por ele, como também por outros artistas, citados como Goyen e Calame entre outros, que souberam aproveitar do carvão para suas obras, mas visualizavam outros materiais que poderiam ampliar e melhorar as produções de arte. O que se observa é o reconhecimento de novas técnicas e tecnologias que poderiam surgir como novidade e aprimoramento para que os trabalhos artísticos pudessem  ser ainda muito mais reconhecidos.
      Assim como retomamos a contribuição de Van Gogh para entender a sua visão de técnica e ciência, podemos fazer um paralelo com outras expressões mais próximas do universo de nossos alunos, como por exemplo, pesquisar sobre as técnicas, instrumentos e materiais utilizados por Tercília do Amaral no bojo do Movimento da Arte Moderna brasileira de 1922 e as que são utilizadas atualmente pelos pintores e artistas pós-modernos poderia ser uma boa estratégia para extrair a compreensão de outra referência da arte.
     A questão da interdisciplinaridade, o diálogo entre as diversas ciências e os diferentes conhecimentos favorece uma compreensão mais ampliada do que estudamos, daí dizer, que devemos exercitar nas nossas práticas pedagógicas, situação como a apresentada por Van Gogh que nos ajuda a pensar que a discussão esboçada na carta dialoga com artes, história, geografia, ciência, filosofia e poderá ser acrescentada por outros conhecimentos que possibilitam uma visão mais totalizante da ralidade.