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Colégio Estadual Guilherme Pereira Neto
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO ETAPA I CADERNO II
1) Como construir novos relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes? Em sua percepção, faz sentido esta afirmação de que professores e jovens se culpam mutuamente e os dois lados parecem não saber bem para que servem a escola nos dia de hoje?
A proposta deste texto é de fazer uma apresentação analítica na tentativa de aproximação e conhecimento entre os professores e jovens (alunos), com seus sujeitos, experiências, saberes e desejos. Não podemos aceitar a idéia de que há apenas “uma juventude” e sim de que há: juventude, neste sentido também segue a noção de juventude, identidades juvenis, sua relação com as tecnologias, relação do jovem com o trabalho, território e projeto de vida, participação e a sua visão sobre a escola.
Iniciamos falando da visão negativa que temos dos jovens na escola. No texto é citado a musica “não é sério” da Banda Charlie Brown Jr, ela nos passa a informação de que em nossa sociedade os jovens não tem espaço para uma participação mais efetiva.
Por um lado os jovens são elogiados por alguns aspectos como: energia, estética, busca pelo novo; por outro lado, os jovens, principalmente os dos setores populares não tem acesso a bens materiais e culturais. Os jovens não são chamados a participar de decisões no âmbito escolar, ele não emite opinião na política escolar; isso com certeza é um desestimulo ao seu protagonismo. Muitas vezes isso acontece devido à imagem do jovem que nos é passado pela mídia, que nos leva a adotar certos estereótipos, já que este jovem é um “vir a ser adulto” e então projetamos neles os jovens que gostaríamos que fossem e os rotulamos. Temos razões para isso, tais como: o alto índice de violência, homicídios, trafico de drogas, álcool, AIDS, gravidez, são problemas que realmente estão presente e demanda ações urgentes, os problemas são que estas imagens acabam fixando-se na retina da sociedade e rotulando toda uma geração, e devemos lembrar que estes problemas acompanham a sociedade a várias gerações. Ao fazer tal analise temos que tomar o máximo de cuidado para não estarmos transformando o jovem “numa classe perigosa” a ser combatida. O jovem deve ser visto como um sujeito de direitos e depende de uma assistência melhor, representa uma parcela da sociedade não atendida, sendo assim não tem suas potencialidades aproveitadas.
Temos que parar de idealizar os jovens de hoje aos modelos e lembranças do nosso passado e de nossa juventude, fazendo tal comparação de modo a denegrir o jovem de hoje como um ser inferior aos de nossa geração.
Não se pode reduzir o ser jovem apenas ao fator idade (cronologia). O ser jovem é uma categoria socialmente produzida, uma construção histórica, uma condição e um tipo de representação (este critério é muito particular e varia muito de país para país).
O ser jovem faz parte de um processo que com o passar do tempo vai ganhando contorno e forma de acordo com o meio em que se vive (seu contexto social), e tudo isso se soma para formar um ser adulto com uma vivência e aprendizado da vida, sendo assim, a juventude não funciona como um “estágio”, ela sim, está inserida na formação de um adulto. E todos os aspectos vivenciados, tais como: cor da pele, religiosidade, diversidade de gênero (heterossexualidade, homossexualidade, transexualidade), tudo isso, somam-se na formação cultural vivenciada pelo jovem.
Sendo assim, é lógico raciocinar que não existe o “jovem ideal” como nossa geração sonha e prega, e sim diversas maneiras de ter o jovem, já que vivemos em uma sociedade heterogenia, jovens com realidades sociais e culturais também diferentes e que precisam de espaço e liberdade para serem ouvidos e compreendidos. Nesse sentido os professores ganham papel fundamental, devendo saber a não comparar gerações e tão pouco projetar um “jovem ideal” e assim abrir espaço como interlocutor desta geração, digitalizada e que se apresenta a nós com múltiplas inteligências, e assim direcioná-los para um melhor aproveitamento humano.