No processo ensino-aprendizagem nos preocupamos com formas/métodos de ensinar, mas não nos damos conta do aluno como sujeito, nossa intencionalidade é que ocorra o aprendizado de forma pragmática. Pouco sabemos sobre a realidade do nosso aluno e da cultura pessoal que esse trás do seu ambiente familiar e do meio em que vive.
As leituras e as discussões no grupo provocaram a reflexão de nossas práticas pedagógicas e nos conduziram a repensar como vemos os nossos alunos. Um questionário elaborado por alguns professores e aplicado em uma das turmas do Ensino Médio de nosso Colégio, com o intuito de obter um maior conhecimento acerca do histórico individual do alunado, resultou num material interessante (ver em anexo - Diálogo diagnóstico). As respostas foram lidas no grupo e funcionaram com um start para analisarmos e discutirmos sobre futuros posicionamentos e procedimentos na nossa prática pedagógica.
Essas informações, básicas, forneceram dados muito pertinentes e que poderão nos orientar na busca de novos encaminhamentos, bem como a uma melhor compreensão dessa juventude que está passando pelas nossas mãos.
Entender o que os jovens pensam sobre a própria juventude, sobre o mundo que os cercam. Diante disso, no início do ano foi criado um grupo no Facebook para discentes e docentes de nosso colégio, depois que iniciamos o curso passamos a ser mais ativos e presentes nessa página. Por exemplo, recentemente uma das professoras do Pacto do Ensino Médio postou uma proposta em forma de carta aos alunos, na qual ela fala sobre nossos anseios e insatisfações com relação ao formato que a escola tem hoje e pergunta se os alunos não gostariam de colaborar fazendo críticas e sugestões para mudanças no formato da escola que temos hoje. A seguir a carta da professora:
Queridos alunos do Ensino Médio
Gostaríamos de mudar essa escola que tem um formato tão jesuítico, tão catequizador em pleno século XXI.
Será que vocês nos apoiariam? Será que nos ajudariam? Ou teriam preguiça de se esforçar para ter direito à tão sonhada mudança no formato da escola?
A minha escola seria aberta, não teria grades, nem horários fixos. Parece fácil, porém, o maior desafio estaria nas mãos de vocês. Vocês deveriam escolher o que querem estudar, mas para isso é preciso maturidade e conhecimento adquirido previamente.
Essa escola não precisaria de regras impostas pelos professores, mas por combinados feitos pelos discentes... é, por vocês mesmos!
Será que vocês conseguiriam ditar e seguir as regras? Meu sonho é que sim! Talvez assim possamos sonhar juntos com o futuro que vocês e o nosso país terá.
Acreditamos que as atividades acima citadas resultarão em uma movimentação positiva tanto no posicionamentodos docentes quanto dos discentes. Pois, assim como os valores propagados como universais, os valores de natureza subjetiva e singular, que pertencem à história dos indivíduos comuns fazem parte da construção das características dos grupos culturais e a escola deve por sua vez possibilitar espaço para trocas e ampliações destes saberes.