CONSTRUINDO UMA NOÇÃO DE JUVENTUDE
Enviado por Miriam Pickert St... em qui, 04/09/2014 - 13:51
CONSTRUINDO UMA NOÇÃO DE JUVENTUDE
Iniciamos nossa reflexão falando do “jogo de culpados” na escola. Como “virar este jogo” e construir novos relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes? Em sua percepção, faz sentido esta afirmação de que professores e jovens se culpam mutuamente e os dois lados parecem não saber muito bem para que sirva a escola nos dias de hoje? O bom relacionamento na sala de aula é tão importante quanto à variedade de métodos e recursos utilizados. Podemos sentir que o relacionamento é bom quando temos um ambiente respeitoso e harmonioso.
Ressaltamos dois aspectos da interação professor-aluno no trabalho docente: o aspecto cognoscitivo que diz respeito à forma de comunicação do professor sobre os conteúdos escolares e as tarefas indicadas aos alunos e o aspecto socioeconômico que diz respeito às relações pessoais entre professor e aluno e as normas disciplinares necessárias e indispensáveis para o êxito ao trabalho docente.
Uma forma de melhorar o relacionamento é ter claro que os professores não devem se restringir a realizar somente aulas expositivas, mas promover diálogo, trabalhar em grupo, fazer ligações com outras disciplinas para tornar as aulas mais dinâmicas. O relacionamento entre professor e aluno pode ser marcado pela proximidade e diálogo.
Para nós, professores do Colégio Estadual Nilson Baptista Ribas, não faz sentido afirmar que professores e jovens se culpam mutuamente e que não sabem muito bem para que serve a escola, pois acreditamos que os alunos sabem que é nela que aprendem e se apropriam do conhecimento. O problema é que não tem compromisso com os estudos porque pais e filhos não conversam sobre a importância de educação e do conhecimento em suas vidas para compreender, refletir e ser crítico transformando a realidade em sua volta e ter uma profissão que lhe permita atingir seus objetivos.
E que também o professor tem a consciência que a função da escola é possibilitar acesso, emancipação e transformação social por meio da transmissão de saberes historicamente sistematizado pela humanidade. E que sua responsabilidade é garantir que o conhecimento científico e filosófico seja oferecido com qualidade a fim de que possam ser transformados em fazeres e saberes para a emancipação intelectual do aluno e que estimulem o domínio de conteúdos que ganharão significação, tanto para o professor como para o aluno. A importância desse ato permitirá que a formação do aluno cidadão se concretize possibilitando a ele, melhorar sua qualidade de vida através dos conhecimentos que adquiriu. Mas o professor se sente com uma carga muito grande em seus ombros ao ter que lidar com alunos que não tem em seu seio familiar uma estrutura onde eles possam ter limites e acaba tento de exercer outras funções que não é a dele.
Diante dos desafios que professores enfrentam na realidade escolar com a indisciplina, falta de limites, desestruturação familiar, envolvimento com drogas, promovermos uma aproximação dos nossos alunos com mais diálogo, conhecimento da sua realidade, seus saberes e gostos, pode ser eficaz promover uma conversa na escola sobre a questão dos sentidos do estar na escola, para estreitar as relações e criar um clima de envolvimento e maior sentido com a educação.
Destacamos outras iniciativas:
a) estimular os alunos a escrever um diário com acontecimentos de sua vida e compartilhar com os colegas e professores suas experiências
b) conscientizar os alunos na participação do grêmio estudantil promovendo discussões sobre quais são seus interesses e que projetos gostariam de desenvolver na escola.
c) promover debates com os alunos sobre temas de seu interesse a fim de escutar mais o que estes têm a dizer.
d) conhecendo a realidade – pedir para os alunos relatem ou escrevam como é o local onde vivem, que dificuldades enfrentam, o que fazem quando estão em casa, com amigos, que tipo de atividade eles sentem mais prazer em realizar, etc..
As pesquisas apontam que uma das coisas que os jovens mais fazem na internet é conversar, será que o que se conversa pela internet tem “menos valor ou importância do que aquilo que se diz presencialmente”? Acreditamos ser válido esse diálogo, pois além de uma forma de aproximação com os jovens podemos identificar quais são seus interesses e suas necessidades. Pois para o aluno tanto a conversa pela internet ou pessoalmente tem o mesmo valor, não interessa o meio e sim o que se pretende dizer.
E nós, professores e professoras, como podemos ser parceiros e coconstrutores de projetos para o futuro dos jovens e das jovens estudantes? Que tal buscarmos estratégias metodológicas para que os estudantes falem de si no presente e de seus projetos de vida futura? Uma troca de correspondência entre os estudantes com a mediação docente pode abrir a possibilidade para o diálogo sobre as expectativas juvenis frente à vida. Da mesma forma, e pensando no presente de muitos jovens trabalhadores, tente também saber: quantos estudantes trabalham em suas turmas; que trabalho que realizam; quais trabalhos já fizeram; sob quais condições; se foram feitos com segurança e proteção ou em condições de exploração e desproteção. Seus estudantes têm consciência de seus direitos de trabalhadores e trabalhadoras? Não trabalham, mas pensam em trabalhar ainda durante o tempo de escola? Que tal abrir um diálogo com eles sobre essas e outras questões?
Em primeiro lugar é a transmissão do conhecimento de forma contextualizada, procurando metodologias, estratégias e recursos adequados para motivar e tornar atraente a dinâmica das aulas, possibilitando ao nosso aluno usar de seus conhecimentos preexistentes para aprender novos conhecimentos tornando-os reflexivos e críticos.
Em segundo lugar é estar sempre procurando cursos de formação continuada, para também aprender e trocar experiências.
Em terceiro é estar disposto a rever sua prática pedagógica a fim de adaptá-las as necessidades das propostas pedagógicas curriculares, projeto político pedagógico e plano de trabalho docente e finalmente conhecer melhor a história dos nossos jovens suas necessidades para implementar projetos que atendam as expectativas da educação com qualidade.
Como e o que podemos utilizar para que os estudantes falem de si no presente e de seus projetos de vida futura? Quando trabalhamos determinado conteúdo em sala ressaltamos aos alunos que pode ser uma questão do ENEM ou de determinado vestibular, é uma forma de também saber quantos pretendem realizar as provas, o que pretendem fazer, se determinada escolha está ligada a atividade profissional que desenvolve ou que pretendem desenvolver, os que estão trabalhando o que fazem e desta forma debater sobre a questão do trabalho em nossas vidas e suas expectativas.
E se todos os professores e professoras se perguntassem sobre o que os jovens e as jovens estudantes pensam e sentem sobre a escola de Ensino Médio?
A maioria dos estudantes, deste Colégio, não pensa que o ensino médio é uma das portas de entrada para o mercado de trabalho, somente aqueles que já estão inseridos no mercado de trabalho é que realmente valorizam o estudo. Muitos até afirmam ser uma “perda de tempo” por não ter a noção da importância desta aquisição de conhecimento.
Seria possível surgirem desta abertura à escuta e ao diálogo alternativas para a superação dos crônicos problemas de relacionamentos e realização da vida escolar que afetam o cotidiano de muitas escolas? É uma sugestão interessante produzir uma carta como forma alternativa de diálogo para conhecer o pensar dos nossos alunos e desenvolver um trabalho pautado com práticas que considerem as especificidades dos jovens. Compreende-los, conhecê-los e investigar quais saberes os trazem para a escola são elementos para desenvolver práticas e atividades atrativas. Dessa forma podemos melhorar os métodos de ensino com aulas mais dinâmicas por meio da participação dos alunos; desenvolver projetos, eventos culturais e outras atividades que não sejam somente as da grade curricular; oferecer atividades de informação e orientação profissional e cursos oferecidos pela universidade, também pode ser uma forma de aproximação.
Autores:
Ana Edith Calvetti
Claudia Mara J A C D Ornellas
Darines Sofia Ricardo
Edite maria Gonçalves Cunha
Fabiani de Fatima Alves
Jaqueline Bellani
Leocadia de Oliveira Mendes
Marinês Torres de Souza
Miriam Pickert Striquer
Roberto Carlos da Rocha Santos
Rodrigo L R Stecinski
Sheila Cristina dos Santos
Comunidades:
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