Esta reflexão tem como origem a preocupação com a tão propagada baixa qualidade do ensino. Reconhecemos que o acesso à escola é uma das formas de acesso aos saberes e que este não se restringe a oferta de vagas. Reconhecemos ainda que uma das questões que perpassa o tema qualidade do ensino, está relacionada com a expansão do ensino público e acesso a ele de estudantes oriundos das camadas mais populares. No contexto nacional estatisticamente temos salas de aulas com poucos alunos e alunos detentores de certificados com aculturamento restrito. O que está faltando se os recursos para educação existem?
A resposta desta questão é a solução da busca por uma escola de qualidade com acesso á todos. Realmente é o momento de parar para ressignificar. Portanto, o Colégio Estadual Pinheiro do Paraná insere-se nesta realidade, de um ensino massificado enraizado nas políticas educacionais de nosso país, de nossa inquietude com a atual conjuntura e do desejo de transformar. Desejo este que se inicia na reflexão de certas questões, como: quem são os jovens inscritos sob esse conceito “massa”? Jovens e oriundos de classes populares são o que guardam de comum, mas e suas especificidades?
É justamente a busca destas especificidades que bailam em nossa reflexão e somente ao ouvir estas pessoas, aqui intituladas de alunos, é que podemos encontrá-las.
Para que possamos superar o jogo de culpados na tentativa de construir novos relacionamentos se faz necessário refletir sobre os sujeitos que estão se relacionando e seus respectivos universos. O professor é normalmente portador de uma cultura erudita, elaborada por uma linguagem conceitual e complexa. Por outro lado, o jovem é portador de uma cultura popular, plural e diversa, com seus universos simbólicos respectivos e também complexos. Mas a reflexão teórica que se sintetiza naquela linguagem conceitual tem como objeto a vida social. Dar voz ao jovem, deixar que exponha seus pontos de vista, anseios, sonhos, é uma forma de identificar os objetos sobre os quais reflete a teoria. Ora, reconhecê-los na fala do jovem é condição para que se possa traduzir em termos simples, e não simplistas, as problematizações que a teoria reflete. Ambos, jovens e professores são trazidos para um “espaço” comum que pode propiciar ao jovem experenciar a reflexão teórica reconhecendo na sua experiência .
Para dar voz aos alunos é preciso saber ouvir, fato que nos levou à campo. Perguntamos aos alunos: o que os aproxima e o que os afasta do professor? Quais são suas expectativas quanto à escola? Em sua concepção o que a escola lhe trás? Quais são seus interesses?
Eles falaram e nós conseguimos ouvir, assim recomeça nossa história, uma história que será construída no coletivo.
COLÉGIO ESTADUAL PINHEIRO DO PARANÁ - CURITIBA
ORIENTADORA DE ESTUDOS : RENATA JARDIM
GRUPO: ADRIANA PERALTA BARBOZA VIEIRA ;ANA LUIZA SAMPAIO LOURENÇO; ROMULO BARBOZA ALVES;SIDNÉIA GUIMARÃES CAMPOS;SILVIA REGINA LEBRE