CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PACTO NACIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
PACTO NACIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
PROFESSORES CURSISTAS: Arailde da Costa Eleutério, Bernadete Gaspar de Abreu, Célio Castellani, Neide Gomes Cioffi, Mário Pereira Filho, Sônia Mara Pereira da Cruz
PROFESSORA ORIENTADORA: Flávia Luiza Gonçalves Nunes
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PACTO NACIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
Em virtude das grandes demandas da sociedade atual e suas necessidades para a mão de obra especializada, a escola reorganiza suas práticas educativas, seus fundamentos teóricos conceituais que orientam o seu trabalho e mais que isso, reestruturam seus métodos de ensino e a visão educacional para o século XXI, onde a formação do aluno não refere-se apenas ao conhecimento científico, mas a um patamar que os estudiosos chamam de formação holística que requer também um olhar mais aguçado para o lado humano e cidadão do indivíduo.
Sob esta perspectiva, as trilhas do Pacto Nacional para o Fortalecimento do Ensino Médio vem atender a uma necessidade importante correspondente à formação do professorado desta etapa da educação básica, auxiliando a compreender melhor o jovem e o adolescente, bem como suas apreensões, suas impressões do mundo e de si mesmos, as relações que estabelecem no âmbito educativo/escolar e com os membros da sociedade em que vivem, no sentido de aumentar a qualidade da relação ensino-aprendizagem e seus resultados.
Os sistemas educacionais de cada estado deverão prover um ensino de qualidade com vistas a formação integral, considerando não somente a necessidade de profissionalização, mas também a formação humano/social e para tanto, há que se esmerar na formação dos educadores responsáveis, em grande parte por esse tipo de formação, reestruturando a proposta político-pedagógica, modernizando os espaços escolares com recursos tecnológicos de comunicação e ampliando também as possibilidades de Estágio Profissional Supervisionado.
O sistema educacional brasileiro não pode mais se conformar com os resultados alarmantes apresentados nas últimas décadas que apontam grande índice de reprovação e evasão escolar, considerando que muitos alunos do Ensino Médio, em especial, deixam a escolar para trabalhar.
A proposta metodológica deve ser baseada no Método Dialético que poderá auxiliar o sujeito a exercer uma função crítica sobre si mesmo e o mundo ao seu redor. Isso implica a necessidade de se conhecer o perfil dos alunos do Ensino Médio: suas compreensões, sentimentos, propostas, entre outras questões que enriquecerão a relação entre eles e a escola como um organismo equilibrado e coeso.
É importante que os educadores responsáveis pela formação integral dos jovens compreendam a realidade em que eles vivem e que essas experiências sejam de fundamental importância para se ensinar as ciências de forma contextualizada e significativa, dirimindo-se deste modo, todas as dificuldades que alguns encontram entre conteúdo e conhecimento.
Parece ser importante lembrar ainda que a formação omnilateral requer esforços para desenvolver as potencialidades do educando através da educação que vislumbre as ciências e suas várias vertentes tecnológicas, humanas, políticas e estéticas com o objetivo principal de emancipação das pessoas.
Oportunizar aos jovens condições de desenvolver práticas alicerçadas pelos conceitos e teorias apresentadas pela escola parece ser uma ponte muito importante para o seu desenvolvimento integral, visto que não se pode mais conceber um ensino abstrato, baseado em decoreba de fórmulas, cálculos e questões gramaticais. Esses conhecimentos são meios para se chegar a um fim, o qual se refere ao conhecimento, à experiência, à ampliação da visão de mundo e às relações que se travam com este mundo planetário.
Outra questão importante, seria a de dispor na escola uma equipe multidiscplinar que pudesse atender aos alunos com baixo rendimento, déficit de aprendizagem e outras questões relacionadas à não aprendizagem. Creio que essas iniciativas valeriam muito mais para educar a nação, em particular, os jovens, do que as ninharias que o Governo Federal atual tem destinado à população de baixa renda.
Para que a escola possa avançar frente às reais necessidades dos alunos, será importante desconstruir estigmas criados sobre a pessoa do jovem, os quais apresentam apenas situações negativas, criando obstáculos pedagógicos, uma vez que a partir dessas representações podem ser criados rótulos que impedirão dar crédito, voz e vez aos alunos. Somado a isso, é preciso que a escola aprenda a lidar com as diferentes manifestações oriundas da diversidade em toda a sua amplitude (gênero, cultura, etnia, manifestações sociais e/ou políticas e religiosas) num processo de acolhimento a todos, numa processo de democracia e igualitarismo. O jovem precisa ser reconhecido, valorizado e acolhido pela escola em que estuda, podendo e devendo participar da elaboração dos projetos de ensino e aprendizagem.
Sob a proposta de uma formação humana integral, não se pode mais continuar materializando na escola um currículo distante de significado e contextualização humana e histórica frente aos educandos.
Assim, ampliar os debates, refletir as práticas e suas contradições, compreender os conflitos e a guerra de poder que há na escola, conhecer os alunos e suas necessidades, formular conceitos próprios partindo da realidade posta para onde se quer chegar são alguns dos elementos necessários para os educadores da escola, junto aos demais membros da comunidade redesenharem esse currículo com vistas à formação humana integral tão necessária para a cidadania planetária.
O Caderno quatro do curso em questão auxilia a orientação sobre questões importante sobre a relação entre aluno e professores. Muitos alunos apresentam dificuldades de compreensão e alguns professores têm dificuldade de ensinar correspondentemente às dificuldades individuais dos alunos, portanto, é importante desenvolver métodos de ensino que possam atender a cada um, independente da diversidade encontrada na sala de aula, pois a democracia diz respeito à participação de todos e quando um ou mais alunos ficam fora do processo de aprendizagem, a escola não será democrática.
É preciso o direito reconhecido pelas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio onde o aluno dessa fase deverá estar se inserindo no mundo formal dos conhecimentos produzidos pelas informações que as diversas ciências apresentam, inserindo esses saberes no convívio social que o faça viver e conviver com os diversos aspectos dos saberes de forma geral, ou seja, a forma de como a sociedade irá encarar a forma de relacionamento com os diversos conhecimentos que cada cidadão agrega, evitando conflitos entre a forma empírica e a prática da ciência no mundo contemporâneo.
O processo de ensino atual está inter relacionado com as práticas cotidiana. Hábitos de convivência em sociedade demandam uma necessidade de se afirmar com as situações vividas diariamente. De que forma o aluno vem sendo alimentado culturalmente para o convívio social? Não se pode negar o direito do educando a se apropriar dos conhecimentos amplos de todas as ciências e muito menos negar o direito à vida socialmente organizada, pelo fato de que a própria sociedade estará imprimindo formas diversas de convivência e esse aluno deverá estar inserido, de forma adequada nos diversos saberes.
À escola cabe a função de socializar o conhecimento, auxiliar na formação do indivíduo humana e socialmente. Isso parece ser muito simples e concreto, no entanto, não é, visto que educação é um empreitada complexa e processual que não apresenta resultados a curto prazo, mas sempre em médio e longo prazo, num sistema de interdependência muito vasto e profundo. Neste sistema pode-se situar a família, os sujeitos da sociedade (em geral) e da escola.
Na escola é importante sinalizar que o ambiente educativo precisa ser favorável à relação ensino-aprendizagem, desde à sua estrutura que também primar pela inclusão até a infra-estrutura física e organizacional, onde cada um tem o dever de cumprir seu papel, num sistema democrático, justo e igualitário, em meio às diferenças.
O papel do gestor escolar e da equipe pedagógica, incluindo professores e agentes educacionais (funcionários) fazem toda a diferença. Portanto se faz necessário criar e recriar a escola considerando a necessidade de identidade e logo da conquista à autonomia. Isso significa dizer que a escola precisa compreender sua função social, estabelecer seus objetivos e metas, desenhar seu currículo, considerando a sociedade da qual faz parte e as mudanças que precisam ser operadas nela, bem como em seus alunos, enquanto pessoas políticas que são.
Para que todo esse processo seja efetivado na escola, na perspectiva crescente, é importante democratizar os espaços da escola e suas ações através dos órgãos colegiados nas suas especificidades e representações de toda a comunidade. Os representantes desses órgãos não podem representar seus interesses pessoais, mas do segmento o qual representa, dialogando sempre com os pares e lembrando sempre que os alunos são a razão de a escolar existir. Muitos educadores esquecem-se disso, pois criam forças opostas dentro da escola, onde de um lado está o aluno e do outro estão eles.
Por fim, o curso em questão, tem orientado a pensar que a construção democrática da escola com vistas à educação formal dos alunos do Ensino Médio, exige novos olhares, como já foram mencionado acima onde os alunos são revistos nas suas necessidades reais enquanto pessoa e cidadão, observando ainda a necessidade para a formação para o mundo do trabalho, e, neste caso, a escola não deverá implementar um ensino de qualidade que alia as teorias e as práticas, num vai e vem permanente, em que o aluno possa vislumbrar a realidade em que vive, com segurança para atuar positivamente nos mais diversos espaços e segmentos.
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