CONSELHO DE CLASSE

COLÉGIO ESTADULA EMÍLIO DE MENEZES – CURITIBA PARANÁ
ORIENTADORA: MARCIA VALENTINA PACOLA
CURSISTAS: ANDRÉA DE F. B. MURBACH, DÉBORA R. G. GONÇALVES, ELAINE R. M. MINAMI, ELISA R. S. GONÇALVES, FABIO S. LIMA, HERMINA O. GOMES, MARA S. FERNANDES. SUELEN P. DA CRUZ

CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de classe é um dos vários mecanismos que possibilitam a gestão democrática na instituição escolar e uma oportunidade de imprescindível importância para o encaminhamento das atividades escolares.
Geralmente, ele é confundido com um momento de julgamento dos alunos, com o enfoque voltado ao seu comportamento num sentido meritocrático, quando deveria visar a avaliação do processo ensino aprendizagem, portanto, enfatizando tanto a ação do professor quando a do aluno, com o objetivo de aprimorar esse processo gerando uma aprendizagem significativa.
De acordo com MATTOS (2005), “não é o espaço de comparação de alunos em que se valida a construção de imagens dos alunos e alunas, feitas pelos docentes, no decorrer do ano letivo.”
O professor ainda necessita de muita formação contínua para melhorar esse processo e fazer desse momento um processo de fortalecimento e reflexão de sua prática pedagógica, e o Conselho de Classe passe a ser mais uma de suas práticas avaliativas, nesse sentido, Dalben (2005) diz que:
O processo de formação de professores deve considerar a importância da resolução da reflexão da prática, porque seria ela que permitiria ao professor criar novas possibilidades de práticas e novos conhecimentos sobre elas. As relações sociais teriam chances de se redefinirem, porque a reflexão coletiva passa ser elo fundamental. Em decorrência disso, reações mais solidarias, cooperativas e coletivas seriam desenvolvidas, exigindo uma reorganização do trabalho da escola e da sala de aula. (Dalben, 2005, p.89)

Sente-se a necessidade de estabelecer um Conselho de Classe participativo criterioso, já que o modelo atual é superficial, improdutivo e cansativo, no qual são discutidas apenas comportamentos atitudinais entre professor/aluno, ficando de lado o desenvolvimento e as condições de aprendizagem do educando.
Carlos Carrilho Cruz (2005) afirma que a questão da participação dos alunos nos Conselhos de Classes é imperativa, ressaltando que nas escolas é comum que um representante de cada turma participe das etapas dos Conselhos, mas observa que essa participação não tem força suficiente para promover as transformações necessárias no processo de avaliação, nem para relativizar o poder dos professores sobre os mesmos. Não se observa o aumento na participação efetiva dos educandos no processo pedagógico. Como a argumentação lógica dos professores é muito mais forte que dos alunos representantes. Eles ficam acuados, não argumentam, se vêem como presas fáceis das críticas docentes e muitas vezes não voltam mais aos Conselhos. (Cruz, 2005 p.52)
Essa afirmação de Cruz faz lembrar muito relação de poder que Foucault apregoa em sua teoria e que perpassa por todos os âmbitos da sociedade, inclusive no contexto escolar:
para assinalar simplesmente, não o próprio mecanismo da relação entre poder, direito e verdade, mas a intensidade da relação e sua constância, digamos isto: somos forçados a produzir a verdade pelo poder que exige essa verdade e que necessita dela para funcionar, temos de dizer a verdade, somos coagidos, somos condenados a confessar a verdade ou encontrá-la. (Foucault, 1999:29)

Portanto, torna-se urgente organizar metas coletivas para os conselhos, as quais deverão ser seguidas por todos, fazendo com que professores, setor pedagógico e direção falem uma mesma linguagem.
Fatores que podem ser discutidos nos Conselhos de Classe são: o que levou o aluno a não atingir os objetivos e as notas necessárias para um bom êxito na aprendizagem ou o que o foi e o que ainda pode ser feito para superar essas dificuldades; se o aluno atingiu ou não os conteúdos/objetivos requisitos para a série seguinte.
Também pode ser previstas reuniões e conversas individuais com pais e/ou responsáveis para incluí-los no processo, conversas com alunos incentivando-os a se responsabilizar por sua aprendizagem e orientação por parte do setor pedagógico quando o problema estiver no docente.
No que tange ao pré-conselho, dedicar maior tempo para as discussões individuais e coletivas, maior preparo para que os alunos discutam as questões do grupo e não questões pontuais ou individuais.
Sugere-se a elaboração uma ficha de pré conselho onde o aluno se auto avalie, verificando o que e como seu desempenho refletiu no seu mau rendimento e não responsabilizando o professor por isso.
Finalmente, consideramos que a autonomia do corpo docente com relação à aprovação e retenção dos alunos é imprescindível para o bom desenvolvimento do processo.