COMPACTUANDO COM O ENSINO MÉDIO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE FRANCISCO BELTRÃO

COLÉGIO ESTADUAL DE RENASCENÇA PADRE JOSÉ JUNIOR VICENTE - EFM

MARTA GUOLLO

 

Esta reflexão acerca do Ensino Médio é de suma importância para nós professores, pois é através de  estudos, troca de ideias, que fortaleceremos e priorizaremos as necessidades educacionais da escola.

Vejo que na maioria das vezes o professor é um excelente conhecedor de sua disciplina, mas muitas vezes não tem o conhecimento e  compreensão da história da educação brasileira, a qual retrata como foram organizados o ensino, acredito que a partir desse resgate é que poderemos também fazer mudanças significativas em nossa disciplina de atuação.

Em nossa escola temos alunos que priorizam seus estudos, temos famílias que participam da vida escolar de seus filhos com responsabilidade, como também temos aquela parcela de estudantes que ainda não perceberam que a escolaridade possa fazer uma diferença na sua vida, e muitas vezes priorizam o trabalho em detrimento a seus estudos. Portanto é nesse espaço que o professor que está bem amparado pelo conhecimento histórico de nossa educação brasileira, poderá estar entendendo e resgatando o aluno, para o estudo.

Através dessa reflexão sobre essa etapa do ensino, tão importante para a vida de nossos alunos, em que o conhecimento científico se faz necessário, em que o trabalho possa ser entendido como um princípio educativo,  transformar a escola como uma necessidade para os alunos, será bem pertinente e produtivo esse envolvimento sobre o Ensino Médio.

De acordo com as leituras do texto e dos vídeos assistidos, temos que observar e compreender a juventude sob outros ângulos, isto é, como seres que estão se firmando e que já possuem um conhecimento de vida, já tem uma trajetória de vivências, já está inserido em uma cultura em uma sociedade, já produz, é um ser trabalhador, já tem uma identidade.

Partindo desse pressuposto é que a escola tem que reconhecer seu papel de instituição social e histórica, que lida com esses sujeitos também inseridos socialmente e que já possuem essa história, sendo assim contemplar de uma forma mais humanizada em seu currículo ações e reflexões acerca desse ser que ai está, ampliando o universo e transformando o ambiente escolar.

Temos que compreender que o jovem que está na escola, tem suas prioridades e muitas vezes o estudo não está como um objeto importante, sendo assim este desafio de transformar a educação como uma das ferramentas de conhecimento torna-se necessária para seu crescimento pessoal e profissional.

São tantos os desafios cotidianos que temos nos deparados, tais como a própria condição de gênero, questões raciais que são tão envolventes e nos levam a questionar para as mudanças e quebra de alguns paradigmas já tão cristalizados, sabemos que este estudo fará a diferença em nossas aulas, em nossa disciplina em nossos conteúdos acadêmicos, pois percebemos que diante de toda essa constatação, possamos rever nossa prática pedagógica e estar modificando conceitos.

De acordo com as leituras e textos, que tivemos a oportunidade de estudar sobre o Currículo, compreendemos que o mesmo, apresenta as atividades que a escola desempenha diante da sociedade escolar, isto é, busca na sua essência, a transmissão e assimilação dos conteúdos científicos e acumulados pela humanidade, da cultura, para que possamos apreender e promover as reflexões sobre os assuntos abordados.

O currículo também não é neutro, está politizado de acordo com a sociedade da qual faz parte, tem sua visão de homem, de mundo, de cultura, bem como ainda  apresenta a visão do  professor, dos alunos, enfim da sociedade da qual pertence,  em muitas vezes dissociado da realidade, e de certa forma organizado para que todos sejam uniformes. Também o Currículo pode ser formal sendo aquele em que toda a escola traça todos os seus objetivos, o oculto, em que aparece na sala de aula devido ao meio, ao conhecimento de cada um, e o real, em que estão os planos de ensino dos professores.

É necessário que façamos estudos para haver mudanças no Ensino Médio, dar ênfase a essa questão curricular, para entendermos de fato a existência desses conflitos que ocorrem na sala de aula e no ambiente escolar para reorganizar nossa postura frente a este tema que muitas vezes define o nosso modo de trabalho.

Este Caderno, refere-se que nem sempre a escola supre todas as necessidades de conhecimento de que o aluno precisa, não porque não tenha condições de suprir, mas muitas vezes por não dar conta de estar contextualizando o que se ensina na escola, como o que a sociedade exige.

E diante desse aspecto, também retrata a importância da dimensões de trabalho, ciência, tecnologia e cultura.

Deve- se dar e oportunizar a nosso aluno, toda a forma de conhecimentos científicos para que possa usar no seu dia a dia, ensiná-lo a questionar, a interrogar as questões de maneira crítica e com conhecimento, pois vemos o aluno passivo diante dos acontecimentos, como um ser alienado e com dificuldades de interagir no e com os outros.

Percebe-se que o conhecimento além de fragmentado são desvinculados entre as disciplinas, portanto através desse estudo, podemos perceber que não perdendo a especificidade de cada uma, pode-se integrar o conhecimento nas diferentes disciplinas.

Quando falamos em gestão democrática, essa prática nas escolas é recente, vindo a ser constituída a partir da Carta Magna de 1988, e com isso sendo agregada a LDBEN 9394/96.

Anteriormente, era ao diretor da escola tomar todas as decisões pertinentes a este ambiente. Após a década de 90 percebe-se que ao diretor verdadeiramente democrático, age de forma a consolidar no ambiente escolar as instâncias e colegiados a fim de tomar decisões em conjunto ouvido e discutindo com os pares o que é melhor para a escola.

Portanto, atualmente os pais, os docentes e discentes, tem maior participação nas decisões da escola. Embora ainda se permite que a política partidária tome algumas frentes, estamos conseguindo mudar devagar o ambiente escolar.

Como um marco de democracia,  podemos ressaltar o PPP da escola, sendo construído por todos, onde estão configuradas a escola real, a escola que objetivamos e o que podemos fazer para chegar a sua concretização.

Sabemos que vamos precisar de muita teoria, para entender os aspectos históricos pelos quais a escola como instituição evoluiu para chegar neste patamar.

A Avaliação é fundamental em qualquer ambiente, pois ela define como está sendo a postura diante dos diversos espaços que participamos, portanto estamos num constante círculo avaliativo, quer seja de nós , de nós com os outros, da equipe e assim sucessivamente. Portanto, no ambiente escolar, também delineia como está sendo organizado o ensino e aprendizagem, bem como está sendo efetivado tanto pelo docente como pelo discente  e a partir dessa conjuntura estaremos conhecendo de fato a realidade da escola. A avaliação pode ser avaliação da aprendizagem, avaliações externas e avaliação institucional. Através dessas avaliações estaremos percebendo as dificuldade e potencialidades do aluno, da escola, do grupo e partindo desses índices estaremos organizando as ações que enfatizem o sucesso do grupo.

O desafio que temos em relação a avaliação e que torna seu estudo  relevante está na questão que a avaliação deve estar voltada para um dos requisitos do conhecimento e não mais como um fim em si mesma, como em muitas vezes percebemos seu uso. Temos que ter a avaliação como um reflexo das aprendizagens ocorridas na sala de aula, para isso devemos ter clareza dos instrumentos e critérios que usamos e assim que o aluno também compreenda a sua intensidade no ambiente escolar.

A avaliação sempre foi uma maneira de aferição de notas, isto é uma quantificação do que aprendeu, e a devolutiva é a nota expressa em números sem muita explicação, atualmente observamos que a avaliação é bem mais do que a nota, mas temos que aliá-la com a qualidade do ensino e para isso precisamos de estudos para compreender essa questão tão sensível da escola.

Nos documentos da escola a avaliação encontra- se PPP (p. 12, 2007)

A avaliação do processo ensino e aprendizagem acontece através do diálogo,troca de experiências entre professor/aluno, é um processo contínuo de verificação do que o aluno aprendeu através de atividades, apresentações de trabalhos,tarefas, participação em atividades diárias.Ocorre também, através de avaliações formais que tem objetivo de diagnosticar a aprendizagem do aluno para retornar o que não aprendeu. Para avaliar melhor o processo, no Conselho de Classe discute-se a problemática da turma, buscando avaliar o aluno coletivamente.

Os dados que temos a respeito dos alunos no que concerne a avaliação são discutidos com o grupo de professores, com o intuito de modificar, melhorar o conhecimento do aluno e como consequência as notas. Foi realizado um estudo sobre toda a situação da escola, através do relatório do MEC e do estado do Paraná, onde estão postas todas as questões relativas as notas bem como de forma detalhada, quais as matérias que mais reprovam, quais as séries que apresentam maiores dificuldades, o porque de passar o aluno no Conselho de Classe, evasão, repetência, ensino noturno, enfim tudo que se reflete na escola, foi uma forma de refletir o nosso papel de educadores, o papel do aluno, e da família, é muito importante discutir esses assuntos que são muitas vezes o nosso calcanhar de Aquiles.

Temos proporcionado aos alunos simulados, agregando quase todas as disciplinas, também sobre o ENEM, são discutidos assuntos pertinentes a sua importância, bem como utilizados as suas questões no EM, e feita uma campanha para que os alunos se inscrevam, façam as provas, como elas são realizadas em outro município na maioria das vezes a escola organiza transporte para levar o aluno.

Segundo HOFFMANN (1998)

Mas as tarefas, na escola, deveriam ter o caráter problematizador e dialógico, momentos de trocas de idéias entre educadores e educandos na busca de um conhecimento gradativamente aprofundado pela escola.

A escola tem mudado em muito, diante da sua concepção cristalizada de vários assuntos pertinentes ao ensino e aprendizagem, Percebemos que há um maior interesse nesses temas que fazem a diferença entre ensinar para o mundo.

REFERÊNCIAS

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover. Mediação, 6ºedição. Porto Alegre, 1996.

http://www.rnnrenascenca.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/12/2180/290/a...