Colégio Mondrone: Stefânia Schier, Regina Mazzurana, Neide Oliveira e Lenir de Morais

Reflexão e ação temática 5: Organização e Gestão Democrática da Escola.

1. Com um grupo de colegas, faça um levantamento das situações em que vocês se sentiram excluídos (as) de decisões que afetam a vida da escola e o seu trabalho. Qual a origem dessa exclusão (de quem ou de onde partiu)? Quais os possíveis motivos para tal exclusão? Faça o mesmo para situações em que se sentiram incluídos (as) na tomada de decisões dessa mesma natureza. Quais os possíveis motivos dessa inclusão? Discuta com os colegas a que conclusões podem chegar a partir desse levantamento, tendo em vista a participação na gestão democrática da escola. Que posturas vocês estariam dispostos a assumir frente ao que concluíram?
Em nosso estado do Paraná, mesmo com uma lei amparando a escolha democrática dos Diretores das Escolas Estaduais vivemos no momento uma tentativa de golpe por parte de nosso governador que encaminhou um projeto de lei para a Câmara dos Deputados proibindo/cancelando as eleições para Diretores, e impondo a prorrogação de mandatos dos atuais por mais um ano. O projeto acaba de ser aprovado, ou seja não haverá mais eleições este ano nas escolas.
A história nos relata que a Ditadura Militar acabou com as eleições diretas por muitos anos no Brasil. Será que estamos vivenciando uma nova Ditadura no Paraná? Agora nosso governador acabou com o direito as eleições para diretores, qual será a próxima lei que ele vai desejar extinguir?
Nos últimos anos em nosso Colégio escolhemos nossas diretoras de forma democrática, assim elas entenderam a confiança e a responsabilidade que depositamos nelas. Elas sempre trabalham de forma democrática, solicitando a opinião da comunidade escolar e sendo totalmente transparentes quanto ao gerenciamento dos recursos financeiros. Nossa direção tem um compromisso pela gestão democrática.

2. Junte-se a outros colegas e procure fazer um levantamento de situações vividas na escola pelos participantes do grupo que poderiam ser objeto de discussões sistemáticas e de decisões tomadas coletivamente em benefício da escola e/ ou dos envolvidos. Se esse processo de discussão e decisão coletiva não aconteceu, examine com membros do grupo as razões pelas quais isso não ocorreu. Se, ao contrário, o processo ocorreu, quais os resultados para a escola e para os envolvidos? E quais as reações dos colegas? Que sugestões esse grupo poderia oferecer para que, em novas situações ocorridas na escola, o processo de discussão e de deliberação possa acontecer?
Nosso sistema de avaliação tem sido tema de constantes discussões, sugestões e mudanças em nosso Colégio. A cada ano na semana pedagógica(fevereiro) este tema é retomado e rediscutido. Já tivemos o sistema de avaliação somatória bimestral, percentual semestral e trimestral, atualmente estamos adotando a somatória trimestral. As discussões continuam pois estamos sempre buscando a melhor forma e a mais justa possível de avaliar nossos alunos e organizar o trabalho docente.
O conselho de classe também vem mudando muito. Atualmente estamos fazendo conselhos individuais com as pedagogas e depois de todos os dados recolhidos, nos reunimos com todas as professoras da turma para organizarmos ações que venham solucionar os problemas identificados e melhorar o desempenho geral da turma.

3. Caso sua escola não tenha constituído o Conselho Escolar, tente conseguir uma cópia das normas produzidas pela Secretaria da Educação ou pelo Conselho de Educação do Estado onde está instalada sua escola para a instalação e funcionamento dos Conselhos Escolares. Proponha a um grupo de colegas a leitura dessas normas e, particularmente, as que se referem aos objetivos do Conselho e aos direitos e deveres dos conselheiros. Em função disso, deliberem sobre a realização de reuniões com os demais professores e com a direção, tendo em vista a instalação do Conselho em sua escola. Caso a escola já tenha um Conselho instalado, combine com seu grupo a conversa com membros dele, tendo em vista: a) levantar decisões tomadas; b) comparar tais decisões com a prática existente na escola; c) verificar se as decisões foram tomadas democraticamente. Verifique também se há estratégias de comunicação entre os representantes e seus representados.
A LDB no art. 14, afirma que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades, conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Conforme o material de apoio, deve fazer parte dos Conselhos Escolares: a direção da escola e a representação dos estudantes, dos pais ou responsáveis pelos estudantes, dos professores, dos trabalhadores em educação não - docentes e da comunidade local.
O conselho escolar do Colégio Mondrone  têm atribuição deliberar sobre questões político - pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola, onde os representantes dos segmentos devem participar das reuniões, discutir, negociar, analisar as ações para o cumprimento das finalidades da escola, representando a comunidades escolar e local, definindo caminhos para tomar as deliberações, possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática.
As decisões tomadas vêm de encontro com as práticas existentes na escola, resultando da necessidade de decisões que possibilitam seu funcionamento adequado. No decorrer das reuniões é decidido democraticamente as ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo.
As grandes decisões tomadas na escola são discutidas pelo conselho, que se reúne com datas definidas ou quando convocados para reuniões extraordinárias para assuntos urgentes. As estratégias escolhidas para a comunicação ocorrem a partir da utilização de comunicados e de atas que indicam geralmente o assunto da reunião, a hora e o local com certa antecedência. Nem sempre existe a participação de todos os membros, o conselho está instituído, porém poderia haver maior participação em vários momentos, em atividades escolares, eventos e principalmente na questão mais burocrática que se faz necessária para um bom desenvolvimento da Gestão Escolar Democrática, assim, pode se afirmar que é preciso buscar estratégias para aumentar a conscientização da comunidade acerca do papel do conselho escolar como instrumento efetivo de participação.

4. Se existe um Grêmio Estudantil funcionando em sua escola, procure verificar como está atuando, quais os temas sobre os quais discute, que visão os integrantes têm da sua própria atuação, assim como da escola e do seu funcionamento. Converse com os integrantes do grêmio sobre como é a sua participação nos processos de discussão e decisão acerca da vida da escola,como são tomadas as decisões internamente, assim como sobre o reconhecimento que têm pela direção, pelos professores e por funcionários. Com base nesses levantamentos, a que conclusões você chega sobre a participação democrática no interior do Grêmio e sobre a participação dos jovens que o compõem nas decisões tomadas pela escola? Para ter uma ideia melhor do significado do conceito de resiliência, procure identificar, com um grupo de colegas, entre atividades propostas aos jovens pela Secretaria de Educação, quais se guiam por esse conceito. O mesmo pode ser feito com relação a problemas de moradia, de transporte, de saneamento, relatados por alunos que vivem na localidade onde se situa a escola.
A dinâmica social se altera com o passar do tempo e as instituições deveriam, pela lógica, acompanhar essa dinâmica. A escola que antes era destinada a poucos foi democratizada e hoje agrega diferenças e singularidades. Os questionamentos vários levantados com relação à escola e sua capacidade educacional na atualidade podem ser indícios de uma necessidade de mudança imposta pela dinâmica da sociedade a qual se encontra vinculada. Há que se questionar em que medida a instituição, na atualidade, tem possibilitado ao jovem que a freqüenta o exercício pleno de sua condição juvenil e das diversas experiências advindas dessa condição (DAYRELL, 2006. Por muitas décadas os jovens foram proibidos de participar dos movimentos políticos, depois da ditadura militar ficaram excluídos do processo. As escolas precisam fazer com que o jovem entenda que ele faz parte do contexto escolar. O papel do jovem estudante no processo educacional escolar sinaliza a necessidade de maior atenção e reflexão. Ao contrário do que possa parecer, esse tipo de movimento tende a dinamizar a s relações no interior da escola. O que poderia ser entendido como uma contribuição para uma possível quebra de valores e normas, pode, ao contrário, ser um caminho para algo real e exequível de acordo com o que se espera da educação. Conforme demonstra Arroyo, “dando voz àqueles que por tanto tempo foram silenciados, suas autoimagens podem destruir tantas imagens estereotipadas que pesam sobre eles” (2005, p. 81). Diante desse cenário que encontram os jovens estudantes, eles não estão participando do Grêmio Estudantil, essa geração pós moderna não participa da gestão democrática da escola, na associação do Grêmio e sim quando chamados através do líderes das turmas, dão suas opiniões e colaboram com a escola. O Grêmio estudantil precisa ser despertado nas aulas de Sociologia e Filosofia, numa nova estrutura, diferente do Grêmio da época da ditadura. Essa liderança tem que partir dos jovens estudantes e não pelos professores.

5. Tente realizar com um grupo de colegas a identificação de ações de caráter patrimonialista presentes no interior da escola ou na relação desta com os pais. Faça o mesmo com exemplos concretos de “autonomia concedida” e autonomia efetiva nas escolas onde atuam. Junto com um grupo de colegas, troquem e registrem suas experiências relativas à forma como os pais com que têm contato se manifestam a respeito dos três aspectos que, segundo Paro, condicionam a participação deles na vida escolar. Com base no que discutiram, proponham formas pelas quais possam ser rompidas e superadas as práticas patrimonialistas existentes na escola, assim como formas de articulação com os familiares dos alunos que ajudem a superar os condicionantes que dificultam sua participação.
É preciso buscar o envolvimento da família na aprendizagem dos seus filhos, valorizar e orientar os pais no sentido de incentivar as boas relações com a escola e com todos que fazem parte desse contexto ,incentivando os pais a parecerem nas reuniões pedagógicas não só para cobrar notas e sim para avaliar como o filho está se saindo no ano letivo e se tiver alguma dificuldade orientar esses pais como fazer para ajudá-lo. A escola está diante de um grande desafio necessita da real interação da família para o benefício do desempenho escolar de suas crianças e só assim poderá fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem estar de todos. O Colégio Mondrone sempre que existe um problema a ser pensado e resolvido, reuni pais, alunos, professores e funcionários num sábado para responder e encontrar alternativas e ideias para  resolvermos as dificuldades existem no momento. São vários segmentos juntos com um único objetivo, educação de qualidade, o mais importante é que todos se comprometem pela causa.

6. Você conhece o PPP de sua escola? Você sabe quando e como ele foi construído? Procure saber sobre este processo de sua escola. Procure também conhecer o seu conteúdo e, principalmente, quais são suas principais finalidades. Converse com os seus colegas sobre o PPP de sua escola e verifique se há necessidade de uma revisão ou reconstrução do dele. Como está o ambiente em sua sala de aula? Prevalece a hierarquia ou o diálogo? Os alunos têm a possibilidade de aprender e se desenvolver como cidadãos? Pense sobre isso e reflita sobre a sua postura e suas estratégias de ensino, se elas favorecem mais ao desenvolvimento de seres adestrados ou de seres reflexivos.
O Projeto Político Pedagógico é um documento construído em todas as instituições de ensino descrevendo sua forma de funcionamento, aspectos gerais como avaliação, concepção filosófica, as funções de cada profissional, entre outros. No Colégio Mondrone este documento foi construído de forma coletiva e é reformulado continuamente por todos os profissionais que atuam na escola e representantes dos órgãos colegiados, durante reuniões pedagógicas ou em encontros de formação, entretanto, é um processo que exige motivação, convencimento, pré-disposição, tempo e integração da equipe para que sejam tomadas as decisões necessárias.
O Projeto Politico Pedagógico é um documento que configura a identidade da escola, onde se busca concretizar idéias, alcançar objetivos, firmar valores estruturados com base na realidade vivenciada. Ele contém fundamentos e princípios que garantirão a identidade que se pretende consolidar em sua prática pedagógica.
A maioria dos docentes têm a preocupação de formar cidadãos emancipados, com uma visão crítica e que se preocupam na construção do conhecimento e o usam para a transformação de suas realidades, onde prevalece o diálogo, a investigação, a reflexão e a aprendizagem significativa.
Percebe-se que o grande problema continua sendo a rotatividade de educadores, o que dificulta o conhecimento do PPP e contribui para a não eficácia do processo proposto, mesmo com a equipe pedagógica mediando e levando ao conhecimento dos Professores que chegam à escola.
O texto do PPP é muito bom, revisado constantemente que não é um processo fácil ou simplista, porém precisa ser o espelho do que acontece em sala de aula.