COLEGIO JOÃO DE OLIVEIRA FRANCO – CADERNO III
ORIENTADOR – PROFº GILBERT MARQUES
Quando o assunto é currículo, a discussão se torna ampla. Cada vez que somos indagados sobre a real função do conteúdo e sua contribuição para o futuro do que é ensinado nas escolas, temos o dever de direcionar nosso olhar para uma formação global dos nossos alunos.
Para que, nós professores, estejamos sempre à frente das mudanças e carências do mundo do trabalho, devemos nos atualizar constantemente, só assim será possível nos mantermos próximos de um ensino de qualidade ideal.
O objetivo das escolas é preparar o jovem para enfrentar os problemas da vida cotidiana, por meio de uma formação global que dê conta das demandas e das transformações contínuas pela qual a sociedade, a economia e o mundo do trabalho passam.
Em uma época de tantas mudanças e incertezas, não podemos defender um único modelo, proposta, caminho. Devemos trabalhar com desafios, projetos, jogos, para oferecermos um conteúdo mais significativo, considerando, provavelmente, as várias formas de metodologia dentro de contextos diferentes.
Podemos ensinar por problemas e projetos num modelo disciplinar e em modelos sem disciplinas isoladas, mais abertos, de construção mais participativa e processual; e com modelos mais roteirizados, preparados anteriormente nos detalhes.
Cada escola pode fazer diferentes escolhas desde que o resultado seja satisfatório na aprendizagem e, é claro, venha atender as especificidades de seu público. Não podemos glorificar um único método, mas sim como ele é aplicado e os resultados obtidos, e que num contexto tão difícil e complexo de mudanças, podemos chegar a resultados semelhantes por caminhos diferentes.
Precisamos de políticas consistentes de formação para buscarmos os melhores professores, remunerá-los bem e qualificá-los melhor; de políticas inovadoras de gestão, que levem os modelos de sucesso de gestão da iniciativa privada para a educação básica e superior; mas esse é um desafio de longo prazo para toda a sociedade. É preciso também maior apoio ao ensino técnico e tecnológico, integrando-os melhor, de maneira que o aluno possa profissionalizar-se antes e, ao mesmo tempo, seguir um currículo superior mais próximo do que a sociedade necessita.
Necessitamos de parceria público-privadas eficientes e constantes, com maior integração de programas e recursos econômicos e tecnológicos.
Sem essas políticas mais estruturais, é muito difícil conquistarmos mudanças significativas na rede educacional, principalmente na pública, e só conseguiremos que alguns grupos e escolas isoladas obtenham excelência, no meio de uma maioria com severas deficiências.
Na escola atual aprendemos pouco e não aprendemos o principal: a sermos pessoas cada vez mais evoluídas, empreendedoras, críticas e responsáveis socialmente.
A preocupação maior costuma ser com o conhecimento intelectual, com modelos predominantemente transmissivos.
Desafios bem planejados contribuem para mobilizar as competências desejadas, intelectuais, emocionais, pessoais e comunicacionais. Exigem pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes, fazer escolhas, aprender pela descoberta, caminhar do simples para o complexo.
Porém, hoje é muito complexo trabalharmos com desafios porque cada aluno tem sua própria expectativa, motivação e atitude diante da vida.
Alguns países têm currículo formal detalhado, outros têm um currículo mínimo com diretrizes específicas para cada área. Cada um tem suas vantagens e desvantagens. Alguns países com forte tradição pedagógica tutorial, de aprendizagem personalizada; e outros, geralmente latinos, em que predomina uma cultura familiar e educacional mais paternalista de oferecer ao aluno tudo mais pronto, elaborado, previsível.
Reavaliarmos a ênfase dada ao conteúdo a ser aprendido, buscando equilibrar o ensino da didática, tanto em nível teórico quanto prático.
Vivemos numa sociedade em constante transformação, com isso, é tempo de abrir um diálogo produtivo entre ensino e trabalho.
Qualquer que seja o caminho é necessário definir o novo perfil do ensino médio brasileiro. A corrida global pela competitividade demanda jovens cada vez mais preparados, capazes de aprender continuamente e enfrentar os desafios de um mundo caracterizado pela inovação e pelo conhecimento.