COLÉGIO ESTADUAL ULYSSES GUIMARÃES – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL. NÚCLEO DE FOZ DO IGUAÇU REFLEXÃO E AÇÃO DO CADERNO II
COLÉGIO ESTADUAL ULYSSES GUIMARÃES – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL.
NÚCLEO DE FOZ DO IGUAÇU
REFLEXÃO E AÇÃO DO CADERNO II
Professores (as):
Adriana de Souza Bertate
Ana Elisa Bragagnolo
Alcides Matias da Silva
Giucler Wernke
Gilzemara Ortz Alves Segantini
O JOVEM – Sujeito do Ensino Médio.
Através da leitura e reflexão realizada, percebe-se que as preferências juvenis são transitórias, pois na vida adulta alguns “costumes ou escolhas” são repensadas. Assim como proposto no texto, uma de nossas preocupações deve ser o de não reduzirmos a nossa compreensão da juventude a uma definição etária ou a uma idade cronológica. Cada parcela social está inserida em determinado período histórico, e nós professores, muitas vezes queremos que nossos alunos sejam como pensamos ser o ideal, de preferência com maturidade nos estudos, almejando o futuro próximo. Queremos que todos hajam como “jovens-adultos”, com responsabilidades que estão sendo construídas, aprimoradas, e muitas vezes “esquecemos” de levar em consideração o seu contexto familiar e social em que estão inseridos. Partindo deste pressuposto, penso que muitas vezes a escola “equipe pedagógica” precisa levar em consideração problemas de ordem psicológica, social, familiar, e outros, e acabamos fazendo papéis que talvez não seriam de cunho escolar, e deixamos de lado tais potencialidades que poderiam ser melhores exploradas. Muitas vezes conhecemos de longe o aluno “problema” e o aluno “destaque-positivo” fica esquecido.
Partindo deste pressuposto, qual seria o verdadeiro papel da educação básica, no que diz respeito ao ensino médio? Segundo a LDB, sua principal finalidade é “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Desta forma, penso que um dos maiores desafios atuais do ensino médio seja o curricular, visto que temos um currículo “rígido, pouco atraente e desatualizado”, onde muitas vezes o aluno não consegue perceber relação do que estuda com a sua vida “lá fora”. Outra questão é o jovem precisar construir sua identidade e entender que ela não está pronta e acabada, bem como aprender a lidar com diferentes descobertas, sonhos, escolhas, caminhos que precisam ser traçados, e que os mesmos na maioria das vezes não possuem a maturidade necessária para perceber que isso não é um problema tão grande assim.
Neste sentido, o ensino médio deve ser planejado em consonância com as características sociais, culturais e cognitivas do sujeito. E para que isso ocorra torna-se indispensável um mapeamento educacional para a partir de então reconhecer o adolescente e o jovem, para além dos estereótipos, não como um problema, mas como parte da solução. Sendo assim, criou-se um espaço para que os alunos pudessem expressar suas ideias, escrever questões que antes não haviam sido questionados ou cobrados pela escola. A turma que realizou o mesmo foi um segundo ano matutino. Em um primeiro momento os alunos estranharam o conteúdo abordado, e perguntaram isso valerá nota? Porque querem saber de tantas coisas sobre nós se raramente somos ouvidos? Com tais questionamentos presentes, evidenciei o objetivo do que estavam realizando, e os mesmos se “empolgaram” em respondê-lo. Notou-se então que 50% dos alunos não moram em casa própria, bem como enfrentam uma situação muito atual de pais separados, presença de “madrastas ou padrastos” em sua formação. Quando questionados sobre os fatos mais marcantes de suas vidas, dos 30 alunos que responderam 12 afirmaram que o ponto mais negativo foi à separação dos pais, o terem que aprender a conviver com pessoas estranhas e tendo que respeitá-las. Outra questão que me chamou bastante a atenção foi o fato de 18 alunos dizerem que eles veem a escola como sendo a segunda casa, que ali eles possuem muitos amigos, e são escutados por eles, e muitas vezes segundo o ponto de vista deles, são barrados pelos professores, e não podem vivenciar tal amizade. Colocam a culpa na “cobrança de normas dentro das salas de aulas”. Outro ponto abordado foi em relação ao uso de tecnologias, a maioria deles não entendem o porquê não podem utilizar seus celulares em sala de aula, disseram que é uma ferramenta valiosíssima, mas que não podem explorar, bem como 8 alunos assumiram que quando solicitados trabalhos de pesquisa, na maioria das vezes acabam deixando para a ultima hora e apenas copiam e colam algo da internet, sem mesmo saberem do que se trata. E a maioria afirmou que quando não estão na escola estão conectados as redes sociais, sendo que muitas vezes pelas redes se conversa de tudo e sempre estão próximos de alguém. Em contrapartida, 26 alunos acreditam que a escola serve como uma ponte para o seu futuro, que através dela muitas portas irão se abrir, destes quatro questionaram a necessidade de terem aulas diversificadas, mas como sendo obrigatórias, como sendo parte do currículo, como economia, línguas (escrita e fala) e informática, visto que são os principais problemas que enfrentam no mercado de trabalho, ou vestibulares (futuro). A grande maioria evidenciou a importância de terem projetos de vida, terem uma qualidade de vida com emprego bom, família e carro. Apenas 12 alunos falaram sobre faculdade. Outros pontos marcantes dois entrevistados se restringiram a dizer que o projeto de vida é serem melhor do que seus pais foram.
Sabe-se que existem jovens que adquirem determinadas maturidades precocemente, e outros levam muitos anos para que aconteça o mesmo. Será que nesta fase devemos dar “tanta” liberdade ao jovem? Penso que regras e limites são necessárias para que haja uma construção na educação de qualidade. Infelizmente, grande parcela de nossos educandos utilizam as tecnologias para redes sociais e outros fins que não sejam de cunho escolar, a não ser que o professor solicite uma pesquisa. Sendo que, muitas vezes não se dão ao trabalho de nem mesmo lerem o que estão “copiando e colando”. Partindo desta premissa, o professor hoje, precisa ter um olhar diferenciado e atencioso com o que se trabalha, ou com o que se cobra. O professor tem a “necessidade” de estar atualizado com “tecnologias” para que desta forma possa inovar suas aulas, mostrando assim ao aluno que tais comunicações ou tecnologias podem vir ao encontro dos estudos escolares. Num processo educativo centrado no sujeito, o ensino médio deve abranger, portanto todas as dimensões da vida, possibilitando o desenvolvimento “pleno” das potencialidades do educando. Este diagnóstico permite um saber que somatizará com as ações pedagógicas, permitindo assim uma reflexão, contribuindo para o cumprimento e reformulação dos objetivos legais, e efetivos do ensino médio.
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