COLÉGIO ESTADUAL SÃO PEDRO - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NRE - TOLEDO MUNICÍPIO: SÃO PEDRO DO IGUAÇU - Etapa ll - Caderno 1

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO

O Colégio Estadual São Pedro - Ensino Fundamental e Médio está situado na região oeste do Paraná, Município de São Pedro do Iguaçu. Nossa Instituição atende hoje a 308 alunos do Ensino Fundamental e 176 alunos do Ensino Médio, totalizando 484 alunos, divididos em 3 turnos, sendo este de porte 4.

A população é constituída por uma diversidade étnica, formada por migrantes de outros estados, principalmente da região Norte, Nordeste e Sul do país. Em detrimento de toda essa diversidade de etnias forma a nossa escola.  O Colégio está inserido em uma pequena comunidade do interior, com cerca de 7.000 habitantes; mesmo assim apresenta problemas com relação às drogas e à violência, dificultando o trabalho dos professores. Por este motivo, o Colégio está buscando alternativas para vencer os problemas como, a evasão escolar, devido a dificuldade da conciliação estudo/trabalho, as faltas e o desinteresse em sala, dificultando a obtenção dos níveis desejáveis de conhecimento educacional e atender também as peculiaridades individuais dos educandos.

Em relação à formação dos profissionais da educação, observa-se que grande maioria está devidamente habilitada para trabalhar com uma disciplina específica, exercendo com empenho, capacidade e compromisso sua função, mesmo porque estes são na quase totalidade, membros da própria comunidade e/ou comunidades circunvizinhas, conhecendo de perto a realidade vivenciada por seus alunos. Porém, infelizmente outro entrave na qualidade de ensino diz respeito à rotatividade de alguns professores que, não pertencendo ao quadro de efetivos, ficam a mercê de uma demanda oriunda das necessidades de vários outros colégios, tendo em vista a falta de efetivação por meio de concursos públicos que viabilizariam a permanência dos mesmos.
A divergência do meio pode ser uma das causas da desigualdade no rendimento da aprendizagem, tendo em vista que cerca de 70% dos educandos são filhos de pequenos agricultores, assentados ou moradores em vila rural e apenas 30%, filhos de comerciantes e assalariados.
Observa-se que há um índice acentuado de analfabetismo por parte dos pais dos alunos, o que gera, em alguns casos, uma falta de incentivo e ainda, um número expressivo de cerca de um terço dos alunos necessita trabalhar para contribuir no orçamento familiar e, como consequência da situação econômica, gera o desinteresse pelas atividades escolares, resultando num alto índice de retenção e/ou evasão.
Outro fator que influencia no processo ensino aprendizagem é o fato de que a maioria dos alunos deslocam-se do campo até a escola utilizando o transporte escolar, fazendo com que muitos, ao chegarem à sala de aula, já estão cansados e desgastados.
No que diz respeito às discussões a respeito do Conselho de Classe, o grupo observou alguns problemas já citados, que são: a falta de interesse dos alunos, a indisciplina, dificuldade de conciliar o trabalho com e os estudos, a falta da perspectiva de futuro, descompromisso com atividades propostas e elaboração dos trabalhos extra-classe, faltas consecutivas e evasão escolar.
Quanto aos encaminhamentos propostos, a fim de minimizar estes problemas, são os mais diversos, tais como: convocação dos alunos e seus responsáveis para uma conversa entre professores e equipe pedagógica procurando conscientizar os mesmos sobre os problemas relatados pelos professores; encaminhamento para profissionais especializados; elaboração de grupos de estudo com alunos monitores e acionamento do busca ativa, neste caso, aos alunos faltosos.
Ainda em discussão, foi estabelecida a diferença entre queixa e problema. Queixas são relativas a questões mais pontuais e os problemas são mais abrangentes e requerem uma maior atenção do grupo dos professores.
Em geral, questões de ensino e aprendizagem que são tratadas no Conselho de Classe são justamente os mesmos entraves mencionados anteriormente, que são: a dificuldade do aluno em assimilar o conteúdo exposto; a falta de interesse e compromisso por parte de alguns alunos; alguns casos de alunos com comprometimento físico e/ou intelectual, que não possuem diagnósticos e precisariam de um atendimento diferenciado.
Várias foram as sugestões propostas, tais como: encaminhamento para diagnóstico com profissional especializado; realização de atividades diferenciadas, com avaliações de acordo com o grau de comprometimento de cada aluno; solicitação de Professor de Apoio a Comunicação para determinados alunos.
O Conselho de Classe é bastante democrático, sendo que todos os professores podem expor suas observações e as decisões são tomadas em conjunto.
No entanto, foi observado e sugerido, que há a necessidade de um Conselho de Classe mais participativo, ou seja, maior participação dos alunos no processo como um todo e que seja realizado em dias distintos, sendo o conselho do Ensino Fundamental em uma data e do Ensino Médio em outra, para que se possa discutir e relatar melhor os problemas dos alunos, buscando as soluções mais adequadas.