Na reconstrução histórica do Ensino Médio observa-se que os problemas sociais e os altos níveis de desigualdade são fatores que sempre influenciaram nesse processo, implicando oportunidades educacionais de baixa qualidade para as novas gerações.
Atualmente os alunos são atraídos pela velocidade da sociedade, pelo mundo virtual e muitas vezes para eles os estudos ficam fora do contexto nessa fase, pois experiências, relações, conhecimentos só irão adquirir sentido ao longo do tempo. Todo esse clima de desinteresse dos adolescentes pela vida escolar tem gerado muitas reflexões sobre os possíveis caminhos de fazer com que o Ensino Médio seja vivido e percebido como significativo. Nessa perspectiva, o desafio dos sistemas de ensino durante muitas décadas foi de organizar um programa curricular que conseguisse, ao mesmo tempo, formar os jovens para continuar os estudos no ensino superior e prepará-los para o mercado de trabalho.
Porém, todas essas tentativas e mudanças não apresentaram um avanço significativo no decorrer dos anos e hoje de acordo com DCNEM as especificidades devem ser consideradas no projeto pedagógico e na organização curricular, sem prejuízo da garantia da base comum, assentada na concepção de formação humana integral. Não pode centrar-se exclusivamente nos conteúdos voltados para o acesso ao ensino superior (vestibular ou ENEM), tampouco o foco pode ser a formação para o mercado de trabalho, ambos são mutiladores do ser humano e unilaterais.
O Ensino Médio deve contribuir para a formação de sujeitos capazes de participar politicamente das esferas pública e privada em função de transformações para uma vida mais justa, para a formação humana integral, com base nos conhecimentos do trabalho, da cultura, da ciência e tecnologia. A ideia atual do Ensino Médio Inovador é a incorporação ao currículo de conhecimentos que contribuam para a compreensão do trabalho como princípio educativo.
