Colégio Estadual Professora Júlia Wanderley - Cascavel - Identidades dos sujeitos do Ensino Médio_ Temática 2

Vivemos hoje em um ecossistema digital, ambiente no qual os jovens de hoje se constituíram. Nesse sentido  é importante saber que é uma categoria socialmente produzida pelas modificações culturais, sociais e econômicas que ocorreram nos últimos tempos, fruto da globalização desenfreada que força a entrada dos jovens no mundo do trabalho precocemente.

Frente a essa realidade é preciso garantir aos jovens uma perspectiva do saber articular o conhecimento ao discernimento de suas escolhas, onde o aluno deverá compreender os princípios da educação como base sólida do conhecimento.Os jovens produzem uma maneira própria de ver e valorizar a escola a partir da sua participação nos diferentes contextos sociais. Diante disso, precisamos apresentar a eles uma escola que faça sentido para a vida e que contribua para a compreensão da realidade, ou seja, o que se ensina precisa estar relacionado ao cotidiano e isso é possível a partir do momento que nós, professores, nos tornarmos mediadores nesse processo, utilizando as tecnologias, estimulando os alunos, fazendo com que projetem e acreditem nos seus sonhos, contribuindo de forma significativa para que desenvolvam as capacidades para realizá-los.Não podemos conceber a juventude como um problema na escola, mas vê-la e aceitá-la como um desafio a ser resolvido. Precisamos deixar de projetar  o futuro dos jovens, destituindo-os de sua identidade no presente, como muitas vezes o fazemos inconscientemente ao lançar questionamentos do tipo " o que será do seu futuro" ?

Sendo assim, o grande desafio é a  busca pela compreensão do que significa ser jovem nos dias atuais. As tecnologias são muitas e sem elas o ambiente escolar se torna enfadonho e pouco atrativo. É preciso buscar uma compreensão dessa realidade e mostrar ao jovem uma escola que apresente sentido, de tal forma que garanta o aprimoramento do educando como sujeito participativo do processo educativo.

Partindo do princípio que o papel da escola é o aprimoramento do educando como pessoa humana,da formação ética, do desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, para o reconhecimento e a aceitação da diversidade dos sujeitos do processo educativo e se, nesse processo, queremos "compreender" o nosso jovem temos que "conhecer" esse jovem. Para isso precisamos ter: noção de juventude,das múltiplas dimensões das identidades juvenis e  visão dos jovens acerca do espaço escolar, lembrando sempre que com tanta tecnologia ao alcance dos jovens, onde estão conectados o tempo todo, muitas vezes sem limites e de forma negativa, é necessário que a escola e as famílias continuem ensinando e reforçando os princípios e valores morais, éticos e sociais que não podem fazer parte do passado.

As tecnologias vêm modificando muito significativamente todas as relações  do homem com o mundo, visto que em cada segmento social encontramos a presença de instrumentos tecnológicos. A escola não pode ficar excluída desta realidade, devemos apropriar-nos dos avanços tecnológicos e incorporá-los a prática educativa. A escola ideal é aquela que assegura a todos a formação do indivíduo como um todo. O mundo está rodeado pela tecnologia e o papel da escola é dialogar com esse mundo preparando os alunos para uma transformação sólida capaz  de ajudá-los a pensar.

Para que “a relação educativa faça sentido, precisamos entender os jovens como sujeitos de direitos e de cultura e não apenas como objetos de nossas intenções educativas”, e que esse novo ser humano, tem sua existência mediada pela tecnologia digital, e o professor é fundamental como mediador para que aprendam a realizar suas próprias escolhas.

O maior desafio que temos é tornar a escola um espaço de ação política mais atraente  desconstruindo uma ideologia centrada na lógica das competências para uma formação humana integral focada no compromisso ético, pautada pelas transformações sociais, políticas e culturais, imprescindíveis para a formação de sujeitos críticos e preocupados com sua emancipação social

Se todas as entidades que compõem a sociedade e não apenas a escola, tivessem compromisso com o bem comum, com a emancipação social, nossos jovens estudantes em sua maioria, não seriam uma categoria socialmente produzida e a importância que se atribui a essa fase da vida  ganharia um novo sentido. Nossos jovens estudantes, no processo ensino aprendizagem e na vida profissional, devem ser vistos como sujeitos de direito e de deveres, construindo seus projetos de vida e fazendo escolhas mais acertadas, sendo a solução e não um problema para a sociedade.

Não basta que a escola, num contexto geral, mude o foco e a forma de trabalhar com nossos jovens se o restante da sociedade permanecer da mesma forma. A mudança somente ocorrerá quando efetivamente o trabalho for realizado em equipe, quando todos falarem a mesma linguagem. Os jovens precisam ser ouvidos e respeitados sim, mas também devem cumprir com seus mínimos desígnios.

É preciso compreender a juventude como uma categoria social,que varia no tempo,de sociedade para sociedade e segundo as diferenças internas das sociedades."Por isso, a definição do que é juventude tem que se fazer na contextualização histórica dos jovens que se quer compreender.Outra ideia  fundamental é a de que a juventude é vivida de modo distinto segundo as condições econômicas,culturais,de raça,gênero etc. Neste aspecto,é preciso aumentar a disposição para o diálogo e a escuta com os jovens do nosso tempo,procurando compreender os desejos, sonhos,medos e angustias que os movem. A busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos.

A escola precisa estar engajada nas realizações culturais, religiosas e sociais para que ela contribua na formação humana de seus educandos.