Repensando sobre a vida escolar deparamos em dois momentos importantes no andamento da Escola, em sua concepção, por exemplo, damos ênfase a Gestão Democrática, cujo processo tem seu alicerce na construção social que demanda a participação de vários segmentos como: diretores, professores, funcionários, alunos, pais e representantes de entidades: APMF, Conselho Escolar e Grêmio Estudantil para o bom funcionamento da Escola e tomada de decisões coletivamente fundamentada na pedagogia do dialogo, valorizando o respeito à diversidade.
Em contra partida percebemos que em todos os setores existem hierarquias de responsabilidade e de poder. As decisões podem ser tomadas, mas cabem questionamentos e recursos para que possa ser revista, na qual podem ter consequências direta ou indireta, podendo afetar o ambiente a nível individual e coletivo. Dessa forma, cabe a gestão democrática da Escola dialogar e deliberar coletivamente ações que sejam de suma importância para o funcionamento da Escola e para seus integrantes, respeitando todas as opiniões.
Para que haja harmonia na Escola é necessário que todos os segmentos estejam na mesma frequência, sempre obedecendo, questionando e respeitando o trabalho do colega. De fato, é normal que existam alguns imprevistos, alguém não cumprir com as suas obrigações causando dissabores entre os componentes. Acreditamos que isso é normal em todas as Escolas.
Em relação a situações de desconforto na Escola em conversa com os colegas do grupo Pacto do Ensino Médio destacamos alguns pontos: às vezes a informação demora a chegar devido ao difícil acesso ao município, às vezes existe a competição na hora de assumir as aulas, pois todos querem o emprego, mas esquecem do trabalho. Uma questão levantada é a valorização do professor, que não é levada em conta, pois é notório que todos os profissionais um dia passaram pela Escola e foram instruídos pelos professores. O curso de capacitação oferecido pela SEED (Secretaria de Estado da Educação do Paraná) deveria valer para todas as inscrições no PSS (Processo Seletivo Simplificado) e poderia ser critério de desempate. Como o calendário letivo e muito restrito, poderia haver mais reuniões do Conselho Escolar e da APMF para tomadas de decisões para verbas federais como PDE e PDDE, onde a direção poderia ouvir melhor seus segmentos e democratizar a gestão escolar.
Uma frustração comentada por um professor é que sua experiência como docente não foi valorizada, de tal forma, que o mesmo havia feito um projeto para a Escola e no momento de assumir o projeto, o mesmo foi repassado para outro professor que não havia idealizado. Às vezes a autonomia da Escola é violada por determinações superiores. Em relação ao Conselho Escolar nem todos participam da eleição de seus pares e os mesmos são eleitos por afinidade a direção, na qual estão mais próximos. Questionou-se sobre o PTD (Plano de Trabalho Docente), um documento imposto e que cada Escola deveria formular conforme sua realidade contemplando a base comum, a parte diversificada e comunidade local, na qual cobramos a integração entre a Comunidade e o seu conhecimento, por exemplo: alguns produtos da região não são valorizados pelo mercado interno e pelas lideranças. Para isso é preciso incentivar os alunos a participar de eventos, mostrando a realidade de outros centros, buscando parcerias entre as Instituições Superiores.
Cada Escola tem seu momento referencial, onde há uma previsão de quantas turmas será ofertado para o próximo ano letivo e com isso ao final de cada ano letivo as novas aulas deveriam ser ofertadas para todos os professores (incluindo os PSS), pois colocava todas as peças em seus devidos lugares e a Escola começaria um novo ano letivo com todos seus professores e a Semana Pedagógica seria mais efetiva.
Enfim, promover a gestão democrática na Escola requer tempo para construção de cada passo do processo de discussão e decisão e que de fato haja a participação de todos os segmentos escolares, promovendo uma educação de qualidade.
